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Em nova fase do acordo de paz, dissidências das Farc anunciam fim da prática de sequestro

Governo e guerrilha reiteram "compromisso na busca da paz" e disposição para resolver o conflito armado "mediante o diálogo respeitoso e construtivo"
Jorge Enrique Botero
La Jornada
Bogotá

Tradução:

Com o anúncio de que as dissidências das Farc, conhecidas como Estado Maior Central (EMC), cessarão a prática dos sequestros, concluiu-se em Bogotá o segundo ciclo de conversações de paz entre essa guerrilha e a delegação do governo nacional.

A ronda transcorreu em total hermetismo e apenas nesta tarde se deu a conhecer um comunicado conjunto das partes no qual reiteram seu “compromisso na busca da paz” e sua disposição para resolver o conflito armado “mediante o diálogo respeitoso e construtivo”.

Segundo a declaração, firmada pelos chefes da delegação do governo, Camilo González e Leopoldo Durán, serão postos em marcha vários mecanismos para aliviar a situação dos civis que vivem nas áreas mais golpeadas pela violência, enfatizando a implementação de “transformações territoriais”.

Governo e guerrilha acordaram também criar comissões para escutar as comunidades da região amazônica e os departamentos de Cauca e Antioquia.

Depois de agradecer às missões da ONU e da OEA na Colômbia, assim como à Igreja Católica e aos países garantes (Noruega, Venezuela, Suíça e Irlanda), as delegações anunciaram a realização de um novo ciclo de diálogos entre 9 e 18 de janeiro de 2024.

O tema da exclusão do sequestro como método para obter finanças ocupa o centro dos diálogos de paz que, paralelamente, ocorrem no México entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e a delegação do governo, agora presidida por Vera Grabe, que substituiu Otty Patiño, nomeado pelo presidente Gustavo Petro como o novo Comissionado de Paz.

Jorge Enrique Botero | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannavrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Jorge Enrique Botero Jornalista, escritor, documentarista e correspondente do La Jornada na Colômbia, trabalha há 40 anos em mídia escrita, rádio e televisão. Também foi repórter da Prensa Latina e fundador do Canal Telesur, em 2005. Publicou cinco livros: “Espérame en el cielo, capitán”, “Últimas Noticias de la Guerra”, “Hostage Nation”, “La vida no es fácil, papi” y “Simón Trinidad, el hombre de hierro”. Obteve, entre outros, os prêmios Rei da Espanha (1997); Nuevo Periodismo-Cemex (2003) e Melhor Livro Colombiano, concedido pela fundação Libros y Letras (2005).

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