* Atualizado em 17/05/2022 às 15h11.
Trinta e um anos se passaram desde que no dia 17 de maio de 1990 a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença no mundo pela OMS e, mesmo após tantos anos, a luta contra o preconceito não para, ela arfa de tempos em tempos, acompanhando o progresso ou o regresso da sociedade que busca evoluir ou retroceder os valores ditos éticos e morais.
Era 2010 quando o Brasil deixou de adotar o termo “homossexualismo” para se referir a orientação sexual do indivíduo. Desde então, foram-se 11 anos para que nossa sociedade aprendesse a enxergar a homossexualidade como algo natural, e após todo esse tempo, nota-se que o pouco que ela aprendeu deve-se a inúmeros LGBTQIA+ que se puseram na linha de frente numa batalha que parece não ter fim e que custou a vida de muitos para conquistar os mínimos direitos que não deveriam nem ser debatidos.
Festejamos as pequenas vitórias conquistadas como o casamento homoafetivo, a criminalização da homofobia, empresas acolhendo com muito mais respeito a diversidade.
Não obstante, uma sociedade heteronormativa e machista como a nossa, ao sentir que perde seu espaço para a minoria, sente-se ameaçada e responde à ameaça elegendo políticos reacionários que estão dispostos a qualquer custo retroceder a sociedade aos tempos em que LGBTQIA+ não passavam de personagens caricatos na televisão para serem feitos de chacota e fora de suas casas forçados a se comportarem de maneira heterossexual para não representar risco a tradicional família judaico-cristã.
Após a vitória de Bolsonaro e seus sequazes, os direitos conquistados arduamente após tantos anos de luta nunca estiveram tão ameaçados. A vigília é constante e cansativa. É preciso permanecer atento para que eles não os solapem nas surdinas.
Estamos vivendo tempos sombrios, os quais a filósofa Hanna Arendt chama de “banalização do mal”. Bolsonaro aflorou o pior do brasileiro. Caminhávamos para uma sociedade que se movia para o progresso aos trancos e barrancos, mas uma geração ainda apegada aos velhos costumes, das falas “Ah, mas no meu tempo…”, em grande parte influenciada pela religião na sua visão mais preconceituosa e deturpada do cristianismo, que não conseguiu acompanhar a evolução tecnológica, foi facilmente ludibriada por Fake News, vendo LGBTQIA+ como uma ameaça à utópica e incólume “família tradicional” que eles imaginam ter.
Mídia Ninja
Trinta e um anos se passaram desde que no dia 17 de maio de 1990 a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença no mundo pela OMS.
Tempos estes em que milhares de pessoas morrem vítimas de um vírus maligno, que crianças são assassinadas, que vários LGBTQIA+ são brutalmente assassinatos, que a polícia mata preto e pobre a bel prazer, e a sociedade assiste bestializada a tudo isso sem se revoltar, mas se choca quando vê dois homens se beijando em um canal aberto, que se indigna quando vê propagandas homoafetivas nas quais crianças estão presentes, como se elas tivessem que ser preservadas de algo maléfico em detrimento da sua inocência.
No cenário atual, o dia 17 de maio precisa e deve ser comemorado. A luta não pode cessar. Não chegamos até aqui após tantas vozes importantes terem sido silenciadas enquanto lutavam por nossos direitos para desistirmos e permitirmos que os reacionários neste governo nazifascista destruam tudo que conquistamos com muita luta e sangue. Devemos permanecer cada vez mais unidos e bradar em alto e bom som que temos orgulho de sermos quem somos e que ninguém irá nos calar nem hoje, nem amanhã, nem em tempo algum.
* M. V. Nery é professor e autor da trilogia HOPE: as cores da verdade, uma saga de aventura, suspense, emoção e reflexão sobre amor, fé, religião, sociedade e formas de amar. Traz pela primeira vez um herói gay, para inspirar, trazer confiança, refletir, motivar LGBTQIA+ para que não sofram com LGBTfobia. Expõe as dificuldades, anseios, estado de espírito, sonhos e sobretudo a luta para tornar o mundo mais igualitário. Já escreveu o Livro 2, que tem lançamento previsto para 2022.
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