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Confira como você pode ajudar minimizar efeitos da Covid-19 nas populações periféricas

Na base do “nós por nós”, vaquinhas e redes de apoio amenizam impacto do coronavírus nas favelas. Conheça 11 iniciativas que você pode fortalecer
Redação Periferia Em Movimento
São Paulo (SP)

Tradução:

Enquanto governo federal e governos estaduais e municipais travam batalhas em torno das medidas para evitar o impacto do coronavírus na vida da população – se isola todo mundo ou se reabre as empresas –, nas periferias e favelas a mobilização já acontece.

Na base do “nós por nós”, a boa e velha solidariedade, campanhas apoiam catadores de recicláveis, artesãs, camelôs, pessoas trans e autônomos das periferias; e mapeiam pontos para receber mantimentos e articulam apoio de empresas.

A Periferia em Movimento identificou 11 iniciativas. A lista segue sendo atualizada.

Na base do “nós por nós”, vaquinhas e redes de apoio amenizam impacto do coronavírus nas favelas. Conheça 11 iniciativas que você pode fortalecer

Rede Brasil Atual
Campanhas apoiam catadores de recicláveis, artesãs, camelôs, pessoas trans e autônomos das periferias

Saiba mais sobre cada uma e de que forma você pode contribuir:

1. Ajude 750 famílias de catadores de recicláveis

Cerca de 30 cooperativas de reciclagem de São Paulo se juntaram em uma campanha para arrecadar recursos e doar cestas básicas às mais de 750 famílias de catadores e catadoras atingidas pela pandemia de coronavírus – que reflete diretamente no trabalho das organizações.

Você pode doar à campanha clicando aqui.

 

O Comitê de Catadores lembra que o vírus resiste a superfícies como plástico e aço, diretamente manuseados por catadores, acendendo um sinal de alerta para o risco de contaminação. “Para proteger nossa categoria e paralisar o recebimento de materiais possivelmente contaminados por algum tempo, precisamos de ajuda para garantir a segurança alimentar de nossas famílias”, diz o comunicado.

Participam da campanha a Cooperpac (Grajaú), Cooperação (Vila Leopoldina), Coopere (Bom Retiro), Cooper Vivabem (Barra Funda), Fênix Ágape (São Miguel Paulista), Cooperleste e Casa do Catador (São Mateus), Cooper Glicério e Nova Glicério (Baixada do Glicério), Coopamare (Pinheiros), Coopercral (Parelheiros), Reciclacity (Jaraguá), Vitoria do Belém (Belenzinho), Sempre Verde (Americanópolis), Mofarrej (Lapa), Filadelphia e Coreji (Jardim Ipanema), Chico Mendes (Jardim Rodolfo Pirani), Acama e Arts Recicla Sul (Campo Limpo), Cooper 25 (Centro), Luz Divina (Cambuci), Caminho Certo (Vila Nova Curuçá), Coop São José Alpino (Zona Sul), Acrep (Santo Amaro), Coop Preservação (Rio Pequeno), Clube Mães do Brasil (Pari), Nova Esperança (Morro Grande), Amantes da Natureza (Jaçanã) e Cata Engenho (Engenho Velho).

2. Pelas artesãs da Zona Leste

Com a pandemia de coronavírus, quem vive de feiras de artesanato em espaços públicos fica sem saída. É o caso do Coletivo Meninas Mahin, da Zona Leste de São Paulo. Formada por mais de 70 empreendedoras que produzem artigos feitos à mão, como bolsas, vestidos, bijuterias entre outros, a organização se juntou à Aupa, ao Emperifa à B2B para ajudar as integrantes a superar esse momento.

A quantidade e os valores serão distribuídos após a curadoria das duas coordenadoras, Ednusa Ribeiro e Susanne Sassaki que irão transferir a quantia em razão de critérios de necessidade de cada uma. O objetivo é que ao menos 10 mulheres sejam beneficiadas. Clique aqui para contribuir.

3. No apoio a trabalhadores autônomos em risco social

O Sarau do Binho e o Bloco do Beco, duas coletividades com grande penetração na Zona Sul de São Paulo, se juntaram ao Coletivo IFE, à Coletiva Luar e ao Coletivo Passo à Frente para mobilizar recursos para apoiar profissionais autônomos em situação de vulnerabilidade social, que ficaram sem renda em meio à pandemia.

O fundo já atingiu direta e indiretamente 200 pessoas. Os repasses estão sendo feitos diariamente com base na arrecadação do dia e no mapeamento das pessoas necessitadas, que está sendo realizado através de levantamento e triagem realizada por coletivos e levando-se em conta uma análise socioeconômica.

