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Dois anos sem Raphael Martinelli, líder sindical e operário revolucionário

Paulinho Cavalcanti, que durante 5 últimos meses de vida de Martinelli o ajudou na organização de seu acervo, presta homenagem ao ferroviário
Paulinho Cavalcanti
Diálogos do Sul Global

Tradução:

Na semana passada, fez 2 anos da passagem do Martinelli, e quero aqui, fazer um relato da convivência com esse lendário líder sindical dos ferroviários, e um dos fundadores da ALN (Aliança Libertadora Nacional), ao lado de Carlos Marighella.

Sou militante do IIEP – Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas, uma instituição que luta pela preservação da memória da luta operária.

Hoje o IIEP é a instituição que tem em seu acervo, o maior arquivo histórico da luta operária no Brasil, especialmente em SP. E lá está concentrado todo o arquivo pessoal do Raphael Martinelli.

Durante os últimos 5 meses de vida do Martinelli, todas as quintas feiras, eu tinha um compromisso com ele, era catalogar o seu acervo histórico fotográfico, de sua trajetória sindical e política.

Ferroviário, líder sindical, comunista e revolucionário: quem foi Raphael Martinelli

Já bem debilitado, porém firme e com toda disposição do mundo, passamos ali em sua casa no bairro da Lapa, zona oeste de SP, horas mexendo em fotos e documentos.

Paulinho Cavalcanti, que durante 5 últimos meses de vida de Martinelli o ajudou na organização de seu acervo, presta homenagem ao ferroviário

Arquivo pessoal
Paulinho Cavalcanti e Raphael Martinelli

Infelizmente, no dia 06 de fevereiro de 2020, aos 96 anos de vida – pelo menos 70 foram de luta – nosso amigo partiu. O mais importante líder sindical dos ferroviários, liderou greves históricas.

Era amigo pessoal do presidente João Goulart, uma espécie de consultor, nos momentos de tomar grandes decisões que envolviam os trabalhadores.

Estações de Ferro, a vida de Raphael Martinelli

Martinelli foi perseguido por mais de duas décadas e preso duas vezes: em 1955, quando era líder sindical dos ferroviários, e em 1970, como militante de resistência contra a ditadura militar.

Na segunda prisão, Martinelli foi torturado dentro dos centros de repressão do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna) e Deops (Delegacia de Ordem Política e Social), concluindo sua pena no antigo Presídio Tiradentes, em São Paulo.

Em 2014, Martinelli virou livro. A biografia Estações de Ferro conta sua trajetória política, como líder sindical e ex-militante do Comando Geral dos Trabalhadores e do Partido Comunista Brasileiro. Raphael também teve um papel importante na constituição do Memorial da Resistência. Lutou por sua criação, apoiando e participando de todas as ações da instituição.

Bandeira ao alto, viva Rafhael Martinelli!!!

Paulinho Cavalcanti


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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