Jair Bolsonaro determinou que militares comemorem no dia 31 de março o aniversário do golpe militar de 1964, quando, há 55 anos, o governo de João Goulart foi derrubado por rebelião militar, dando início ao regime ditatorial que durou 21 anos. O desejo de celebrar traz consigo a indignação dos que acreditam ser dia de luto.
A comemoração de 31 de março foi pausada pela então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2011. Ela própria foi presa durante o regime militar, período em que dezenas de militantes opositores foram torturadas e mortas.
Enquanto há quem veja a data como festa, há quem veja a data como luto.
O atual presidente do Brasil tem problemas. Ele determinou que o Ministério da Defesa comemore dia 31 de março os 55 anos do início da ditadura militar e do Golpe de 1964.
31 de março não é dia de festa, é dia de luto! #DitaduraNuncaMais!!!— Marco Van Night (@djmarcovannight) 26 de março de 2019
Marcos Corrêa/PR Santiago (Chile)
Jair Bolsonaro e Sebastián Piñera, presidente do Chile
As marcas do regime militar ainda estão impregnadas em muitos.
Meu pai foi preso em 64. Minha mãe perdeu o bebê q esperava qdo soube. Qdo nasci, já em plena ditadura, fui treinada p o silêncio. Vi profs sendo presos. Tinha informante armado na sala de aula da universidade. Não tenho nada p comemorar. #DitaduraNuncaMais
— PatriciaMelo (@MeloPatriciaM) 26 de março de 2019
Uma internauta postou alguns casos de tortura, que não são “nem 5% de tudo que aconteceu”.
#DitaduraNuncaMais
É isso que vocês querem comemorar? E olha que isso não é nem 5% de tudo que aconteceu. pic.twitter.com/EKi9AIGM7p— Rin Gamgi (@RGamgi) 26 de março de 2019'
Algumas crianças “presas pela ditadura que não aconteceu”.
#DitaduraNuncaMais #Crianças presas pela ditadura que não aconteceu! Que vergonha negar a história documentada presidente! pic.twitter.com/C8m0vJVnCn
— adrianafetter (@adrianafetter) 26 de março de 2019
O Twitter está sendo usado para unir os internautas contra a comemoração.
O esquerdista que vive em mim saúda o esquerdista habita em tus#DitaduraNuncaMais pic.twitter.com/ty7wTCiWo5
— INRI SINCERO (@InriSincero) 26 de março de 2019
Internauta diz que até militares estão pedindo para Bolsonaro ir com calma no que diz respeito à celebração, repetindo informação publicada pela Veja.
Em 2011, Dilma suspende qualquer atividade que celebre o golpe de 31 de março de 64, e cria a Comissão da Verdade.
Em 2019, Bolsonaro quer fazer festa e está sendo contido pelos próprios militares.
— Democracinha (@renanzinhaa) 25 de março de 2019
O jornalista Luis Nassif divulgou a realização da “Caminhada do Silêncio” no dia 31 de março.
Dia 31 de março, Caminhada do Silêncio pelos mortos e desaparecidos da ditadura. A partir das 16 horas na Praça da Paz, no Ibirapuera.
— Luis Nassif (@luisnassif) 26 de março de 2019
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL) apoia a comemoração, pois, segundo ela, “é a retomada da narrativa de nossa história”.
A partir deste ano, o Brasil irá comemorar o aniversário do 31 de março de 1964. A data foi incluída na ordem do dia das FFAA e cada comandante decidirá como deve ser feita. É a retomada da narrativa verdadeira de nossa história. Orgulho?? #Selva pic.twitter.com/SbkeIm7kAn
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) 26 de março de 2019
Há quem diga que o regime militar conteve o “comunista João Goulart que queria fazer do Brasil uma Cuba gigante”.
Finalmente o Brasil voltará a comemorar o dia 31 de Março, data do levantamento militar contra a governação do comunista João Goulart que queria fazer do Brasil uma Cuba gigante.
A partir desse 1964 o Brasil viveu anos dourados (anos 60 e 70): “Ordem e Progresso”.— José Pinto-Coelho (@jpintocoelho60) 26 de março de 2019