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De imigrantes a migrantes: a dramática desumanidade do capitalismo financeiro

Crises migratórias se espalham pelo mundo. Povos partem à busca de um Eldorado, mas muitas vezes o que encontram é miséria e morte
Paulo Cannabrava Filho

Tradução:

No 8o Fórum Social Mundial das Migrações, de 2 a 4 de novembro na Cidade do México, justo quando as comunidades de fiéis à Igreja de Roma se dedicam a lembrar e reverenciar seus mortos, a marcha de migrantes centro-americanos chega a mais de cinco mil famílias, com seus velhos e crianças, já se aproximando de dez mil pessoas.

Na Europa, os campos de refugiados somam centenas de milhares de pessoas e a onda migratória não pára, morrendo gente todos os dias nas insanas tentativas de cruzar o Mediterrâneo nas precárias embarcações de piratas que cobram peso de ouro a essa pobre gente. Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), nos últimos sete anos morreram 3.500 pessoas nessas travessias.

Crises migratórias se espalham pelo mundo. Povos partem à busca de um Eldorado, mas muitas vezes o que encontram é miséria e morte

Agência Brasil
A marcha de migrantes centro-americanos chega a mais de cinco mil famílias. Foto: Agência Brasil

Coincidente com o Fórum, chefes de governos reunidos no Conselho Europeu, concordaram em debater a reforma do sistema de refúgio, instalar novos centros de acolhimento e de processamento de pedidos de asilo.

O Fórum, com o lema “Migrar, Resistir, Construir e Transformar” se propõe discutir direitos humanos, fronteiras, incidência política, capitalismo, gênero, mudança climática e dinâmicas transnacionais. Esse encontro é muito importante porque dará conteúdo para o Pacto Mundial que ONU está convocando para dezembro com o objetivo de promover uma migração Segura, Ordenada e Regular.

Em oportuna mensagem ao Fórum, o papa Francisco I, lembrando os evangelistas, diz que hoje, como ontem, “há maldades a extirpar, injustiças para serem arrasadas, discriminações que devem ser destruídas, privilégios para derrubar, dignidades a serem reconstruídas e valores para plantar”.

Esse papa sabe das coisas. Temos insistido nesta revista e nos debates em diversos fóruns que não basta chorar o leite derramado, reclamar e mesmo manifestar contra o mal já praticado. É preciso sair da defensiva e ir para a ofensiva com ações concretas principalmente culturais.

Diz Francisco na mensagem que “no âmbito migratório (migrar), a transformação (transformar) se alimenta da resiliência (resistir) dos migrantes, refugiados e desalojados e aproveita suas capacidades e aspirações para a construção (construir) de sociedades inclusivas, justas e solidárias, capazes de restituir dignidade àqueles que vivem com grande incerta e que não conseguem sonhar com um mundo melhor”.

Somos todos migrantes

Na teoria científica, descendemos todos de uma mesma negra africana, assim como todo ser vivo teve início numa morena. Na crença dos criacionistas, todos descendemos de um único casal (Adão e Eva). Não explicam se esse casal era negro ou branco ou cada um de uma cor. Porém, se aceitam que o momento da criação da humanidade foi único, está implícito que somos todos filhos de uma mesma Mãe (ou Eva), seja ela branca ou negra.

Se somos todos filhos de uma mesma mãe, somos todos migrantes. Não lhe parece óbvio? Os antropólogos, arqueólogos, geógrafos e biólogos já comprovaram isso e há farta bibliografia e mapas sobre as correntes migratórias que povoaram os diferentes continentes.

A supremacia branca, que faz parte da ideologia fundacional da nação estadunidense, que foi também a base no fascismo italiano e do nazismo alemão, não se sustenta cientificamente e nem nas crenças religiosas. Em todas as crenças, a Mãe é soberana. 

Os que se desviam dessa realidade são aqueles que adoram unicamente seu próprio umbigo e querem ser adorados pelos seus semelhantes. Evidentemente são aberrações da humanidade. Como diria a cientista social Hilda Fadiga, nasceram de chocadeira. E é por isso que são capazes de matar seu semelhante unicamente por ocupar um espaço que ele crê que é seu (terra) ou por querer libertar-se da servidão.

Nossa América, quintal do Império do Norte

Os Estados Unidos roubaram mais da metade do território do México. Com exceção do Alasca, mais de dois terços do território estadunidense foi incorporado através de ações violentas.

Na geopolítica do império nascente (século 19), a América Central era literalmente o pátio traseiro. O território das “plantations”, em que as bananeiras (United Fruit Company) impunham governos, créditos, ocupavam as alfândegas e impunham trabalho escravo ao que sobrou dos povos originários, do massacre dos colonizadores espanhóis. 20 milhões de nativos mortos na América Central e Caribe.

