Bashar Al Jaafari, representante permanente da Síria ante as Nações Unidas, denunciou que existe um comportamento destrutivo contra seu país a partir do Ocidente e seus aliados, através de canais de satélite que transmitem chamados ao caos e assassinatos.
Nesse sentido, advertiu sobre o uso destrutivo da tecnologia da informação, das comunicações e do espaço eletrônico por parte desses regimes para desestabilizar a segurança, a economia e as sociedades de outros estados e intervir em seus assuntos internos.
As palavras de Jaafari confirmam que tal campanha, incluso antes do início da guerra imposta à Síria, distorcem a realidade e em uma crescente atividade sem precedentes na região enchem de mentiras as grandes cadeias televisivas e as transnacionais da informação.
Nunca anteriormente a débil e ineficaz “solidariedade” da Liga Árabe, salvo algumas excepções individuais, propiciou uma boa parte de tal campanha com o bloqueio instrumentado através de satélites como o Arabsat e o Nilesat, este último arrendado a meios ocidentais pelo Egito.
De igual forma, desde a cadeia Al Jazeera, da CNN e da Fox, estadunidenses e da France 24, a desinformação adquire ideias superficiais de transcendência comunicacional que inundam mais de meio milhão de sites na internet, páginas web e redes sociais dirigidos, sem exceção, contra a Síria.
Satanizar o Governo sírio, seus dirigentes e propiciar atentados, assassinatos e sequestros de mais de 200 intelectuais e profissionais da imprensa é a linha de “trabalho” desses centros de difusão aos que se somam, desde o Reino Unido a Arab News Network ou o denominado Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Coventry, cerca de Londres.
Wikimedia Commons
Uma crescente atividade sem precedentes na região enchem de mentiras as grandes cadeias televisivas e as transnacionais da informação
As denúncias a esse respeito, provenientes, por exemplo, de Mustafá Mikdad, vice-presidente da União de Jornalistas Sírios, das agências SANA, Rússia Today, Sputnik, Al Masdar, Al Manar ou Topete GLZ, entre outras, são abundantes.
Contém ademais precisos indicadores de como e desde quando funcionam esses mecanismos, estimulados e respaldados por um intenso trabalho de inteligência desde os centros de poder ocidentais e seus aliados regionais.
A partir desses centros, chega-se a repletar sites na internet com fake news — notícias falsas — e a utilização de um clone apócrifo da agência nacional síria SANA, assim como bloquear e suspender o acesso da televisão e da rádio nacionais, e como no caso do site Topete GLZ (Espanha), proibir difusão de imagens através do Instagram, propriedade da rede social Facebook e com serviços diários a mais de 500 milhões de usuários.
Nesse caso, a página de Topete mostrou recentemente um integrante do Exército Livre Sírio, ativo grupo terrorista, com timbres do Estado Islâmico e a bandeira turca em seu uniforme e mencionou apenas uma frase: “Eu já disse que na Síria não existem moderados, são todos terroristas.” Instagram considerou que tal imagem incita ao ódio e viola as normas de linguagem do site.
Outros meios, como Hispam TV, têm bloqueado acesso a vários links de internet e, em particular, ao Facebook, cuja sede não por casualidade está em São Francisco, Califórnia, tudo com a complacência da União Internacional de Telecomunicações (UIT), organismo dependente das Nações Unidas.
Mais detalhes nesse sentido, foram expostos em artigos de diários como o Al Watan ou Red Voltaire, em cujas reportagens estão publicados assassinatos de jornalistas da cadeia televisiva síria Al Jamahiriya e atentados com morteiros contra a sede da Televisão Nacional em Damasco.
Nada disso é publicado nos grandes meios euro-ocidentais ou da Arábia Saudita e do Qatar, mas lhe dão espaço, em abundância, à presumida organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), financiada “generosamente” pelo Departamento de Estado desde Washington.
Reportagens de RSF assinalam que o Governo sírio nega a entrada a jornalistas e, no entanto, não divulga os que ilegalmente e em contato direto com as organizações terroristas, penetram no território desta nação do Levante e manipulam a realidade da crise, e qualificam a esses grupos como parte de uma “sublevação proto democrática.”
O tema tem mais amplitude, pode ser tratado desde a ótica e da imparcialidade, com defeitos e virtude, mas não é o caso, porque a Liberdade da Internet ou O Caminho para a Realidade, frases de manipulação midiática promovidas desde Washington, carecem precisamente de tais objetivos.
*Tradução: Beatriz Cannabrava
**Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.
Veja também