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Eleição no Brasil pode ser divisora de águas não somente aqui, mas no planeta

Poderemos eleger Lula, um personagem que tem expressão e é respeitado mundialmente
Claúdio di Mauro
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

Uma Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a UNIPAMPA, outorgou o Título de Doutor “Honoris Causa “ ao ex-presidente do Uruguai e grande personagem mundial, Pepe Mujica. Na cerimônia de entrega do título, houve uma homenagem a Mujica, com a presença de grandes figuras, a exemplo da extraordinária Hildegard Angel. 

Hildegard Angel se manifestou, fazendo uma linda homenagem a Pepe Mujica. Uma mulher destacada, filha de Zuzu Angel, a “mãe da Praça de Maio do Brasil”. Zuzu procurou seu filho, desaparecido, que por fim foi identificado como morto pela ditadura de 1964. 

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Morto e escondido pelos militares que mandavam no Brasil. Assunto desvendado apenas com as realidades expostas por Assanger, através das quais se confirmou que foi assassinado. Mais tarde, Zuzu foi morta em um crime “acidente” de estradas cometido no período da ditadura. Perseguida pelos militares de plantão que também procuraram exterminar toda a família de Zuzu Angel. Morreram com o filho e depois aconteceu a morte da própria Zuzu. Hildegard Angel ficou viva para elucidar esses crimes da ditadura. Grande mulher, grande figura histórica deste País tão sacrificado. 

Poderemos eleger Lula, um personagem que tem expressão e é respeitado mundialmente

Marina Leonova – Pexels
Brasil precisa trilhar pelo caminho de liderança na América Latina

Pepe Mujica, homenageado por Hildegard de maneira contundente, se emocionou em seu discurso. Mostrou imensa solidariedade com a família de Zuzu e, em seguida, afirmou que os brasileiros devem entender que nas eleições presidenciais deste ano, teremos mais do que uma eleição com imensa repercussão no Brasil, mas também na América Latina e no Planeta. Poderemos eleger um personagem que tem expressão e é respeitado mundialmente. O Brasil precisa se habilitar para exercer essa liderança mundial.

Em tempos de pandemia, o Brasil se esquivou, em verdade, se omitiu, e, por isso mesmo, patrocinou mortes e o sofrimento de milhares de seres humanos. Não se comportou como liderança governamental para promover reunião das estruturas governamentais, objetivando planejar ações integradas. Da mesma maneira é a atuação brasileira em tempos de mudanças climáticas. 

Não há uma liderança latino-americana e mundial que reúna os países para planejar as ações conjuntas e integradas. Poderá caber ao Brasil esse protagonismo. O enfrentamento das crises referidas não é algo que deva ser feito isoladamente, apenas em locais ou em pontos específicos. O Brasil poderá se constituir nessa importante liderança para aglutinar e amalgamar os esforços capazes de amenizar tantos desastres e crimes socioambientais. 

Essa omissão, em verdade, é ativa, patrocinadora de agressões, intolerante e incentivadora do ódio no Brasil, entre irmãos brasileiros. Tal atitude ativa, ainda que sob a forma de omissão, estimulou as mais de 800 mil mortes por covid-19 e o assassinato de Foz do Iguaçu – quando a casa de um aniversariante foi atacada por tiros e morte. Trata-se do ódio que se vê nas ruas com as agressões verbais e desentendimentos promovidos por pessoas armadas. Com posses de armas de fogo vigoram as ameaças estimuladas pelo ódio. 

Tais estímulos são fortalecidos por setores da grande mídia que defendeu e patrocinou a chegada ao poder dos atuais governantes federais, vinculados à extrema direita.  

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A repercussão da intolerância é um componente que faz parte do discurso desses governantes, desde antes da campanha eleitoral. Elogiar torturadores, ameaçar a matança de seus opositores, agredir mulheres e população escravizada, fez parte da campanha que foi respaldada por setores da mídia brasileira, na medida em que não se apresentou repulsa a esses procedimentos.

O Brasil foi colocado nessa triste situação de opressão pela qual nossa população está sendo levada às diversas formas de violência, com fome e sofrimento materiais e psicológicos. Há praticamente uma naturalização dessas realidades que na verdade são fruto das relações sociais e de iniciativa política. Mas, está chegando a hora de reverter esse quadro. O Brasil precisa trilhar pelo caminho de liderança na América Latina.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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