Pesquisar
Pesquisar

Eletrobras é uma luz trabalhista que se apaga

João Vicente Goulart

Tradução:

Chamar este governo de vendilhão, traidor do povo brasileiro, conspirador, corrupto, quadrilheiro, enquadrado pela primeira vez na história republicana com denúncia criminal e pessoal ao presidente Temer, este que seria o “condutor” da Nação brasileira, pela Procuradoria Geral da República, depois de mais nove de seus ministros, terem caído como frutos podres de uma mangueira, envolvidos em suspeita de corrupção, depois de negociar cinicamente bilhões de reais para manter-se na presidência, depois de manipular deputados com a mais indigna política de “toma lá dá cá”, depois de haverem , através da Reforma Trabalhista, esfacelado a CLT e a consequente extinção paulatina da justiça do trabalho, é pouco.

João Vicente Goulart*

2694_thumb_gMuito pouco diante do crime de lesa-pátria que estes quadrilheiros entrincheirados ilegalmente no Palácio do Planalto a serviço do golpe e do saqueio do mercado a quem representam, vão fazer com um dos grandes símbolos do nacionalismo brasileiro, a ELETROBRAS.

Hoje os quadrilheiros batem à porta da traição, ferindo o povo brasileiro, para apagar a luz brilhante de uma empresa criada para e pela manutenção da nossa soberania, através da independência de produzir e distribuir a energia necessária ao desenvolvimento do povo brasileiro.
Hoje os quadrilheiros batem à porta da traição, ferindo o povo brasileiro, para apagar a luz brilhante de uma empresa criada para e pela manutenção da nossa soberania, através da independência de produzir e distribuir a energia necessária ao desenvolvimento do povo brasileiro.

Em países com mais consciência do altruísmo que deve merecer a soberania de uma Nação, esta atitude do governo de colocar uma empresa estratégica para a soberania nacional na mão de agentes financeiros internacionais, é vender mais ainda nossa dignidade de brasileiros e submeter nosso povo à aquela imbecil defesa crítica dos argumentos de mercado, pelos meios de comunicação, como um grande negócio. Isso é coisa do Instituto Millenium, através dos seus tentáculos midiáticos.

Economia nacional não é resultado de mercado financeiro, como diariamente vemos os dois títeres William Waack e Sardenberg, tecer comentários na “Rede Bobo” sobre o “grande acerto” de privatizar tudo aquilo que com muito sacrifício, foi conquistado e pertence ao povo brasileiro. Economia moderna, humana, inclusiva, é hoje, não o tamanho do PIB, a flutuação do câmbio, a variação da bolsa de valores ou do déficit ou superávit da balança comercial. Economia hoje é a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano, custe o que custar.

Chega de venderem o nosso rico patrimônio público que ao nosso povo pertence, ao baixo preço da necessidade da incompetência do governo. De um governo ilegítimo, de um governo de indiciados, de um governo de quadrilheiros protegidos no Palácio do Planalto. Os ativos da Nação não são para aumentar ainda mais os gigantescos lucros de bancos, fundos e aplicações dos rentistas, que cada vez mais, sugam o suor dos trabalhadores brasileiros.

Já fizeram a mesma coisa com outras empresas estratégicas como o Vale do Rio Doce, privatizada por 3,3 bilhões e já valia na época dez vezes mais do que foi pago, a EMBRATEL, vendida no governo Fernando Henrique em uma operação “technicolor”, pois era hora de acabar com a “Era Vargas”, e o filme então, tinha de ser bem colorido. E falamos apenas e especialmente nestas duas empresas, pela história que nos toca.

A ELETROBRAS, obstaculizada pelas poderosas empresas americanas Light e outras, não pôde ser implantada no governo do Presidente Vargas, mágoa esta que o levou ao túmulo. Porém, o sonho de Vargas foi concretizado mais adiante no governo de Goulart, dez anos depois. Assim também a EMBRATEL, vendida no projeto de FHC, como bandeira neoliberal do “Fim da era Vargas”.

