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O escritor uruguaio Eduardo Galeano recebeu na quarta-feira (17) na Bolívia a medalha Juana Azurduy outorgada pela Universidade Andina Simón Bolívar. Na ocasião o escritor realizou uma leitura de sua mais recente publicação: “Os filhos dos dias”. Depois de um encontro a portas fechadas com o presidente Evo Morales, Galeano foi a cidade de Sucre, onde foi outorgada a medalha, máxima distinção da Universidade Andina Simón Bolívar.
Galeano conversou com estudantes e visitantes e fez um recital de textos de sua mais recente publicação. ‘Os filhos dos dias’ recupera 365 histórias, uma para cada dia do ano, sobre personagens, lugares e episódios esquecidos da América Latina.
Galeano declarou-se admirador da história de lutas da Bolívia, entre elas os atos revolucionários de Sucre e La Paz contra o poder espanhol, as quais inspiraram muitos de seus textos.
“Cada dia nasce uma história. Já os filhos dos dias estão se lançando ao caminhar”, afirmou o intelectual uruguaio.
Galeano relatou como em 13 de agosto de 1816, o Governo de Buenos Aires outorgou o grau de tenente coronel a Juana Azurduy, em virtude de seu esforço heroico. Na Guerra da Independência, ela liderou os guerrilheiros que libertaram o Cerro de Potosí das mãos espanholas. “As mulheres estavam proibidas de se meter nos assuntos masculinos da guerra, mas os oficiais homens não tinha mais remédio que admirar o que chamavam de viril coragem dessa mulher”, destacou.
O escritor continuou seu relato: “depois de muito galopar, quando já a guerra tinha matado seu marido e cinco de seus seis filhos, também Juana morreu. Morreu na pobreza, pobre entre os pobres e foi lançada em uma fossa comum”.
“Quase dois séculos depois, o governo argentino presidido por uma mulher, ascendeu Juana ao grau de Generala do Exército em homenagem a sua valentia feminina”, destacou Galeano em referência à heroína, em cuja honra foi condecorado.
Por último, Galeano destacou que “o mundo se divide, sobretudo, entre indignos e indignados, e já cada um saberá de que lado quer ou pode estar”.
Prensa Latina para Diálogos do Sul
Saiba quem é Eduardo Galeano
Eduardo Hughes Galeano (Montevidéu, 3 de setembro de 1940) é um jornalista e escritor uruguaio. É autor de mais de quarenta livros, que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras transcendem gêneros ortodoxos, combinando ficção, jornalismo, análise política e História.
Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu em uma família católica de classe média de ascendência europeia. Na infância, Galeano tinha o sonho de se tornar um jogador de futebolO futebol de sol a sombra (1995). Na adolescência, Galeano trabalhou em empregos nada usuais, como pintor de letreiros, mensageiro, datilógrafo e caixa de banco. Aos 14, vendeu sua primeira charge política para o jornal El Sol, do Partido Socialista.
Galeano iniciou sua carreira jornalística no início da década de 1960 como editor do Marcha, influente jornal semanal que tinha como colaboradoresMario Vargas Llosa e Mario Benedetti. Foi também editor do diário Época e editor-chefe do jornal universitário por dois anos. Em 1971 escreveu sua obra-prima As Veias Abertas da América Latina.
Em 1973, com o golpe militar do Uruguai, Galeano é preso e mais tarde forçado a se exilar na Argentina, onde lançou Crisis, uma revista sobrecultura. Em 1976, com o sangrento golpe militar liderado pelo general Jorge Videla, tem seu nome colocado na lista dos esquadrões de morte e, temendo por sua vida, exila-se na Espanha, onde deu início à trilogia Memória do Fogo. Em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde vive ate hoje.
Em princípios de 2007 Galeano caiu seriamente doente, mas recuperou-se, após uma bem-sucedida cirurgia em Montevidéu.
Fonte: Wikipédia
Assista também
Eduardo Galeano – O Direito ao Delírio (Legendado)
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