Imaginemos um drone com um tipo de fuzil, com controle remoto, que vai disparar sobre qualquer elemento “hostil” lá em baixo, na comunidade pobre, nos morros e favelas.
Esse é um dos projetos do governador eleito do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ele irá, com o filho mais velho de Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, para Israel em busca dessas tecnologias letais.
“O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, e o governador do Rio de Janeiro a partir de 2019, Wilson Witzel (PSC), vão viajar juntos até Israel, de onde querem trazer drones, informou o jornal Extra nesta sexta-feira. A arma israelense em questão é um drone que pode atirar enquanto sobrevoa uma região. […] Flávio Bolsonaro já se declarou um entusiasta da ideia de Witzel de utilizar atiradores de elite para abater todo aquele que portar um fuzil no Rio. O novo governador fluminense já fez declarações fortes para a repressão do crime no estado assim que assumir o cargo”.
“A ideia de Witzel é trazer essa tecnologia para a segurança pública do estado”.
Duke Robotics
O Tikad Drone Sniper é uma arma de guerra
Esse é o plano: as forças repressivas vão para o morro, para as grandes periferias do Rio e, de longe, lançam drones disparando balas para executar pessoas [“abater” como diz a Globo], pessoas que a polícia entender que constituem uma ameaça. A mesma polícia que já mostrou não saber a diferença entre uma furadeira e um fuzil e, por isso mesmo, executou um trabalhador no bairro do Andaraí em 2010.
Ora, esse “fuzil-metralhadora voador” é arma de guerra.
Armas como essa e outras igualmente devastadoras – que não discriminam forças militares de civis – são usadas por Israel contra o povo palestino.
Israel, o único país nuclearizado do O Médio, leva adiante, há décadas, com apoio militar e político dos Estados Unidos uma política cruenta e de extermínio contra todo um povo que é mantido em um gueto, cercado por forças israelenses ultra equipadas, submetido a privações de todo tipo. Uma política de lesa-humanidade, colonialista, racista e de humilhação e extermínio lento do povo árabe daquela região
Recentemente, Jerusalém, capital reivindicada pelo povo palestino, ocupada por forças militares de Israel, foi alvo de provocação do militarista Trump, ao anunciar a instalação da embaixada norte-americana na cidade cultuada por aquele povo. O protesto do mundo árabe foi geral. Mesmo certas autoridades burguesas entenderam que essa era a política de jogar um fósforo em um paiol e que pode respingar no quintal de cada um deles.
Que faz o recém-eleito Bolsonaro? Em ato de total vassalagem à política de Trump, também anuncia que vai instalar a embaixada do Brasil em Jerusalém.
Não é exagero imaginar que vai atrair sobre nosso país a fúria do povo árabe que tem em Israel e seus aliados locais, seu inimigo imediato, político e militar.
Com recursos inesgotáveis dos Estados Unidos, aquele país-fortaleza desenvolve e “testa” contra o povo árabe, as mais sofisticadas e letais armas de guerra, o que inclui sua especialização nesse tipo de drone, uma arma controlada remotamente e que, do alto, efetua disparo de bombas de gás e de balas contra toda manifestação palestina, contra mulheres, crianças, contra todos.
Eis que as forças mais reacionárias do nosso país se levantam, com o novo governo, se alinham com Israel [contra o povo palestino, claramente] e ainda por cima tratam de buscar suas armas de guerra para usar contra o povo pobre e negro do Rio.
Você pode conferir no vídeo abaixo como essas armas são lançadas, causando dor e martírio contra as massas palestinas.
E é o caso de nos perguntarmos se esse alinhamento carnal da presidência do Brasil com a fortaleza militar e racista de Israel pode levar a algum lugar que não seja mais sofrimento para nosso povo, agora alvo – a pretexto do “combate ao tráfico”; um “combate” que nunca expropria os senhores da droga – de armas de alta tecnologia dos israelenses; eis o mais novo e extemporâneo aliado militar de Trump no Oriente Médio: Bolsonaro. Em alguma medida termina sendo a forma reacionária e insana de “importar” aquele conflito para nossas terras, tomando partido de Israel.
Sobram motivos para que organizemos comitês efetivos, massificados, de defesa contra todo ataque que vem e virá desse governo retrógrado contra nossos direitos e inclusive na questão do direito de toda uma nação – a Palestina, no caso – à sua autodeterminação. Comitês que também levantem um programa para re-estatizar a Petrobrás sob controle dos trabalhadores e outras medidas para impedir que o sistema descarregue sua crise sobre nossas costas e nos obriguem a trabalhar até morrer.
Assista ao uso de drones armados com bombas contra jornalistas em uma manifestação palestina, meses atrás:
[Drones israelenses atingem jornalistas com bombas de gás lacrimogêneo]
Caso lhe interesse mais informações, confira noticiário do SBT de dezembro do ano passado, 2017, com D Trump anunciando, unilateralmente, Jerusalém como capital de Israel:
Caso também lhe interesse, assista a imagens de drones armados; e sinta um pouco do que chega a ser divulgado sobre o status dessa tecnologia – e da contratecnologia – em sites estrangeiros:
[Vídeo montado com trechos de vídeos dos sites: RadioDual Televisión, Military History e FPS Russia]
Revisão e edição para Diálogos do Sul: João Baptista PImentel Neto