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Francia Márquez se compromete com igualdade religiosa em evento ecumênico, em Bogotá

Candidata oposicionista à vice-presidência – na chapa liderada por Gustavo Petro -, Francia destacou o papel das religiões, das comunidades de fé e espiritualidades e agradeceu o seu apoio
Leonardo Wexell Severo
ComunicaSul
Bogotá

Tradução:

Lideranças das comunidades de fé e espiritualidades da Colômbia se reuniram, nesta quarta-feira (15), em Bogotá, com a candidata à vice-presidência da República, Francia Márquez, para expressar o seu apoio à frente progressista liderada por Gustavo Petro, no segundo turno da eleição presidencial que ocorre no próximo domingo (19)

No documento “Construamos reconciliação, paz e futuro para Colômbia”, os religiosos sublinham que este processo deve ocorrer em todas as áreas: “políticas, sociais, econômicas, culturais, religiosas, étnicas e demais”. “Gerando uma incidência de mudança e transformação nos espaços do Estado, do público e, também, dos privados para alcançar a violência zero, a injustiça zero, respeito à diversidade, tolerância e fortalecimento do Estado Social de Direito”, acrescentam.

O manifesto, lido por Luis Fernando Sanmiguel, pastor da Igreja Comunidade Esperança e por Sheij Marlon Cantillo, diretor da Comunidade Islâmica na Colômbia, sublinha que “nesta conjuntura eleitoral se estabelece um momento histórico, kayrós [tempo de Deus], que chama a que nos oponhamos, como homens e mulheres de fé e espiritualidade, a projetos intolerantes e autoritários que querem perpetuar as injustiças sociais e aprofundar os ódios”. Porém, ao mesmo tempo, “nos pede que atuemos a favor da vida, da paz, da construção de justiça, da democracia profunda, do respeito e da tolerância pelas diversidades”.

“Por isso damos boas-vindas e aderimos à Campanha de Gustavo Petro e Francia Márquez e convidamos todas as Comunidades de Fé e Espiritualidades, a todas as pessoas de fé, que façam o mesmo com o seu voto no dia 19 de junho. Vamos construir Reconciliação, Paz e Futuro para a Colômbia!”, reiteraram os religiosos, reunidos na Igreja Episcopal Comunhão Anglicana.

Reconhecida por sua abnegação em favor dos direitos humanos e pelo ativismo ambiental, Francia Márquez agradeceu o apoio, e frisou a importância da “fé, do amor e da alegria se colocarem na mesa”. Para a candidata, é necessário construir juntos um novo tempo, “em que não seja a fome o que prevaleça e nem que as balas e a violência se imponham”. “Estamos cansados do ódio que nos semearam, da exclusão, de não termos escolha, da falta de oportunidades. O caminho para a paz é a justiça social, o bem-estar, a garantia de direitos”, asseverou.

Ao declarar que sua crença é católica, Francia Márquez não poupou a estrutura oficial de críticas no seu respaldo à escravidão, lembrando que isso é uma ferida pendente com a humanidade. E também condenou a campanha dos que tentam passar sua imagem como “bruxa” por ter  participado de cultos com comunidades afrodescendentes.

Candidata oposicionista à vice-presidência – na chapa liderada por Gustavo Petro -, Francia destacou o papel das religiões, das comunidades de fé e espiritualidades e agradeceu o seu apoio

Divulgação
Francia Márquez, em encontro com lideranças religiosas

Pacto pela paz, liberdade e igualdade religiosa

“Assinamos o Pacto pela Paz, pela Liberdade e pela Igualdade religiosa. Estamos fazendo uma aposta de transformação e mudança real para o país, essa transformação devemos assumi-la em conjunto com as Religiões, com as Comunidades de Fé e espiritualidades da Colômbia”, agradeceu a líder.

“Deus nos abençoou com esta terra generosa, este país é lindo, é um paraíso e todos os seres que nele habitamos merecemos viver na graça de Deus, com harmonia e em paz. Vamos todos com esperança, vamos viver com alegria e dignidade. A vida nos une. Podemos conhecer e respeitar a pluralidade e nos unir no amor para construir uma sociedade de paz para a Colômbia”, sublinhou.

Colômbia: líderes inter-religiosos conclamam respeito à paz e ao resultado das urnas

Entre os princípios do acordo estão o de “respeitar os princípios e valores espirituais, éticos e morais de solidariedade, autonomia, dignidade, integridade, liberdade, justiça, igualdade, respeito, tolerância, solidariedade, cooperação, produtividade e segurança”, da mesma forma em que cumprir com os “postulados constitucionais de transparência, moralização, eficiência, eficácia, economia, celeridade, imparcialidade, publicidade, planejamento, racionalização de gastos, participação comunitária, modernização da administração pública e respeito aos reconhecidos direitos humanos”.

Francia Márquez, ao lado de Luis Fernando Sanmiguel, pastor da Igreja Comunidade Esperança, e por Sheij Marlon Cantillo, diretor da Comunidade Islâmica na Colômbia

Respaldaram o acordo a Igreja Presbiteriana Comunidade de Esperança, Igreja Episcopal Comunhão Anglicana, Igreja Menonita da Colômbia, Igreja Evangélica Luterana, Confissão Islâmica Ahlul Bayt da Colômbia; Comunidade Zen Budista, Presbitério de Urabá, Igreja Metodista da Colômbia, Igreja Católica Guadalupana da Colômbia, Igreja  São Paulo Velhos Católicos, Igreja Cristã Restaura Colômbia, Igreja Cristã Esplendor de Glória, Conselho Continental de Anciãos/as da Comunidade da América Índia Solar – MAIS, Religião Yoruba, Associação Colômbia Yoruba; Movimento Ecoteólogos Interreligiosos da Colômbia, Rede de Religões Comunidades de Fé e Espiritualidades, Igreja Unificação da Colômbia, Rede Interreligiosa Transforma Colômbia e Federação Interreligiosa pela Paz Universal.

Entre outras lideranças prestigiaram o evento a senadora Gloria Flores, recém-eleita pelo Pacto Histórico, apontando que “a opção preferencial pelos pobres nos exige tomar partido e se traduzirá na construção de políticas públicas que materializem 500 anos de resistência”. Nossas ações, “com amor, vitalidade e força”, apontou, “transcenderão para a América Latina e para o mundo inteiro”.

Leonardo Wexell Severo | ComunicaSul

*A Agência ComunicaSul está na Colômbia cobrindo o segundo turno das eleições presidenciais graças ao apoio das seguintes entidades: Associação dos/das Docentes da Universidade Federal de Lavras-MG, Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA), jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários do Piauí; Associação dos Professores do Ensino Oficial do Ceará (APEOC), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-Sul), Sindicato dos Bancários do Amapá, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, Sindicato dos Correios de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste Centro), Associação dos Professores Universitários da Bahia, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do RS (Sintrajufe-RS), Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Sindicato dos Químicos de Campinas, Osasco e Região, Sindicato dos Servidores de São Carlos, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal de Santa Catarina (Sintrajusc); mandato popular do vereador Werner Rempel (Santa Maria-RS), Agência Sindical, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais, Revista Fórum e centenas de contribuições individuais.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Leonardo Wexell Severo

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