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Em manifestação, milhares exigem democracia e eleições em setembro na Bolívia

Convocadas pela Central Obrera Boliviana e várias outras organizações, milhares de pessoas mobilizaram-se no país sul-americano em defesa da democracia
Redação AbrilAbril
AbrilAbril
Lisboa

Tradução:

No final de uma marcha em que participaram milhares de pessoas (vídeo), entre Senkata e La Ceja, na cidade de El Alto (departamento de La Paz), um conjunto de organizações sociais, com a Central Obrera Boliviana (COB) à frente, declarou que, caso o governo golpista persista em mudar as eleições de 6 de setembro para outubro, passará a outro tipo de ações, incluindo uma greve geral e cortes de estrada.

Estas organizações, afins ao Movimento para o Socialismo (MAS), exigiram ao Supremo Tribunal Eleitoral (STE) que ratifique a celebração das eleições gerais a 6 de setembro, sendo que esta já é a segunda data em que foram marcadas desde que o governo golpista liderado pela auto proclamada Jeanine Áñez assumiu o poder, em novembro de 2019.

“Damos um prazo de 72 horas ao STE para que se retrate e celebre as eleições a 6 de setembro e não a 18 de outubro”, afirmou o dirigente da COB Juan Carlos Huarachi, uma das principais promotoras da marcha a nível nacional.

“Se não for assim, se esta assembleia não for ouvida, a partir de 3 de agosto começa a greve geral por tempo indeterminado e o bloqueio de estradas em todo o país”, advertiu o líder na presença de manifestantes que também vieram de Cochabamba, Potosí e outros departamentos.

Huarachi, rodeado de indígenas com ponchos vermelhos que chegaram a El Alto de vários pontos do país em 29 autocarros grandes e 90 mini-autocarros, sublinhou que essas formas de protesto terão lugar nos nove departamentos da Bolívia, informa a Prensa Latina.

Convocadas pela Central Obrera Boliviana e várias outras organizações, milhares de pessoas mobilizaram-se no país sul-americano em defesa da democracia

Prensa Latina
"O problema do país não é o coronavírus, o problema é este governo incapaz", denunciou o líder da Central Obrera Boliviana

Trata-se de “um pedido do povo, um pedido das bases para recuperar a nossa soberania, a nossa dignidade; basta de desrespeito à democracia”, frisou o líder da COB.

Sobre o argumento oficial utilizado pelos golpistas para adiar as eleições – o da segurança face à pandemia de Covid-19  –, Huarachi demonstrou a sua falácia, afirmando que “o processo foi sendo politizado”, pois, enquanto adiam as eleições usando o pretexto do coronavírus, faltam ventiladores e equipamentos de bio-segurança, e “os nossos irmãos e companheiros são os primeiros a morrer”, disse.

“O problema do país não é o coronavírus, o problema é este governo incapaz”, denunciou, citado pela Prensa Latina.

De acordo com a Kawsachun News e a Kawsachun Coca, também houve mobilizações em cidades como Cochabamba, Sucre e Santa Cruz. Em Villa Tunari, localizada na província de Chapare, juntaram-se milhares de pessoas provenientes do Trópico de Cochabamba – uma região localizada no Centro do país, entre os Andes e as planícies amazónicas, onde o MAS e o ex-presidente Evo Morales têm forte apoio. Exigiram o fim da ditadura e da repressão, eleições limpas – a 6 de setembro – e democracia no país.

Redação Abril Abril


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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