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Do seu sepulcro, abandonado por Trump, Guaidó já sabe que é um cadáver político

Aventura foi esmagada pela ação conjunta de militares e civis que têm um sentido de pátria que nenhum ianque pode compreender em suas análises
Redação Sputnik Brasil
Sputnik Brasil
São Paulo (SP)

Tradução:

O deputado venezuelano Juan Guaidó enviou um sinal forte e claro ao dirigir-se ao presidente Nicolás Maduro; disse que ele busca pretextos para “persegui-lo e detê-lo”.   A mensagem parece muito lúcida, mas há que a ler de outra maneira; dá a impressão de que o que em realidade ele quis dizer é: “presidente Maduro, necessito que me prenda”. 

Sua gesticulação nervosa, sua retórica confusa e irrelevante, e sua pálida expressão facial são mostras do medo que está sentindo, mas não por prováveis ações do Governo, mas sim porque sua própria gente começou a se cansar das mentiras, do não cumprimento das promessas de curto prazo que fez e da auto atribuição de ingentes recursos financeiros roubados do povo venezuelano. 

Ele tem feito todo o possível para que, da mesma forma que a Leopoldo López, o Governo lhe estenda uma mão salvadora da fúria de seus ex- correligionários que já o querem fora do negócio.

Do seu sepulcro, Guaidó fez as contas: sabe que é um cadáver político, necessita martirizar-se para recuperar protagonismo e seguir recebendo seu cheque em Washington. Além disso, lá do norte começam a acusar cansaço diante da contínua incapacidade do pupilo do Pompeo e Marcos Rubio.

Os cálculos são simples: vai preso, os Estados Unidos põem em funcionamento sua maquinaria pró direitos humanos e os países com governos de ultradireita e social democratas da Europa e da América Latina aderem submissos à campanha; diante da pressão, o Governo venezuelano cede e em poucas semanas ele sai exitoso “para o exílio”. 

Aventura foi esmagada pela ação conjunta de militares e civis que têm um sentido de pátria que nenhum ianque pode compreender em suas análises

Youtube / Reprodução
A pálida expressão facial de Juan guaidó demonstra o medo que está sentindo

Os cálculos de Guaidó

Guaidó acha que vale a pena umas poucas semanas de cárcere, pensando no futuro luminoso que vai ter em Miami desfrutando sua riqueza. 

Embora seja certo que o prontuário policial de Guaidó poderia mantê-lo na prisão por um período muito extenso, por conta dos delitos cometidos em plena lua do dia e flagrantemente, pareceria que o Governo se ateve àquela máxima de Napoleão Bonaparte que enuncia que: “nunca interrompa seu inimigo enquanto ele está cometendo um erro”. 

Isto não é compreendido por um setor do chavismo que clama justiça para um cidadão que firmou um contrato para que se realizem atos terroristas no país, incluindo o assassinato de pessoas, a destruição  da infraestrutura e a morte de inocentes, que não poderiam escapar da fúria de mercenários ávidos do dinheiro que profusamente aporta o narcotráfico e os Governos da Colômbia e dos Estados Unidos.  

O Governo venezuelano considera que detê-lo seria uma torpeza. Ninguém melhor que Guaidó tem feito um trabalho que há alguns meses parecia muito difícil: sua contribuição ao desprestígio, ao descrédito e à divisão da oposição, tem sido um aporte indubitável à manutenção e ao fortalecimento do Governo de Nicolás Maduro.

Guaidó já está estigmatizado nos EUA

A isto haveria que agregar também o estigma que Guaidó aporta à Administração estadunidense. Trump supõe que tudo isto é necessário e tem valor pela quantidade de recursos financeiros que os venezuelanos da Flórida aportarão à sua campanha. 

A isto se somam os votos que a extrema-direita terrorista prometeu a Marcos Rubio, em troca de deixar que dirija a política dos Estados Unidos para Cuba, Venezuela, Nicarágua e China. Tudo isto não parece compensar o estrago que Guaidó fez ao Governo dos Estados Unidos, inclusive diante de sua própria opinião pública que começa a reagir depois de ver com espanto na televisão como dois de seus rambos acabaram presos nas areias do Caribe venezuelano. 

