Pouco tempo antes de que no próximo fim de semana fique proibida a difusão de pesquisas eleitorais, antecipando os resultados do segundo turno da eleição presidencial do próximo dia 19 no Chile, outros dois informes conhecidos nas últimas horas coincidem em dar uma vantagem de até 13 pontos ao candidato esquerdista Gabriel Boric sobre seu rival ultradireitista José Antonio Kast.
A enquete feita pela firma Criteria, entre 25 e 29 de novembro e divulgada nesta quinta-feira, conclui que se as eleições fossem no próximo domingo, o deputado Boric, do Pacto Aprovo Dignidade obteria 54% dos votos contra 26% de Kast, da Frente Social Cristã.
O maior respaldo ao candidato da esquerda é da população entre 18 e 29 anos, em que alcance 71%, e entre as mulheres com 59%. Enquanto Kast é forte entre os homens, com 53%, e entre os adultos mais velhos: alcança 62% entre quem tem mais de 62 anos, e 60% no segmento de 55 a 64 anos, também obtém 55% entre os eleitores de maior renda.
65% dos entrevistado disseram estar “insatisfeitos” com os resultados do primeiro turno, efetuado em 21 de novembro, em que o conservador Kast se impôs com 27,9% (um milhão e 961 mil votos) contra 25,8% ( um milhão e 814 mil votos) de Boric.
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Previamente, a firma TuInfluyes reportou que em resposta à pergunta “se a eleição fosse no próximo domingo, por quem votaria para presidente do Chile”, Boric obteria 54% das preferência e Kast, 41%. Ou seja Boric teria 13 pontos de vantagem entre aqueles que asseguram que votaram no primeiro turno e que também votarão no segundo.
O sociólogo Axel Callís, diretor da firma, disse que o relevante dos resultados é que os números favoráveis a Boric se repetem em todas as sondagens conhecidas durante a semana.
Twitter / Gabriel Boric
Os números favoráveis a Gabriel Boric se repetem em todas as sondagens conhecidas durante a semana
“Temos já quatro enquetes que mostram uma mesma tendência, com magnitudes diferentes. Há que esperar até o sábado (quando se inicia o impedimento de divulgá-las), porque seguramente haverá mais estudos para confirmar essa linha ou não. Tenho a impressão de que há estabilidade, mas pode aparecer uma votação maior por Kast depois da faixa eleitoral (o período de propaganda televisiva e radial começa na próxima semana) e do debate da segunda-feira, 13”.
Além das projeções, o pinochetista Kast regressou nesta quinta-feira de uma intempestiva e pouco explicada viagem de três dias a Washington, onde se reuniu com o senador ultraconservador republicano Marco Rubio e com dirigentes de empresas com negócios no Chile. Segundo o candidato, foi promover os investimentos, mas se especulou que na realidade pretendia encontrar-se com o candidato outsider Franco Parisi, que vive no Alabama, e que no primeiro turno chegou em terceiro, com 12,8 por cento dos sufrágios, algo que não se concretizou.
Mas inclusive em seu setor se questiona a viagem não só por extemporânea e improdutiva, mas porque desperdiçou valiosos dias de campanha no terreno, diferentemente de seu contendor esquerdista que se concentrou com força em comunas populares de Santiago e no norte do país, onde seu desempenho no primeiro turno foi muito mal.
Depois do primeiro turno, ambos os candidatos concretizaram apoios: Boric o dos partidos da ex-Concertação (democratas cristãos, socialistas e radicais e Pela Democracia), assim como do Partido Progressista, os humanistas e outras forças menores; enquanto Kast conseguiu alinhar a oficialista centro-direita de Piñera.
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Ambos, à caça de 3,2 milhões de eleitores de outras cinco candidaturas e de sete milhões que se abstiveram, consentiram em reajustar seus programas de governo, da mesma forma como reconstituíram seus comandos de campanha.
Os 900 mil votos conseguidos por Parisi, majoritariamente no norte do país e dos setores de menor renda “apolíticos”, se transformaram em um cobiçado butim e tanto Kast como Boric aceitaram participar em um programa na Internet realizado por ele, embora separadamente.
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