As elites criollas para manter a hegemonia e privilégios tinham e têm as tropas estadunidenses como seu grande aliado. Manter a população no analfabetismo, marginalizados do progresso, foi sempre a estratégia das plutocracias centro-americanas e caribenhas. Cuba escapou de ser um Porto Rico (estado associado dos EUA) e por mais de um século tem sofrido todo tipo de agressões pelo inconformado império.

A história dos povos da América Central, assim como de todos os países de Nossa América (expressão de José Martí para designar a Pátria Grande que deveria libertar-se unida), têm sido de guerra contínua para manter o caos. Cada um de nosso países cresceu de golpe em golpe, sendo que na América Central, pela proximidade com os EUA e pela presença das fruteiras e de outras megaempresas chegou ao paroxismo.

Cada vez que esses povos da América Central e Caribe se levantaram (ou se alzaron na linguagem dos genocidas espanhóis) foram massacrados. Isso em nada mudou com a hegemonia do novo império. Mudaram apenas os métodos e as armas. 

O sonho americano é criado pelo próprio império 

Que chance tem esses povos de viver em paz e de poder construir um futuro para seus filhos? 

Como plantar para sobreviver numa terra que lhe foi roubada por latifundiários que as ocupam com monoculturas (banana, café, cana-de-açúcar) de exportação? Como conseguir emprego sem ter tido oportunidade de frequentar uma escola? 

O “sonho americano” que impulsa a migração é criado pelo próprio império, através dos meios de comunicação, principalmente o cinema e televisão. Não se pode dizer que esses países tenham uma televisão e um cinema que reflita sua realidade. São totalmente dominados por produções estadunidenses.

Até os canadenses estão protestando porque perceberam que já não têm uma televisão própria. Quase tudo que as Tvs “locais” transmitem vem dos EUA. Aqui no Brasil também, mas pouca gente protesta. Faz parte da alienação geral aceitar a cultura do colonizador como normal. Nos países centro-americanos, caribenhos e no México, com resquícios de culturas milenares, esse choque é muito mais dramático. É a supremacia branca insultando os povos originários.

Não há família de centros urbanos dos países da América Central, Caribe e México que não tenha um familiar vivendo nos Estados Unidos. Para muitos desses países, o dinheiro enviado pelos migrantes constitui, se não a principal, uma fonte de renda que se tornou vital.

Assim também não há família que não tenha muitos mortos em sua história e um presente de miséria, desemprego e desalento. 

São esses desalentados, cuja esperança lhes foi roubada ao longo dos séculos por exploradores coloniais, neocoloniais e pelo imperialismo em todas as suas fases, que formam as levas de migrantes que os Trump de todos os tempos, com fúria assassina querem barrar. Cinco mil soldados armados já foram deslocados para a fronteira com o México e, se for necessário, serão deslocados muitos mais.

Quando os hondurenhos começaram a marcha em direção ao Norte eram pouco mais de dois mil. Logo já eram quatro mil, mais adiante, juntaram os guatemaltecos e os nicaraguenses e já eram sete mil quando se juntaram 500 salvadorenhos. Hoje, já próximos da fronteira do México, são mais de nove mil.

Que outra opção lhes oferece o império?

Bastaria deixar que esses povos se autogovernassem, ajudando-os (não os explorando) com recursos para promover desenvolvimento através da educação, do trabalho na própria terra, livre da exploração predadora e genocida das “plantations” e das transnacionais.

Difícil?

Desalento e migração

O Brasil, por séculos, foi um país de imigração. Por anos e anos, milhares e milhares de imigrantes de todas as partes do mundo aportaram com suas famílias nestas terras. Uma boa parte voluntários e outra boa parte forçados, retirados à força de suas pátrias para sofrerem como escravos.

Todos esses imigrantes ajudaram a ocupar o território e a ser o que somos hoje, essa mistura de todas as cores –índio-negro-branco-amarelo. A desumanidade veio com a imigração europeia. Uma população de 20 milhões de povos originários foi exterminada no território que hoje chamamos Brasil. Em todas as Américas, o genocídio europeu apagou 70 milhões de vidas. Os dados sobre o genocídio estão revelados em pesquisa realizada pela socióloga, escritora e militante feminista Moema Libera Viezzer e pelo também sociólogo Marcelo Grondin, colaboradores de Diálogos do Sul, publicada no livro “O maior genocídio da história da Humanidade” (Edição Príncips, 2018)

Interessante que a imigração do europeu moreno, arabizado ou mestiço (o islã dominou boa parte da Europa por sete séculos) foi majoritariamente no Norte e Nordeste do país enquanto os europeus brancos, mais no Sudeste e Sul. Isso se vê na cor da pele, na música, culinária, jeito de ser.

