Pesquisar
Pesquisar
Imagem: Reprodução / X

“É hora de o mundo perceber a magnitude do terrorismo e do ódio sionista de Israel”

Com cinismo, Netanyahu justificou o assassinato de sete voluntários durante entrega de alimentos em Gaza: “acontece”
Redação Diálogos do Sul Global
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

“É hora de o mundo inteiro perceber a magnitude do terrorismo e do ódio sionista, que foram e continuam a ser a principal e fundamental razão para a instabilidade em toda a região [Israelo-Palestina], e que a única solução reside em acabar com a ocupação”.

Assim, entidades da Palestina, em uma declaração conjunta (leia mais a seguir), repudiaram fortemente o ataque realizado nesta segunda-feira (1º), pelo Estado sionista de Israel contra um comboio de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Sete funcionários da World Central Kitchen (WCK) foram assassinados pelo Exército israelense em um ataque aéreo, com drones. A WCK é uma ONG fundada pelo chef espanhol Michelin José Andrés e distribuía alimentos no território palestino.

Os trabalhadores humanitários mortos — de origem australiana, polonesa, britânica, palestina e américo-canadense — haviam acabado de descarregar mais de 100 toneladas de alimentos em um galpão em Deir al-Balah, na parte central da Faixa de Gaza, a 19 quilômetros do centro da cidade de Gaza.

De acordo com a WCK, a movimentação do comboio fora coordenada com as forças israelenses e mesmo assim foi alvo do ataque brutal. Michelin José Andrés anunciou a suspensão das operações de ajuda em Gaza.

Netanyahu debocha dos mortos

Por outro lado, o primeiro-ministro do Estado israelense, Benjamin Netanyahu, publicou, nesta terça-feira (2) um vídeo em seu perfil do X (ex-Twitter) comentando o caso. Com um cínico sorriso no rosto, ele afirma que “Isso acontece na guerra”:

“Infelizmente, no último dia, houve um incidente trágico em que as nossas forças atingiram sem querer pessoas inocentes na Faixa de Gaza. Isso acontece na guerra e estamos investigando. Estamos em contato com os governos e faremos de tudo para evitar que isso ocorra no futuro.”


Entidades palestinas condenam o ataque

Já a Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil), em sua conta do X (ex-Twitter), apontou que o ataque, longe de ter sido um acidente, foi metódico e planejado:

Ainda segundo a federação, sionistas presentes em um grupo do Telegram chamado “Terroristas por outro ângulo” comemoraram o massacre: “essa puta australiana não vai mais pular com os cangurus em Sidney”:

O tom da Fepal foi o mesmo adotado pelas entidades palestinas, para as quais tratou-se de um crime hediondo e uma mensagem de terror para o mundo inteiro e para todos os esforços internacionais e humanitários que procuram aliviar o sofrimento do povo palestino. 

A questão, aponta o comunicado conjunto, demanda um esforço internacional:

“É impossível acabar com esta hemorragia e dor, exceto através de uma forte ação internacional para parar os tiroteios e forçar o governo de ocupação extremista a cumprir integralmente o fim de todas as suas formas de agressão, guerra e genocídio”.

A carta também condena a postura dos Estados Unidos e outros países que encobrem a violência das forças de ocupação e criam falsas justificativas para encobrir e dar continuidade aos assassinatos cometidos pelo Estado sionista.

Confira, em espanhol, a declaração na íntegra.

* Com informações de BBC.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Redação Diálogos do Sul Global

LEIA tAMBÉM

Tomada de Vuhledar pela Rússia “é uma séria derrota para a Ucrânia”
Tomada de Vuhledar é "grande triunfo para Rússia" e "séria derrota para Ucrânia"
As crises globais, a construção de um novo multilateralismo e o esgotamento da ONU
As crises globais, a construção de um novo multilateralismo e o papel da ONU
Repressão transnacional dos EUA contra o jornalismo não pode virar regra, aponta Assange
Repressão dos EUA contra jornalismo global não pode virar regra, aponta Assange
Terrorismo israelense no Líbano reflete debilidade, não força
Terrorismo de Israel no Líbano reflete debilidade, não força