O grupo mundial chamado de G20 se reuniu em Roma. O Brasil esteve representado por seu Presidente da República Jair Messias Bolsonaro. Triste e fraca representação.
Bolsonaro não teve uma agenda construída para dialogar com outros líderes mundiais, não foi acolhido nos momentos de descontração e café com a interrupção da reunião, saiu antes de concluir o evento para se encontrar com alguns poucos dos seus apoiadores, aliciados por um esquema montado por sua equipe. Ao sair do evento, tendo sido inquirido por repórteres, reagiu de maneira agressiva e seus guarda costas agrediram com socos um representante da imprensa. Enfim. Bolsonaro continua sendo Bolsonaro.
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Ficou contundente a dificuldade do Itamarati em preparar uma Agenda complementar para o Presidente se reunir para debater interesses mútuos do Brasil com outros países. Não seria o caso de realizar apenas encontros sociais, mas iniciar ou dar continuidade a diálogos que permitissem o Brasil ampliar suas relações internacionais, bilaterais tanto na área cultural, quanto ambiental e econômica. Afinal é isso que fazem as delegações dos Países que seguem para participar dos encontros internacionais.
Ao final, nem esteve presente para a fotografia símbolo do encontro do G20 com presença de todos os líderes mundiais participantes na reunião. Daí a indagação: o que foi fazer na Reunião do G20 ? Para nada. O Brasil queria tanto participar desse seleto clube mundial e agora tem um Presidente que não sabe manejar essas estruturas do poder mundial?
Com essas atitudes Bolsonaro fez com que o Brasil aparecesse como um pária em Eventos Mundiais.
Mas, Bolsonaro e sua equipe devem ter aproveitado muito bem o passeio turístico em Roma, com despesas pagas pelo orçamento do Brasil. Para o Brasil profundo, o Brasil dos desterritorializados, dos super explorados e até mesmo para a classe média… o “brazil” é o Brasil envergonhado. A viagem de Bolsonaro, enfim, não resultou em nada de bom. Foi absolutamente inútil para os interesses de nosso País.
Palácio do Planalto
Com essas atitudes Bolsonaro fez com que o Brasil aparecesse como um pária em Eventos Mundiais.
Fez turismo com sua equipe, isso sim… uma tristeza.
Visitou a municipalidade de Anguillara Vêneta onde teria nascido seu bisavó paterno. Ali, a Prefeita Alessandra Buoso eleita por um partido de extrema direita – neofascista, o recebeu com homenagem. Discursou emocionado abordando a história de seus antepassados. Visitou, acompanhado de neofascistas, o mausoléu onde há homenagem aos soldados que caíram na guerra mundial. Uma contradição em relação à postura do Brasil e Forças Armadas brasileiras na Guerra referida. Teve que enfrentar protestos de rua por pessoas indignadas com sua presença e com a homenagem que recebeu da Prefeita.
Em seguida foi visitar e mostrar sua “fé religiosa” na Basílica Santo Antonio de Pádua onde enfrentou as resistências dos religiosos que não o receberam para fazer a visita interna. Em outras palavras, além de rejeitado pelas lideranças mundiais, ainda foi rejeitado pelos religiosos que nem quiseram recebe-lo. O Prefeito de Pádua e o Bispo avisaram que não o receberiam de maneira oficial.
Enquanto tudo isso acontecia na Itália, Bolsonaro se esquivou de participar da Cúpula do Clima reunida em Glasgow na Escócia. Não faltaram acusações para o “capitão fujão”.
Para os cientistas do Mundo, o Brasil está sendo visto como causador de queimadas e desmatamentos na Amazônia, com a mineração depredadora, a grilagem e o avanço da fronteira agrícola sobre a Floresta, especialmente pelas bordas florestadas.
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Para os representantes dos Estados Unidos na COP26, não tem importância o fato do Presidente do Brasil não comparecer para a Conferência. O que importa em verdade são as propostas de ações concretas com um plano executável e sério. O Brasil é muito importante para o presente e o futuro do Planeta. Mas, em verdade ficou explicito que Bolsonaro “fugiu das pedras” tendo em vista o descrédito a que levou o Brasil na Cúpula do Clima. Bolsonaro se transformou em presidente do agro e no Brasil o agro tem se transformado em pó, que invade os municípios e se precipita em vendavais sobre as cidades, carregado de componentes de agrotóxicos.
O certo é interpretar a presença do “brazil” de Bolsonaro nos envergonhando seja em Roma, em Pádua, seja em Glasgow. O Brasil envergonhado pede perdão ao mundo, pelas atitudes nefastas de seu presidente da república.
Com as conclusões de Glasgow na Cúpula do Clima, o Brasil, pelos seus representantes oficiais, se comprometeu a investir e cessar o desmatamento. Promessa que não tem respaldo em sua história destes anos recentes e que não tem o crédito das demais nações do mundo.
O que justifica o Brasil esperar 9 anos para cumprir a Meta do desmatamento ZERO, conforme acordo firmado no recente final de semana em Glasgow? Se há sinceridade precisaria começar já. Agora, como disse nossa representante mulher-indígena em seu discurso na abertura da COP26?
Enfim, essa é uma parte da história do “brazil” de Bolsonaro em sua viagem à Europa. Este não pode continuar sendo o nosso Brasil.
Cláudio Di Mauro é geógrafo e ex prefeito de Rio Claro, Sp. Colaborador da Diálogos do Sul
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