Vende-Pátria, Covardes, Canalhas! São palavras poucas a serem proferidas a estes assaltantes do povo, do seu patrimônio e da esperança de uma Nação mais justa e soberana.

Mais de quarenta estatais foram juntas, e privatizadas, naquele período de neoliberalismo para acabar com o trabalhismo.

Hoje os quadrilheiros batem à porta da traição, ferindo o povo brasileiro, para apagar a luz brilhante de uma empresa criada para e pela manutenção da nossa soberania, através da independência de produzir e distribuir a energia necessária ao desenvolvimento do povo brasileiro. 

Ladrões de esperança, ladrões de destinos, sicários da traição e coveiros do patrimônio público. Este é o atual governo golpista.

Getúlio Vargas, o grande líder do trabalhismo, em sua despedida ao povo brasileiro, dizia em um trecho da Carta Testamento:

“Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. ”

(Getúlio Vargas em sua Carta Testamento, agosto de 1954)

A Eletrobrás é uma empresa estratégica do povo brasileiro para o Brasil. Ela é fundamental para o domínio da tecnologia de nossa matriz energética, e a formação de jovens neste setor primordial, no modelo nacional de desenvolvimento e no orgulho de uma nação independente. A sua entrega a oligopólios, monopólios nacionais ou internacionais vão colocar o Brasil à mercê de tecnologias estrangeiras no setor energético de nosso desenvolvimento e a mercê de só termos novos investimentos em tecnologia da matriz energética nacional quando os senhores, novos proprietários, assim o entenderem.

É hora de unir todos os segmentos da sociedade brasileira e não ficarmos apáticos, conformes, inertes diante da entrega de um patrimônio estratégico.

Suplicamos a todos ainda, que detém um mínimo de brasilidade nesse Congresso, que a questão seja debatida. Devemos nesta hora chamar a sociedade para um grande debate, inclusive as Forças Armadas brasileiras, Exército, Marinha e Aeronáutica para serem conhecidas suas opiniões sobre, caso esta gigante da transmissão elétrica das redes em todo o Brasil, de toda a matriz energética nacional, passe a ser controlada por empresas estrangeiras e venham a ser operadas por agentes externos, colocando em risco a segurança nacional. Da mesma forma como hoje já temos um apagão virtual nas comunicações, caso as quatro teles estrangeiras que controlam nossas comunicações no Brasil, assim o desejarem.

É hora de reagir e unir a luta contra o entreguismo.

Se não, a próxima será a PETROBRAS.

A luz da ELETROBRAS se apaga, mas tenham a certeza que a voz histórica de nossos líderes, nos dará o clamor da rebelião e a força da resistência pertinente.

“A democracia que eles desejam impingir-nos é a democracia antipovo, do anti-sindicato, da anti reforma, ou seja, aquela que melhor atende aos interesses dos grupos a que eles servem ou representam. A democracia que eles querem é a democracia para liquidar com a Petrobrás; é a democracia dos monopólios privados, nacionais e internacionais, é a democracia que luta contra os governos populares e que levou Getúlio Vargas ao supremo sacrifício. ”

(Jango, Comício do 13 de março de 1964.)

*João Vicente Goulart, é escritor e presidente do Instituto João Goulart e colabora com Diálogos do Sul

Arte-composição da capa Verônica Goulart.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

João Vicente Goulart

LEIA tAMBÉM

Rumo à multipolaridade, Centro de Integração e Cooperação Rússia-América Latina é inaugurado no Brasil
Rumo à multipolaridade, Centro de Integração e Cooperação Rússia-América Latina é inaugurado no Brasil
O retorno de Trump, Lula e o resgate da classe trabalhadora no Brasil
O retorno de Trump, Lula e o resgate da classe trabalhadora no Brasil
Modelo falido polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso (2)
Modelo falido: polarização geopolítica e omissão de potências condenam G20 ao fracasso
Nova Lava Jato “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg
Nova Lava Jato? “Intromissão” dos EUA na compra de caças suecos é só a ponta do iceberg