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É indispensável fortalecer abordagens das ciências humanas nos municípios do Brasil

Há severas críticas por parte do governo Bolsonaro e governadores de Estados ao fato de termos disciplinas como Sociologia, Filosofia nas nossas escolas
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

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Há severas críticas por parte do governo Bolsonaro e governadores de Estados ao fato de termos disciplinas como Sociologia e Filosofia nas nossas escolas. Eles não reconhecem a importância desses campos do conhecimento humano para o aprendizado.

No Brasil, sempre que assume um governo de direita há tendências para retirar dos currículos escolares tais disciplinas. Entendem os setores da direita que nossos jovens não precisam se preparar sobre a maneira como enxergam a vida e como atuarão para construir suas realidades.

Os movimentos sociais têm resistido a essas tentativas, mas a cada período os setores da direita reapresentam esse projeto. Ocorre que quando um governante possui a formação filosófica e sociológica terá postura em defesa dos interesses de todos os setores injustiçados, especialmente dos subalternos. E, quando a população tem essa formação, será RESISTENTE aos desmandos e às atitudes arbitrárias que objetivam retirar seus direitos.

A preocupação levantada pelas pessoas que possuem as melhores leituras sobre a qualidade de vida de nossos lugares, os municípios, contradiz o interesse dos produtores das cidades, os donos das terras, os incorporadores imobiliários e os setores financeiros. Daí que tais setores de privilegiados economicamente, partem para agressões contra geógrafos, urbanistas, filósofos, sociólogos e ambientalistas progressistas. Para a visão neofascista o que interessa sempre é a manutenção dos privilégios e interesses privados. Tais setores da economia não entendem que distribuindo riqueza e reduzindo desigualdades sociais se consegue relações humanas pacificadas e bem-estar coletivo. 

Ao invés de todos receberem os benefícios da produção da riqueza e das rendas, os setores privilegiados economicamente só desejam aumentar seus ganhos pessoais. Até em situação de pandemia se enriquecem ainda mais, enquanto milhares de pessoas vão ao óbito.

Há severas críticas por parte do governo Bolsonaro e governadores de Estados ao fato de termos disciplinas como Sociologia, Filosofia nas nossas escolas

Reprodução: Flckr
O governo não reconhece a importância de alguns campos do conhecimento humano para o aprendizado

Torna-se indispensável fortalecer as abordagens das Ciências Humanas nos Municípios, nos Estados e no País. Não devemos abandonar a formação técnica e profissional dos nossos jovens e adolescentes, mas é indispensável lhes garantir a formação humanística. É preciso garantir que a formação tenha visão humanística e de solidariedade. Deveras, é necessário construir consciências que saibam se relacionar com os seres humanos, com os demais componentes da natureza e lhes garantir a alternativa de uma sólida formação profissional. 

Não podemos continuar a conviver com tantas desigualdades sociais e que poderiam ser resolvidas por um sistema educacional que objetive formar verdadeiras(os) cidadãs(ãos).

Tem sido muito comum a afirmação tanto pela direita quanto pelos setores das esquerdas ressaltando a importância da educação como fator básico para corrigir as imensas distorções sociais, econômicas e ambientais existentes no Brasil. Nos momentos das disputas eleitorais, praticamente todos os Partidos e candidatos(as) fazem proselitismo em torno da Educação, afirmando “É preciso investir em Educação”. No discurso reconhecem a importância de educadoras(res). Mas, quando em situação de governo tais elogios caem no esquecimento, são deixados como secundários, não se tornam prioridades. Mas, aí está uma diferença fundamental entre direita e esquerdas. O conceito e a forma de oferecer educação. Afinal, qual educação se está propondo? 

Os setores das esquerdas, geralmente procuram fortalecer os conceitos, a pedagogia e a metodologia de Paulo Freire. Para esse educador não há educação que seja neutra, ou seja, o educando deve compreender suas realidades para assumir posições de melhorar como pessoa, cidadão e o lugar onde vive. O indivíduo, educando, precisa se preparar para atuar em sua realidade, compreendendo que está comprometido com as circunstâncias nas quais vive. Daí a necessidade do indivíduo se tornar uma pessoa integral, completa. Assim é que se entende uma educação libertadora e de formação da consciência das pessoas enquanto seres humanos e sociais.

Meu Adendo:

Neste momento da história da América latina não podemos deixar de SAUDAR enfaticamente a vitória em I Turno de Luiz Arce e David para Presidência e Vice da Bolívia.

Depois do golpe aplicado contra as instituições da Bolívia ao derrubar o governo de  Evo Morales; depois de se manter pela força das armas durante o período que antecedeu as eleições deste domingo, o governo golpista foi duramente impactado pelas eleições.

Há o entendimento de que houve fraude nos documentos analisados pela Organização dos Estados Americanos – OEA,  dando respalda para o golpe contra a população da Bolívia e derrubando Evo Morales.

Agora mais do que nunca, a população boliviana deu sua efetiva resposta. Considera que o Movimento para o Socialismo – MAS, será o legítimo governante do País.  A população vinculada aos movimentos populares, especialmente os indígenas têm absoluta confiança em David, o vice-presidente na chapa de Luiz Arce. Um dos seus.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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