Pesquisar
Pesquisar

Enquanto Lira e Aras ignoram investigar golpe de Bolsonaro, Oposição inicia retorno às ruas

Mesmo após apelo de instituições e parlamentares cobrando ação contra ameaças às urnas, procurador-geral e presidente da Câmara seguem em silêncio
Redação Revista Movimento
Revista Movimento

Tradução:

Ao que tudo indica, nas próximas semanas o Brasil testemunhará movimentos em massa em defesa da democracia e do processo eleitoral. Trata-se de uma reação às falas golpistas do presidente Jair Bolsonaro.

Detrator contumaz das urnas eletrônicas e da lisura das eleições, o chefe de Estado voltou a repetir mentiras sobre a existência de fraudes eleitorais e fez ameaças às eleições 2022 durante reunião com embaixadores na terça-feira (18). Ele também criticou os ministros Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes, respectivamente o ex, o atual e o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Assista na Tv Diálogos do Sul

No dia seguinte, mais de 40 procuradores federais dos Direitos dos Cidadãos de todos os estados e do Distrito Federal assinaram uma notícia-crime contra Bolsonaro. O documento, entregue ao procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda que o TSE já decidiu que os ataques ao sistema eleitoral não são protegidos pela liberdade de expressão e podem ser punidos pelo tribunal.

“A conduta do presidente da República afronta e avilta a liberdade democrática, com claro propósito de desestabilizar e desacreditar o processo e as instituições eleitorais e, nesse contexto, encerra, em tese, a prática de ilícitos eleitorais decorrentes do abuso de poder”, diz um trecho do documento.

Alerta: A embaixadores, Bolsonaro mente sobre eleições e eleva risco de golpe a novo patamar

Outra notícia-crime foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) por deputados de sete partidos de oposição. A representação contra os ataques infundados de Bolsonaro deverá ser encaminhada pelo Supremo à PGR. O documento destaca ainda que o uso de TV pública para a transmissão do evento de campanha também configura crime:

“Foi claramente a prática de um dos chamados crimes de lesa-pátria ou de traição contra seu povo, agora previsto expressamente no Código Penal, introduzido pela recém promulgada Lei nº 14.197/2022”. Os parlamentares ainda pedem que Bolsonaro seja investigado pelo crime de “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.

“Bolsonaro sabe que vai perder a eleição e acelerou a marcha para ameaçar o país com um golpe. O encontro com embaixadores ontem, forrado de mentiras e provocações, foi prova disso. A esse tipo de provocação respondemos não somente com o voto, mas com a mobilização.”, destaca Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Mesmo após apelo de instituições e parlamentares cobrando ação contra ameaças às urnas, procurador-geral e presidente da Câmara seguem em silêncio

Montagem
Instituições e parlamentares cobram ação de Lira e Aras contra Bolsonaro




Entidades defendem urnas

Além das representações oficiais, outras foram registradas nos últimos dias, contra as falas criminosas de Bolsonaro. Em nota, a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, manifestou “total confiança nas instituições eleitorais e no sistema de votação do país”. Também saíram em defesa da Justiça Eleitoral a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e associações da Polícia Federal.

Resta saber se a mobilização sensibilizará o procurador-geral da República, Augusto Aras, que sempre atuou como defensor do presidente e não da nação. Por ora, o procurador segue em silêncio, bem como o presidente da Câmara, Arthur Lira.


De volta às ruas

Na sexta-feira (22), mais de cem entidades que integram o movimento Fora Bolsonaro farão reuniões para decidir estratégias de reação popular às ameaças do presidente ao processo eleitoral. Entre as possibilidades, a retomada de protestos de rua. A deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS), faz coro à proposta: ”Bolsonaro está tentando intensificar sua agenda golpista. É preciso responder! Dia 11 de agosto é dia dos estudantes. Temos que tomar as ruas!”, sugere.

Revista Movimento é uma publicação teórico-política orientada para o debate de ideias entre os socialistas, a elaboração programática e a ação política.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Assista na TV Diálogos do Sul


Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:

  • PIX CNPJ: 58.726.829/0001-56 

  • Cartão de crédito no Catarse: acesse aqui
  • Boletoacesse aqui
  • Assinatura pelo Paypalacesse aqui
  • Transferência bancária
    Nova Sociedade
    Banco Itaú
    Agência – 0713
    Conta Corrente – 24192-5
    CNPJ: 58726829/0001-56

       Por favor, enviar o comprovante para o e-mail: assinaturas@websul.org.br 


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação Revista Movimento

LEIA tAMBÉM

Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial
Brasil, ciclo de violência: Segurança Pública exige menos repressão e mais investimento social
Sede do movimento estudantil de Rondônia segue ocupado por militares desde 1964
Tomada pela ditadura em 1964, sede do movimento estudantil de RO segue ocupada por militares
Frei Betto Fazer e comunicar as tarefas do Governo Lula para resgatar a confiança
Frei Betto | Comunicação é primeiro passo para Governo Lula melhorar percepção entre brasileiros
Recado à grande mídia brasileira Lula não tem o que aprender com Milei (1)
Recado à grande mídia brasileira: Lula não tem o que aprender com Milei