Jeito de ser caipira

A cultura caipira se desenvolveu em São Paulo e se expandiu, primeiro por Minas Gerais, depois pelo centro oeste e sul. Ela é uma cultura branco-índio-negro, nessa ordem de prevalência. No início, até fins do século 19, era índio-branco-negro. Também a cultura caiçara, dos povos litorâneos, era índio-branco-negro. Esta está em vias de extinção. Cá entre nós, a caipira também. 

Claro que há resistência e há que preservá-la. Essa cultura está presente na ortografia, na toponímia.  Em resumo, ela está no nome de tudo o que é nativo desta terra: na culinária, os nomes dos animais e pássaros (fauna), das árvores e plantas (flora), dos rios e seus peixes, serras e montanhas.

Até as dondocas sabiam falar o nhenhém (língua geral, proibida) para se comunicar na cozinha ou ir às compras. E todo o interior paulista era habitado pelos índios. A migração européia no século 20 acabou com eles. Ficaram só alguns acampamentos.

Os grandes centros urbanos estão sufocando a cultura caipira e a caiçara já foi quase que totalmente dizimada pela invasão urbana das praias e faixas litorâneas. Um absurdo tão grande como o envenenamento dos rios no mundo caipira tem sido a expulsão do caiçara e o envenenamento das águas costeiras, fonte de alimento. Acabaram com a pesca artesanal, sobra a pesca predatória.

Com oito mil quilômetros de costa para o Atlântico de águas quentes e de águas frias, que já foi um paraíso pesqueiro, o Brasil está importando peixe dos países do norte da Europa e da Argentina. É simplesmente o fim da picada. Ou da burrice?

Do desenvolvimento ao atraso colonial

Após a Revolução de 1930, o Brasil se manteve, por décadas, com taxas de desenvolvimento mais altas do que a maioria dos países do Terceiro Mundo, China e “tigres asiáticos” incluídos. Esse desenvolvimento absorvia não só a imigração estrangeira como o fluxo migratório interno, como o dos nordestinos para fugir da miséria resultante mais da incúria governamental que dos fenômenos climáticos: a seca, que matou de um lado e enriqueceu de outro lado.

São Paulo, por décadas, foi a cidade que mais crescia no mundo. Em três décadas, a população mais que triplicou e chegou a ter um ritmo de construção de quatro casas por hora. Em 1940, tinha pouco mais de um milhão de habitantes; em 1950, 2,1 milhões; 1960, 3,8 milhões. Nas décadas seguintes, manteve essa taxa de crescimento populacional. Hoje, São Paulo é a capital de um estado com 45,5 milhões de habitantes (27% da população total do país), sendo 27 milhões na Região Metropolitana (47 municípios que formam a Grande São Paulo) e 11 milhões de pessoas na cidade capital.

Esses dados censitários servem para demonstrar que nenhuma população no mundo se multiplicaria nesse ritmo se não fosse a imigração estrangeira e migração interna. São Paulo é a maior cidade da Itália e também de Portugal, é a maior concentração de japoneses fora do Japão e a maior população árabe de quaisquer das capitais árabes. Em São Paulo está o maior parque industrial da Suécia. 

Expulsar essa gente, o que é que sobra?

Quem construiu essa megalópole? Boa pergunta que os coxinhas não querem fazer. Oligarcas e classe média (coxinha) se transformaram em supremacistas brancos.

Há uma quantidade enorme de paulistanos e paulistas que falam que “essa gente do Norte e Nordeste tem que ser devolvida pra suas terras”. É o mesmo que dizem seus iguais estadunidenses sobre os latino-americanos. Outros mais raivosos querem que a polícia os matem. Ignoram que tudo o que está em pé, de alvenaria e concreto, foi construído por nordestinos e imigrantes.

Foram os nordestinos (baianos, sergipanos, alagoanos, pernambucanos, cearenses) genérica e desrespeitosamente chamados de baianos que constituíram a maioria da mão de obra, tanto na construção como nas indústrias. Os cearenses, por exemplo, são os melhores cozinheiros dos restaurantes paulistanos.

É o raciocínio primário de quem vive num gueto, apartado da sua própria realidade, da realidade de sua cidade e de seu país. Expulsa ou mata toda essa gente, o que é que sobra? Paulistanos terão que comer merda ou trabalhar no pesado se essa gente for embora. 

Marginalizados, hoje esse povo que construiu a megalópoles vive numa outra cidade, com outra cultura, separada por muros da cidade dos mais ricos, confinados em condomínios que mais parecem fortalezas a espera de um invasor.

Com a desindustrialização, desnacionalização e concentração do capital e da propriedade dos meios de produção cada vez em menos mãos, desemprego, marginalidade, miséria e desalento só aumentam. É o que leva a população a seguir um messias salvador da pátria fabricado pela mídia e por sofisticadas técnicas de manipulação nesta guerra psicossocial de ocupação.