O grupo já arrecadou R$ 34.000. Contribua aqui.

4. Pela vida das pessoas trans

Como parte de uma população que já é extremamente vulnerável, as pessoas transgênero, transexuais e travestis correm mais um sério risco com a pandemia de coronavírus. Muitos estão desempregados e outros sobrevivem de trabalhos artísticos, prestação de serviços em eventos e para uma grande parte a opção é a prostituição.

Com atendimento à população trans em São Paulo, desde 2019 a Casa Chama fez 344 ações protagonizadas por essas pessoas, atendimentos de saúde, projetos culturais e assistência jurídica, atingindo mais de 4.000 pessoas. Atualmente, 50 pessoas trans são assistidas de forma presencial pela organização e 200 são acompanhadas à distância – 85% estão em situação de profunda vulnerabilidade social.

Com a campanha on-line, o objetivo da Casa Chama é enviar cestas básicas para alimentação, produtos de higiene pessoal e limpeza, além de frascos de álcool em gel, medicamentos e máscaras protetoras para essas pessoas atravessarem a quarentena com o mínimo de necessidades básicas.

Clique aqui para contribuir. Em caso de dúvidas, entre em contato: casachama440@gmail.com

5. Pela sobrevivência dos camelôs

Outra ação emergencial parte em defesa da subsistência de camelôs diante da crise da covid-19: é a vaquinha on-line da União Nacional de Trabalhadoras/es Camelôs, Ambulantes e Feirantes do Brasil – UNICAB, que visa atender trabalhadores da economia informal. “Nós ambulantes, seguimos expostos/as ao contágio trabalhando nas ruas porque não podemos parar, já que dependemos da venda do dia para comer de noite”, diz a nota

Além de reivindicar atenção dos governos, a campanha cria um fundo que será usado para cestas básicas, medicamentos outros gastos emergenciais. Clique aqui para contribuir.

Uneafro mantém 31 polos de educação popular 

6. Contra o genocídio nas quebradas

Presente em 31 bairros de São Paulo e Rio de Janeiro, a rede de cursinhos populares Uneafro vai utilizar seus núcleos de educação popular para dar apoio a famílias que dependem do trabalho informal ou estão desempregadas.

Doe aqui.

A organização está mapeando as famílias que mais precisam e, com a arrecadação de doações em dinheiro, vai viabilizar produtos de higiene.

“Vamos enfrentar o genocídio negro que nos ameaça também através da covid-19”, diz a Uneafro, que na primeira etapa da campanha arrecadou R$ 50.000 e, agora, busca captar R$ 270.000.

A meta agora é atender famílias negras e periféricas por meio da Rede UBUNTU, Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), AMPARAR, Ong Herdeiros Humanísticos, Batalha do Paraisópolis e Comunidade Evangélica Voz que Prega no Deserto (Heliópolis).

7. Para ajudar a ajudar:

Com apoio de um grupo de publicitários negros, um mapeamento de urgências das periferias de São Paulo quer mobilizar o apoio de marcas para atender a essas necessidades. A campanha “Me ajuda a ajudar” identifica necessidades dos territórios (você pode responder aqui nesse formulário) e encaminha a empresas. O levantamento mostra, por exemplo, que 96,5% ainda não viu nenhuma marca fazendo ação para sua comunidade. Veja outros dados aqui.

8. Pelo empreendedorismo solidário

Já a Agência Solano Trindade lança uma campanha de financiamento colaborativo para manter aberta a Casa que mantém no Campo Limpo (Zona Sul de São Paulo). O espaço oferece atividades culturais, de empreendedorismo e mantém um armazém de produtos orgânicos e um restaurante.

“Estaremos atentos às mobilizações para fortalecer às famílias que terão dificuldades para o mínimo nesses dias em que é recomendado ficar em casa”, diz o comunicado.

Para doar, acesse a campanha aqui.

9. Em apoio às famílias do Jardim São Luís

Com atuação na região do Jardim São Luís (Zona Sul de São Paulo), a Fundação Julita está mapeando 200 famílias atendidas por seus serviços que estão em situação de maior vulnerabilidade para doar cestas básicas semanalmente. “Uma das formas de combate ao Coronavírus é fortalecendo o sistema imunológico e a alimentação é essencial para isso”, diz o comunicado.

Para evitar a circulação de pessoas, a Fundação Julita pede que a doação seja feita em depósito na conta bancária (após o depósito, o comprovante pode ser enviado para parcerias@fundacaojulita.org.br): Banco Itaú (ag. 0738, CC 40458-1), em nome da Fundação Julita (CNPJ 62.805.759/0001-07).

