Condenamos o despejo de 28 famílias palestinas de suas casas na área de Karm Al-Ja’ouni de Shaikh Jarrah em Jerusalém pelas forças ocupantes israelenses. Oito famílias, totalizando 87 palestinos, estão em risco iminente de despejo forçado neste momento.
Mais de 1.000 famílias palestinas estão atualmente em risco de despejo.
Originalmente desalojado de suas casas em 1948, o Governo da Jordânia, em um acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras (UNRWA) em 1956, deu um terreno para as 28 famílias da área de Karm Al-Ja’ouni de Shaikh Jarrah construírem suas casas e receber o título legal das propriedades após três anos. No entanto, três famílias palestinas, totalizando 67 pessoas, já foram expulsas à força da área em 2009, com o apoio da polícia israelense.
Claramente, e mais uma vez, o estado de apartheid israelense está exercendo sua força direta e ilegalmente para remover residentes palestinos em Jerusalém. Esta é a continuidade de sua política militarizada para remover o povo palestino de suas casas e pátria. Essas políticas e ações patrocinadas pelo estado violam as leis e convenções internacionais de direitos humanos e os princípios democráticos comumente aceitos de autodeterminação e soberania. Além disso, e mais fundamentalmente, essas ações violam um princípio moral primordial: a proteção de toda a vida. Nessas condições, as mulheres são as mais afetadas e estão na linha de frente como líderes protegendo suas famílias e comunidade.
Reprodução: mulherespaz.org.br
Mulheres protestam por uma Palestina livre
As ações atuais não são novas nem únicas na história da ocupação da Palestina.
O estado israelense teve permissão, na verdade foi apoiado, para continuar seu regime destrutivo e sangrento com impunidade. Apesar de inúmeras sanções e condenações por parte da ONU, organizações de direitos humanos como B’Tselem e Human Rights Watch, e outros órgãos interessados ao longo das décadas, o governo dos EUA em particular continua a fornecer ajuda militar e justificativa ideológica para o estado israelense, além de encorajá-lo a cometer as violações dos direitos humanos com impunidade. Também ressaltamos a profunda ironia da situação. Como pode um povo que experimentou uma tentativa de genocídio e limpeza étnica cometer o mesmo contra um povo que é seu vizinho, com quem compartilha uma história?
Portanto, apelamos ao apoio internacional – inequívoco e inabalável – para acabar com os despejos atuais e, em última instância, apoiar a soberania do povo palestino. Junte-se aos 500 refugiados palestinos que residem em Sheikh Jarrah, na Jerusalém Oriental ocupada, pedindo ao Tribunal Penal Internacional que investigue os despejos forçados iminentes em Sheikh Jarrah.
Coordenadoras Regionais e Conselho de Administração da PWAG.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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