São Paulo e outras cidades do Brasil hoje estão exportando mão de obra e cérebro. Milhões de brasileiros, desesperançados, partiram em busca de emprego ou de uma vida melhor, sem sobressalto, sem acordar com a polícia na porta. Tal como nos países centro-americanos o exílio voluntário ou imigração de brasileiros está se tornando uma importante fonte de ingresso. 

Segundo o Itamaraty, 3,1 milhões de brasileiros viviam no exterior em 2016, sendo 1,3 milhão nos Estados Unidos. Esses números não computam os indocumentados, que seguramente são outro tanto. Em 2015 houve um recorde nessas remessas, que alcançaram US$ 2,46 bilhões. No primeiro semestre de 2018 foram enviados US$ 1,2 bilhão, 41% foi proveniente dos EUA. 

De país de imigração agora exportando cérebro, ou seja, gente qualificada, que custou muito dinheiro para ser formada, dinheiro público, que preferem ser babá ou garçom num país de língua e costumes diferentes a permanecer na desesperança. Enquanto isso, os postos mais altos nas empresas transnacionais são ocupados por gente do país de origem dessas companhias.

Europa ocupada ficou mais burra

Na Europa, ocupada militarmente desde 1945, durante uns dois mil anos eles conservaram as comunidades pesqueiras porque isso significa comida, ou seja, sobrevivência. Más como é insuficiente para tanta população, estão praticando pesca predatória na costa africana. No Chifre da África, por exemplo, esse é o drama dos saharauis, povo pesqueiro privado de sua atividade vital.

Privado de seus meios de vida — a pesca artesanal —, o que faz esse povo? Alguns viraram piratas, outros buscam os países que lhes estão roubando o meio de vida para migrar. Assim de simples.

Na ânsia de assegurar-se do petróleo e das rotas comerciais, os países da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) estão fazendo o jogo dos Estados Unidos, país que mantém a ocupação militar, estão tentando aplicar a teoria do caos em todo o planeta. China, Rússia e Índia conseguiram escapar, mas estão na mira.

Com essa finalidade criaram os grupos separatistas, os terroristas, os fundamentalistas islâmicos e cristãos para disseminar o terror pelo mundo. Terror e guerra são palavras de um mesmo conteúdo.

A teoria do caos é aquela que desestabiliza política, econômica e  culturalmente para poder dominar. É o que aplicaram e ainda aplicam em todo o Oriente do Mediterrâneo, o Oriente Médio e a África Mediterrânea. Ali, às margens do Mare Nostrum dos Césares romanos. No tempo da Roma Imperial, ocupavam com as legiões. Nos séculos seguintes, com as armadas frotas navais. No século 20, com duas guerras mundiais e infinidades de guerras localizadas: Coréia, Vietnã, Guatemala, Cuba, etc.

Origem da crise migratória europeia

Na África Subsaariana, consequência de séculos de colonialismo predador e genocida, 58% da população vive em condições de pobreza multidimensional, segundo o Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud). São 560 milhões de pessoas que vivem da agricultura de subsistência. Como a região está em permanente conflito, e já quase não tem água, as pessoas migram. 

Migram na ilusão de que poderão viver melhor no país que impôs a seu povo uma fronteira, um governo explorador e saqueou suas riquezas. No lugar do Eldorado sonhado encontram só discriminação, confinamento, miséria, desalento e morte.

A denominada “crise migratória” na Europa se agravou a partir de 2011, atingiu um auge em 2015 e conta com mais de 1,8 milhão de imigrantes em 2018, segundo a Organização Internacional para as Migrações (Oim). 854 mil para Grécia e 154 mil para Itália. Em 2016 a Europa recebeu 2 milhões de imigrantes. Em 2018 já eram 700 mil na Itália, uns 500 mil sem documentos e explorados.

As vítimas atuais, sofrendo a estratégia da teoria do caos, desestabilização, conflitos armados, Ucrânia, Síria, Líbano, Palestina, Irã, Afeganistão. Logo será a Turquia. 

Dados mais recentes do Acnur indicam que 6,3 milhões (57%) dos refugiados são provenientes da Síria; 2,6 milhões do Afeganistão e 2,4 milhões do Sudão do Sul. Todas zonas de conflito criadas pelas potências coloniais.

*Jornalista, editor de Diálogos do Sul

Revisão e edição: João Baptista Pimentel Neto


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Paulo Cannabrava Filho Iniciou a carreira como repórter no jornal O Tempo, em 1967. Quatro anos depois, integrou a primeira equipe de correspondentes da Agência Prensa Latina. Hoje dirige a revista eletrônica Diálogos do Sul, inspirada no projeto Cadernos do Terceiro Mundo.

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