Foi um setor dos venezuelanos da direita terrorista de Miami que, molestos por haver sido afastados da repartição do dinheiro roubado à Venezuela por Washington, os que puseram em cena a dimensão da estupidez e da voracidade do autoproclamado. Já não digamos nas ruas, porque além da quarentena há meses que na Venezuela não se mobiliza ninguém após os apelos do deputado por La Guaira.

Agora até os tuítes que se presumiam como argumento de apoio multitudinário, reduziram-se a uma mínima expressão, só mostrando a cara de um muito reduzido número de fanáticos que de suas cômodas guaritas em Bogotá, Miami e Madri enviam a carnificina a outro pequeno número sem sensibilidade alguma com a pátria ou com a humanidade.

Logo que são capturados declaram tudo o que sabem, só tratando de salvar-se, à custa de entregar aqueles que apenas algumas horas antes eram seus companheiros de luta. Outros preferem cavar seus esconderijos em solo estadunidense, onde sua condição de narcotraficantes, paramilitares e terroristas são fácil e rapidamente esquecidas pelos serviços prestados.       

O problema de Trump, Pompeo e Rubio já não é se desfazer ou não de Guaidó, mas como fazê-lo sem aprofundar os prejuízos que ele e a ultradireita fascista fizeram a uma oposição que apenas há cinco anos ganhou esmagadoramente uma eleição legislativa.

Os débeis desmentidos de Pompeo e Trump

Uma vez fracassada a intentona, Pompeo e Trump se asseguraram de desmentir qualquer relação com o fato e o fizeram fugindo para adiante, buscando dar lições e semear medo no país. Pompeo disse que se eles tivessem participado, o resultado teria sido diferente.  E seu chefe reafirmou que “se alguma vez fizéssemos algo com a Venezuela, não seria assim. Seria um pouco diferente. Se chamaria uma invasão”, e agregou que ele “não mandaria um pequeno grupo. Não, não, não, seria um Exército”.

Imagino que todos leram o contrato; eles não vêm só pelo Governo, vêm por todos. Na experiência recente isso significa 150.000 mortos no Afeganistão, 500.000 na Síria desde 2011, e 10.000 no Iêmen desde 2015. Não creio que nesses países as pessoas que estavam no Governo eram tantas.

O problema dos Estados Unidos é que suas bravatas não têm cabida nos países da América Latina. A história é muito sábia e o demonstra.  Da Nicarágua fugiram espavoridos quando Sandino os derrotou e os expulsou há quase 100 anos. Em Cuba, não duraram nem 72 horas em Playa Girón, quando uma vez mais o imperialismo foi estrepitosamente derrotado; o próprio Fidel de um canhão soviético autopropulsado SAU-100 afundou o Houston, um barco estadunidense a serviço da invasão. Os mercenários capturados foram trocados por alimentos para crianças.

Operação uniu ainda mais os venezuelanos

Agora na Venezuela esta primeira incursão foi esmagada pela ação conjunta de militares e civis que têm um sentido de pátria que nenhum ianque pode compreender em suas análises de laboratório. Parece que tampouco conseguem fazê-lo aqueles que sem ser ianques venderam sua alma ao poder imperial. 

Por isso, um dos rambos da SilverCorp pediu que lhe levantassem a cabeça da areia quente de Chuao. Nesse momento percebeu que não estava nos protegidos acampamentos da Colômbia. Hollywood também estava muito longe. Olhou em todas as direções possíveis, mas Guaidó não apareceu por nenhuma delas. 

Deu-se conta de que essa era a vida real. Um miliciano, olhando-o com desprezo lhe disse que indefectivelmente estavam condenados a perder, inclusive se chegassem a ocupar transitoriamente o país.

Da redação da Sputnik Internacional


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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