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Foto: Xinhua

Encontro de Xi e Putin fortalece relação histórica e aliança contra ofensiva “dupla” dos EUA

“Juntos estamos defendendo os princípios de justiça e uma ordem mundial democrática que reflita as realidades multipolares e que se baseie no direito internacional”, declarou Putin
Daniel González Delgadillo
La Jornada
Pequim

Tradução:

Beatriz Cannabrava

Na última quinta-feira (16), em Pequim, o presidente da China, Xi Jinping, e seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, se comprometeram a fortalecer sua parceria estratégica, principalmente em matéria de defesa, economia e energia, bem como a trabalhar contra a pressão destrutiva e hostil dos Estados Unidos e por uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, enquanto ambas as potências celebram 75 anos de relações bilaterais.

Putin chegou com sua comitiva à capital chinesa, após assumir seu quinto mandato, e foi recebido com tapete vermelho em frente ao Grande Salão do Povo, onde uma banda de música tocou os hinos de cada um dos países e houve disparos de salvas.

Numa declaração conjunta, os líderes proclamaram que os vínculos entre China e Rússia resistiram à prova das rápidas mudanças no mundo, demonstrando força e estabilidade, e estão passando pelo melhor período de sua história, por isso se chamaram de parceiros prioritários a nível internacional, principalmente para a sua defesa.

Assim, mostraram no documento suas preocupações sobre os esforços dos Estados Unidos em matéria militar, como a violação do equilíbrio nuclear estratégico, sua defesa global antimísseis implantada na região da Ásia-Pacífico e na Europa, que ameaça a Rússia e a China; os planos para armas não nucleares de alta precisão, bem como a aliança militar com a Grã-Bretanha e a Austrália.

Pequim e Moscou “têm a intenção de aumentar a interação e reforçar a coordenação para contrariar o curso destrutivo e hostil de Washington em relação à chamada ‘dupla contenção’ de nossas nações”, indica o documento.

Sob este cenário, aprofundaram a “interação no âmbito militar, assim como a ampla gama de exercícios conjuntos e o treinamento de combate”, ressalta a declaração, com o que se reforçará a segurança regional e mundial. “O pacto alcança o espaço porque se opõem às tentativas de vários países de usar o espaço ultraterrestre para uma confrontação armada”, e aos campos da cibersegurança.

Em uma entrevista coletiva depois da reunião, que se contextualizou com as celebrações pelos 75 anos desde que a União Soviética reconheceu a República Popular da China (1949), Putin elogiou as conversas “cálidas” com seu par: “juntos estamos defendendo os princípios de justiça e uma ordem mundial democrática que reflita as realidades multipolares e que se baseie no direito internacional”, declarou.

Xi respondeu a seu “velho amigo” que a estreita relação entre ambos os países era “para sempre” e se havia convertido em um modelo para um novo tipo de relações internacionais. “A China está disposta a alcançar conjuntamente o desenvolvimento e o rejuvenescimento de nossos respectivos países, e a trabalhar juntos para defender a justiça no mundo”.

Xi destacou que ambas as partes concordaram que uma solução política para a crise da Ucrânia era a direção correta. Putin indicou que estava “grato” à China por seus esforços para tentar resolver “a crise na Ucrânia”.

O mandatário russo elogiou a “cooperação prática” dos países em reuniões com Xi, destacou seu comércio bilateral recorde do ano passado, ao mesmo tempo que enfatizou a importância de impulsionar os setores energético, industrial, além da cooperação agrícola, consignou o meio estatal russo Tass.

A visita ocorreu depois que Xi teve na semana passada uma intensa viagem pela Europa para estreitar alianças com seus pares da França, Emmanuel Macron; da Hungria, Viktor Orbán; e da Sérvia, Aleksandar Vučić. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, instou no mês passado as autoridades chinesas a abandonarem seu apoio à guerra da Rússia na Ucrânia.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

Daniel González Delgadillo

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