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Educação: Crianças passam fome nas escolas paulistas

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

“A merenda escolar antes composta de macarrão, feijão, arroz e legumes agora foi substituída por “razões econômicas” por quatro bolachas de água e sal e um frasco de achocolatado!”

Costa Carregosa*

Tudo por que o governo de São Paulo resolveu cortar verbas que nunca deveriam ser cortadas!
Tudo por que o governo de São Paulo resolveu cortar verbas que nunca deveriam ser cortadas!

Se no âmbito do governo federal Dilma & Cia são sinônimos de incompetência, disparates e corrupção, no âmbito do governo estadual, o governador Geraldo Alckmin (embora mais dissimulado) faz coro aos desmandos petistas.

Tapiraí a pouco mais de 120 km da Capital, um dos maiores municípios em extensão territorial da região metropolitana de Sorocaba tem pouco mais de oito mil habitantes. Predominante rural com economia assentada basicamente na agricultura, possui um dos menores PIB da região (pouco mais de 83.447) e renda básica per capita em torno do salário mínimo. Cerca de 2500 crianças estudam nas escolas estaduais. As escolas são suficientes para atender o número de alunos, seus professores são em sua grande maioria bem preparados, mas graças ao descompasso entre a prefeitura e o governo estadual, as crianças agora, passam fome na escola!

A merenda escolar antes composta de macarrão, feijão, arroz e legumes foi substituída por “razões econômicas” por uma merenda composta de quatro bolachas de água e sal e um frasco de achocolatado!

Tudo por que o governo de São Paulo resolveu cortar verbas que nunca deveriam ser cortadas! A coisa funciona da seguinte forma: Por convênio firmado entre os municípios e o governo do estado, quem fornece e prepara a merenda escolar para as escolas estaduais são as prefeituras (obviamente melhor aparelhadas para isso, principalmente nas cidades do interior).

Entretanto o governo do estado – apesar de receber subvenção federal – quer pagar apenas R$ 0,50 (cinquenta centavos) por refeição. O que torna praticamente inviável para as prefeituras continuar fornecendo a merenda aos estudantes, já que os custos são superiores á R$ 3,00 per capita.

Diante da crise econômica, da denuncia de máfia e de corrupção na merenda no estado de São Paulo, qual a solução encontrada pelos “gênios” tecnocratas da secretaria estadual da educação para o ano de 2016?

Fornecer quatro bolachas e um suco para cada aluno, cardápio que denominam “merenda seca”. Isso no estado mais rico da federação brasileira, que é comandado por um governador que se diz interessado em educação, preocupado com nossas crianças e, além disso, quer ser presidente da República. No mínimo uma aberração! E o governador não pode dizer que esta alheio a esse tipo de acontecimento. O autor mesmo já comentou por twitter o que está acontecendo.

Acontece que essas crianças, na maioria dos casos provenientes da área rural enfrentam longas distancias para chegar às escolas e não tem uma refeição matinal mínima em casa (os pais empregados na agricultura ganham quando muito pouco mais do salário mínimo). Um atrativo para que essas crianças estudem e frequentem a escola é também a refeição. Aliás, não é necessário comentar que, no sentido pedagógico, crianças bem alimentadas têm melhor desenvolvimento e aproveitamento escolar. Imagine uma criança com fome obrigada a passar intermináveis horas nas salas de aula com fome…

É o que esta acontecendo nas escolas estaduais do interior do estado de São Paulo! Não é uma situação de um município pobre e carente como Tapiraí. Temos noticia de que isso ocorre também em Caieiras, Franco da Rocha, Ubatuba, Americana e outras cidades bem mais ricas do interior paulista.

Triste situação da educação brasileira! Que isso ocorra um estado como São Paulo é verdadeira aberração! E aí senhor governador quer ser presidente pra quê?

*É comandante de aviação, jornalista e colabora com Diálogos do Sul


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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