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ToggleO primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, participou, à frente da delegação do país, da 16ª Cúpula do Brics, realizada de 22 a 24 de outubro em Kazan, Rússia. Segundo o titular de Assuntos Exteriores etíope, Gedion Timothewos, o encontro foi concluído com importantes resoluções sobre cooperação econômica.
Timothewos mencionou a proteção ambiental e reformas do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nesse sentido, destacou o papel de Addis Abeba ao articular tanto suas próprias posições como as do continente africano em debates diplomáticos e com outros chefes de Estado em nível bilateral.
Sobre estas últimas, revelou que os países do Brics mostraram interesse em obter o apoio da Etiópia para tornar-se membro. Reiterou que estas discussões serviram para informar outras nações sobre a importância regional e os interesses fundamentais da nação africana.
O grupo Brics, integrado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se ampliou no início deste ano com a entrada da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Nesta recente cúpula, foram aprovados como membros associados Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
O bloco representa quase metade da população mundial, 40% da produção global de petróleo e cerca de 25% da exportação de bens.
Defesa de interesses nacionais
Abiy Ahmed expressou o desejo da Etiópia de acesso ao mar baseando-se no princípio do toma lá dá cá durante as conversações com os líderes dos países membros do Brics.
Ao dialogar sobre questões bilaterais e multilaterais à margem do conclave, Ahmed enfatizou que a busca de saídas marítimas se baseia em interesses compartilhados, segundo o ministro do Serviço de Comunicações do Governo, Legesse Tullu.
Dada a história, geografia, população e desenvolvimento econômico do país, Addis Abeba precisa ter saídas para o mar, enfatizou o chefe de governo africano nesses encontros, de acordo com Tullu.
O ministro etíope comentou que a proposta de Ahmed de reformar o sistema financeiro internacional e torná-lo mais inclusivo foi aceita por outros países, assim como a adoção de uma posição comum a esse respeito.
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A Etiópia também compartilhou as mudanças que está implementando em várias áreas, inclusive a reforma econômica e o desenvolvimento de capacidades institucionais, acrescentou. Ressaltou que a cúpula deu uma oportunidade para que Addis Abeba se beneficiasse mais do que era esperado nas áreas de economia, comércio, investimentos e outros campos.
De igual maneira, as decisões e posições comuns adotadas concordam com os interesses nacionais da nação africana.
Oportunidades para colaboração
Para o professor Costantinos Berhutesfa, especialista em Políticas Públicas da Universidade de Addis Abeba, a inclusão da Etiópia no Brics abre uma série de oportunidades para melhorar a colaboração econômica com os Estados-membros, particularmente na agricultura e na indústria.
Berhutesfa indicou que países como Brasil, China, Índia e Rússia possuem vastas terras agrícolas e utilizam tecnologias avançadas que a nação africana poderia adotar para aproveitar seus próprios recursos de maneira mais efetiva.
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Recordou que membros deste grupo econômico são reconhecidos por sua produção mineral, que é crucial para as transições energéticas. A esse respeito, continuou, poderiam aprender lições valiosas sobre a exploração de recursos graças à sua participação no Brics.
Destacou que a plataforma apresenta oportunidades financeiras para que os países em desenvolvimento, inclusive a Etiópia, avancem em suas iniciativas. “O Novo Banco de Desenvolvimento pode proporcionar à Etiópia os recursos necessários para projetos de infraestrutura, impulso minerário e otimização dos recursos hídricos”, garantiu.
Redefinições globais
Ainda ao ver de Berhutesfa, os membros do Brics podem contribuir para redefinir o panorama financeiro global, especialmente quando a economia global enfrenta desafios que afetam desproporcionalmente a África e outras economias em desenvolvimento. Mencionou que estes países criarão mecanismos destinados a abordar as disparidades financeiras globais.
O especialista destacou a perspectiva de que economias de rápido crescimento como a China desempenhem um papel vital no novo banco de desenvolvimento, facilitando o financiamento para os Estados-membros.
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Há também otimismo quanto à possibilidade de atrair investimentos com a implementação de importantes reformas macroeconômicas por parte do governo etíope, para integrar-se mais efetivamente à economia global.
Por último, também abordou o intercâmbio cultural que permite a nações membros, inclusive à Etiópia, compartilhar seus diversos patrimônios culturais e fomentar a diplomacia pública.