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Entidades e movimentos sociais denunciam golpe contra democracia na Bolívia

Segundo lideranças, inspirado em Juan Guaidó, derrotado nas urnas, o candidato da oposição Carlos Mesa estaria tramando autoproclamar-se presidente
Redação Diálogos do Sul
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

Entidades sociais se mobilizam na Bolívia e nos países vizinhos em defesa da democracia e contra o golpe articulado pelos neoliberais contra o resultado eleitoral de 20 de outubro que confirma Evo Morales no governo do Estado Plurinacional. Mesa estaria tramando autoproclamar-se presidente.

Segundo lideranças, inspirado em Juan Guaidó, derrotado nas urnas, o candidato da oposição Carlos Mesa estaria tramando autoproclamar-se presidente

Expresso
Bolivianos reelegeram Morales em primeiro turno

Em defesa da democracia, não ao golpe de Estado

As eleições gerais realizadas no domingo, 20 de outubro, no Estado Plurinacional de Bolívia, no qual mais de sete milhões de bolivianas e bolivianos emitiram seu voto, foram realizadas em total normalidade. Esta eleição foi acompanhada por mais de 240 observadores de diferentes organismos internacionais os quais ratificaram o veredicto.

O Órgão Eleitoral Plurinacional, máxima autoridade eleitoral na Bolívia, ainda não emitiu os resultados final. No momento, com mais de 95% das atas computadas, o candidato do Movimento ao Socialismo (MAS-IPSP), Evo Morales, mantém uma vantagem sobre o candidato da Comunidade Cidadã (CC), o ex presidente Carlos Mesa. De acordo com o procedimento boliviano, Evo Morales poderia resultar eleito no primeiro turno no caso de obter 10 pontos de diferença sobre Carlos Mesa, caso contrário se realizaria um segundo turno em 15 de dezembro.

O sistema eleitoral boliviano tem se caracterizado por ser seguro e confiável, como testemunharam organismos e observadores internacionais, ao ponto de colocar a disposição pública o arquivo Excel de contagem das atas de votação escaneadas para a fiscalização, como não sucede em nenhum outro país do mundo. Nesse sentido, não tem cabimento os chamados a desconhecer os resultados das eleições como estão fazendo alguns setores da oposição boliviana. Este roteiro tem sido repetido pelas forças mais reacionárias em alguns dos países da região, e inclui denúncia de “fraude” diante dos resultados que não os favorecem, desconhecimento dos resultados , chamados à resistência, queima de instituições e de urnas, com o objetivo de gerar um clima de violência que justifique a intervenção estrangeira sob alguma de suas formas.

Rechaçamos a escalada de violência desatada em Bolívia, o a[elo do candidato Carlos Mesa que resultou na queima da infraestrutura do Tribunal Eleitoral Departamental de Chuquisaca, Potosí e Tarija, no intento de tomar as instalações em que ainda se realiza contagem de votos. Além de ser um ato antidemocrático é também um ato racista que busca impedir que se contabilize os votos das áreas rurais, dispersas com maiorias indígenas e camponesas que historicamente apoiam a Evo Morales.

Reconhecemos como uma mostra de transparência a solicitação do governo boliviano a Organização de Estados Americanos, OEA, de realizar uma auditoria da apuração oficial realizada pelo Tribunal Supremo Eleitoral para dar certeza sobre os resultados.

Advertimos que nas próximas horas as forças de oposição proclamarão como presidente a Carlos Mesa, desconhecendo a institucionalidade democrática do país e gerando com isso maior confronto em um contexto com declarações racistas.

Nos pronunciamos a favor da soberania e a autodeterminação do povo boliviano e rechaçamos as declarações do secretário de Estado para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Michael G. Kozak, em que exige de Bolívia “restaurar a credibilidade no processo de recontagem de votos” , como se não tivesse sido cuidadosamente respeitado.

Finalmente, fazemos um chamado a defender a democracia de maneira pacífica e a acompanhar e respeitar a decisão do povo boliviano pressa nas urnas, seja o resultado que seja.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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