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ToggleA semana que passou foi de grande importância para definição das candidaturas à Presidente da República, e para que eleitores em dúvida sobre suas escolhas possam refletir e, quem sabe, decidir.
O primeiro debate, na verdade em forma de entrevistas, promovido pela Rede Globo, foi muito esclarecedor. Foram 40 minutos em que as perguntas pensadas com fundo jornalístico atacaram diretamente os problemas inerentes à trajetória de cada personagem.
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Os destaques se concentraram nas entrevistas com o atual mandatário, Bolsonaro, e o ex-Presidente Lula.
Bolsonaro, como sempre perdeu a calma, foi agressivo. Nervoso, não conseguiu explicar e se livrar de maneira convincente das mais de 680 mil mortes por covid, o uso indevido do seu cartão corporativo e o estabelecimento de 100 anos de sigilo para os assuntos que são objeto de denúncia e corrupção em seu governo.
A entrevista com Lula foi uma extraordinária aula de cidadania e democracia. Os âncoras da Rede Globo iniciaram com a afirmação de que Lula foi inocentado pela Justiça em relação a todas as acusações formuladas contra ele. Lula está inocentado e sem qualquer dívida com a Justiça. Essa é a chamada Carta de Alforria, corroborada por decisão Judicial e nas Nações Unidas.
Essa declaração deixa Lula isento das acusações que o perseguiram durante todos esses anos e a Rede Globo tentou se redimir das acusações infundadas e que não tiveram confirmação judicial. Esses, sem dúvidas, foram os grandes destaques da primeira entrevista com os candidatos à Presidência da República para estas eleições.
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Faltam 33 dias para o primeiro turno das eleições, todas essas análises e impressões expressas serão testadas
Debate da Band ganhou agregados
O debate de domingo, promovido pela Rede Bandeirantes e agregados, foi diferente. Colocou todos os candidatos chamados de “nanicos”, com menos de 10% das preferências dos eleitores, para fazerem os ataques contra os candidatos que estão na liderança da disputa.
Todos candidatos moveram suas baterias contra Bolsonaro e Lula, para buscar derrubá-los e lhes deixar com chances na disputa eleitoral. Ledo engano, a disputa já está polarizada e seguirá dessa forma até o final, seja no primeiro ou seja no segundo turno.
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Candidatas mulheres como Simone Tebet e Soraya Thronicke aproveitaram-se do momento para os ataques a Lula e a Bolsonaro.
Simone Tebet chegou com o destaque e a atuação na CPI do Senado, que apurou as falcatruas do Ministério da Saúde nos casos da pandemia da covid-19. Mas, foram desastrosas suas participações ao longo de votações em Projetos no Senado. Simone tem histórico que não pode ser negligenciado. Afinal de contas, que Simone Tebet temos?
Votou na Lei que estabelece a retirada dos gastos da Educação, Saúde, o chamado Teto de Gastos. Agora é contra? Votou a favor da chamada reforma trabalhista, que reduziu significativamente os direitos dos(as) trabalhadores(as), a exemplo da permissão para que mulheres grávidas trabalhem em locais insalubres. Agora é contra?
Votou a favor da chamada reforma da previdência, que aumentou o tempo de contribuição e deixou milhões de trabalhadores e trabalhadoras sem chance de se aposentar. Agora é contra?
Como agora se posiciona defendendo as mulheres? No mínimo, essa ambiguidade de Simone Tebet a coloca em situação de fragilidade na defesa das lutas das mulheres. O mesmo se pode dizer de Soraya.
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Ciro voltou com discursos herméticos nos quais só ele acredita. Fala demais e com terminologia que só os participantes de sua “bolha” talvez consigam entender, mas com reflexões que transcendem os limites das possibilidades.
É um sonhador, que deseja amenizar o capitalismo neoliberal, como se isso fosse apenas conquista de um governante truculento, como diz sua história. Concretamente, Ciro se restringe a uma boa proposta para reduzir as dívidas das pessoas. Algo que pode ser praticado por qualquer governante de boa vontade. Portanto, Ciro não é novidade e certamente as pesquisas eleitorais o manterão no patamar máximo de até 10%.
Simone Tebet deverá ter pequeno crescimento, mas não chegará aos 2 dígitos. Resta saber de onde procederão esses possíveis votos. Os votos de Lula, já consolidados, certamente não migrarão, nem os votos de Bolsonaro.
Mas, enfim, quem decidirá voto a partir desses debates?
É de se supor que quem assistiu os debates, predominantemente, já tem escolha definida. Mas, os debates servem para aquecer a disputa e geram outros desdobramentos.
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Com isso, aparentemente as escolhas ficarão mesmo em situação plebiscitária entre Lula e Bolsonaro. Bolsonaro saiu chamuscado ou mesmo incendiado. Os dois debates fazem parte de um mesmo ciclo, não produzirão resultados isolados, entre si.
Faltam 33 dias para o primeiro turno das eleições, todas essas análises e impressões expressas serão testadas. E, aí, saberemos os desdobramentos para a história do Brasil.
Cláudio Di Mauro | Geógrafo e colaborador da Diálogos do Sul.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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