10. Quero receber e distribuir doações

Formada pela Frente Favela Brasil, Periferia é o Centro e Rede Geração Solidária, a “Rede de Apoio Humanitário para as Periferias” pretende amparar famílias favelas e periféricas que não encontram suporte institucional para seguirem com dignidade diante da crise causada pelo coronavírus.

Para isso, a rede está mapeando sedes de coletivos culturais, cursinhos pré-vestibulares, movimentos sociais, associações de moradores, casas de axé, igrejas e ONGs com a intenção de receber alimentos, produtos de higiene e limpeza e redistribuírem em suas localidades.

Preencha o formulário aqui se você quer ser um polo de doação. Já são mais de 50 pontos mapeados.

“Assim como em outros períodos da história, nosso senso comunitário será decisivo para resistirmos a essa crise”, dizem.

11. Em benefício das ocupações por moradia

O movimento Luta Popular lançou uma campanha de solidariedade para ocupações, favelas e comunidades periféricas. “As medidas propostas pelos governos não são capazes de impedir o aumento da miséria, do caos, das mortes de pessoas pobres e trabalhadoras, pois nenhuma delas é pra fazer de verdade o que precisa ser feito que é parar tudo para conter o vírus”, diz o movimento.

Para garantir condições de saúde, alimentação e moradia para os mais pobres, o Luta Popular está arrecadando alimentos não perecíveis, água sanitária, desinfetante, sabão, álcool em gel, papel higiênico, máscaras, entre outros itens.

As doações podem ser feitas diretamente nas ocupações (veja lista de endereços abaixo) ou com depósito em conta bancária (envie o comprovante por e-mail: embon.daniela@gmail.com) para Banco do Brasil Agência 4752-X; CC: 17850-0), em nome de Daniela Almeida Embon (CPF 318.051.508-20)

VEJA ONDE VOCÊ PODE AJUDAR LEVANDO A SUA DOAÇÃO:

SÃO PAULO – REGIÃO METROPOLITANA

  • Ocupação Esperança – Osasco: Barracão da Ocupação – Estrada da Alpina, s/n (KM 17 da Anhanguera). Contatos: Maura (11 96206-5519) – Mara (11 98595-2482)
  • Ocupação dos Queixadas – Cajamar: Rua Borá, 01 (Panorama). Contatos: Jesus (11 95435-7746) – Nanazinha (11 97157-4371)
  • Ocupação Jardim União – Zona Sul/Grajaú-Varginha: Sede do Luta Popular – Rua AntonioBurlini, 1000 (Varginha). Contatos: Suelen (11 98505-0756) – Ivone (11 98606-8957)
  • Ocupação Pinheiral – Zona Sul/Jardim Ângela: Final da Rua Antônio Victor de Oliveira – Casa da Rosa e Robson. Contatos: Rosineide (11 98828-9777)
  • Favela do Olaria: Zona Sul/Pq. Rebouças/Vila Nossa Senhora Aparecida – Rua Taboas, nº 25 b, Sede da Associação de Moradores. Contato: Regina (11 94745-5212)
  • Favela do Canão – Zona Sul/Pq. Sto. Antônio/Campo Limpo: Casa do Batista – Avenida Antônio Agostinho Rubin, altura 58 (córrego dos Freitas). Contato: Batista (11 94828-6127)

SÃO PAULO – INTERIOR

  • Ocupação Coração Valente – Jacareí: Estrada Municipal do Bom Jesus, 415 Bandeira Branca 2. Contatos: Elisângela (12 98873-3458)
  • Ocupação da Vila Itália – São José do Rio Preto: Rua Santina Figliagi Ceccato, 31 Vila Itália. Contato: Benvindo (17 98835-4276)

MINAS GERAIS

  • Ocupação Professor Fabio Alves – Rua José Tavares Filho, 30, Marilândia / Ibirité. Contatos: Flávia (31 9284-1841) e Vanessa (31 8664-5440)

PERNAMBUCO

  • Associação de Moradores Novo Horizonte Resiste – Rua Juriti, 132 –A, Barra de Jangada, Jaboatão dos Guararapes. Contato: Dayse: (81) 9627-8663

AMAZONAS

  • Comunidade do Grande Vitória – Rua Triciuma, 288. Contato: Arlete (92) 99468-7629

PIAUÍ

  • Ocupação Dandara dos Cocais – Rua 1, Quadra 3, Casa 22 (casa da Marlene). Contato: Marlene (86) 99468-4374

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul.
Redação Periferia Em Movimento

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