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ToggleTá todo mundo vidrado com a eleição nos Estados Unidos. Hoje (3) de manhã eu estava lendo alguns jornais importantes mundo afora.
Na Alemanha, o Frankfurter Allgemeine, Francoforte sobre o Meno, em português de Portugal, dá uma página sobre a Covid nos Estados Unidos, com o mapa do país assinalando os principais focos. Corrieri de la Sera também publica uma página sobre a incontrolável pandemia. Para a humanidade, eu creio que o mais importante é a questão do descontrole sobre a pandemia porque isso se alastra para todo o mundo.
Itália, Portugal e Inglaterra já voltaram atrás no afrouxamento do isolamento social e estão impondo lockdown, o mesmo que estado de sítio.
Sob a eleição, o deus mercado vê vantagem de 6% a 8%, há quem diga 11% para Biden, muito melhor que Hillary, que tinha só 2%. Não obstante, estão com a pulga atrás da orelha com a possibilidade do Trump não aceitar o resultado. Com isso, as bolsas caíram e o dólar desvalorizou, lá. Ainda é cedo pra cantar vitória, pois a contagem de votos pode exigir algumas semanas.
Jornal Economico
Eles não comentam que a população, pela primeira vez na história, concorreu em massa as eleições. 100 milhões de eleitores, nada menos que um terço da população. Destes, 65 milhões votaram antecipado pelo correio e 35 milhões presencialmente. Presencial ou pelo correio, foi um gesto de afirmação de cidadania.
A esperança é que essas pessoas sejam aquelas que ocuparam as ruas nas principais cidades para dizer que vidas importam. Para quem se importa com a vida, Trump é uma excrescência que já provocou a morte de cerca de 250 mil pessoas. Mas ainda perde para os quase um milhão de mortos na guerra civil de 1861/65. É isso que eles querem?
Joe Biden disse que não aceita as ameaças de Trump. Trump tem as milícias armadas, os fanáticos da Ku Klux Klan. Biden tem a juventude e os negros para quem a vida importa.
Trump tem os novos ricos, que enriqueceram com as novas tecnologias e especulando com dinheiro no cassino global. Biden tem os velhos ricos e a simpatia do mundo cansado das diatribes do Trump.
É briga de gente grande, mas o dinheiro parece que se decidiu por Biden. É o que diz a The Economist.
Pra nós, abaixo do Rio Bravo, essa Nossa América irredenta, nada muda de concreto. A mudança é só na retórica. E como os ianques adoram sabujice, logo os vassalos do Itamaraty e das forças armadas estarão lá, beijando a mão, batendo continência para a bandeira estadunidense, seja para Trump seja para Biden.
Biden vai pressionar com questão ambiental. É importante, se conseguir pelo menos frear o ritmo da devastação.
Mas no que é essencial, nada muda. O general brasileiro continuará vice-comandante no South Comand em Miami; a base aeroespacial de Alcântara operada pelos ianques com proibição de brasileiros; a ideia de um mercado comum com Estados Unidos será enfatizada com voz macia.
Não se esqueçam de que Biden era vice-presidente do governo que através da Agência Nacional de Segurança, um órgão da presidência, espionava o Palácio do Planalto, a Petrobras e sabe-se lá quem mais. Um ato de guerra que resultou na implantação do caos que estamos vivendo.
E o Banco Central?
Enquanto todos vocês se distraem com a eleição nos Estados Unidos, agora mesmo, em Brasília, os senadores estão se reunindo virtualmente para aprovar a independência do Banco Central.
Há 30 anos que eles — o deus mercado — estão tentando aprovar isso e encontrando resistência do que ainda havia de sano, saudável, não demencial no Congresso Nacional. Sem nenhuma discussão, sem consulta pública, assim, reunidos virtualmente para aprovar a entrega do BC às raposas, ou melhor, aos abutres.
O PL 19/2019 é do senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas. Que o projeto estava em tramitação nós denunciamos aqui na semana passada. Também nos referimos que, segundo Roberto Requião, já há um acordo com os demais partidos para aprovação do projeto. Isso, inclusive do PT, o maior partido de oposição que deveria estar botando a boca no mundo contra essa ignomínia.
Prevê, entre outras barbaridades, um mandato fixo de quatro anos para o presidente do BC em períodos não coincidentes com o mandato do presidente da República.
Covid-19
Finados, o povo em luto pode ir chorar seus mortos não velados por conta do isolamento social. Já passam de 160 mil os mortos pela Covid. O mais grave, a linha continua ascendente, apontando que até o final ano estaremos com 200 mil mortos.
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