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ToggleQuatro testemunhas afirmaram, ao site The Intercept Brasil, que policiais que atuavam na segurança do candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mataram a tiros um homem desarmado em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, no último dia 17.
Na ocasião, o bolsonarista fazia um ato de campanha na comunidade. Sua equipe chegou a afirmar que o candidato foi vítima de um atentado. Depois voltou atrás mas afirmou que o episódio era “um recado do crime”.
De acordo com o site, as testemunhas que relataram o ocorrido vivem na comunidade e estavam na rua no momento dos disparos. Os relatos foram feitos nesta quinta-feira (27) em horários diferentes e “não apresentam contradições flagrantes”.
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Cinegrafista que captou imagens no momento da ação e foi pressionado a apagar os registros, pediu rescisão de seu contrato com a Jovem Pan
As identidades das testemunhas foram preservadas por segurança, uma vez que suas versões conflitam com os relatos de policiais registrados em um boletim de ocorrência protocolado na 89ª DP do bairro do Campo Limpo.
Segundo os agentes, o tiroteio teria sido começado após avistarem criminosos portando armas em motos em meio ao som de tiros de metralhadora.
A reportagem destaca que um vídeo que circula nas redes sociais mostra o corpo da vítima, Felipe da Silva Lima, de 28 anos, caído no chão, com um tiro no peito e cercado por policiais militares.
“Não há sinal de qualquer arma perto dele. O boletim de ocorrência informa ainda que os agentes não entregaram nenhuma arma que estivesse em posse dele à Polícia Civil de São Paulo”, aponta o site.
Em contrapartida, foram apreendidos um fuzil Imbel 5.56 e uma pistola .40 que seriam de policiais militares que atuam à paisana e estão entre os suspeitos de terem realizado os disparos contra a vítima.
Relato
De acordo com as testemunhas, cerca de meia hora após Tarcísio chegar ao local do evento em Paraisópolis, Felipe Silva de Lima e um homem, identificado como Rafael, foram de moto até um segurança que era policial à paisana e afirmaram: “a comunidade não quer vocês aqui, vão embora”.
No dia anterior, um membro da equipe de campanha do bolsonarista já havia recebido a informação de que a presença do candidato não era bem-vinda no local.
Após darem o aviso pessoalmente ao segurança, os dois homens, que trabalhariam para o tráfico de drogas da região, se deslocaram para a esquina da rua.
Na sequência uma rajada de tiros foi ouvida, afastada de onde ocorria o evento, e as testemunhas disseram que nenhum disparo foi feito contra a equipe de Tarcísio.
Após as ações, ainda de moto, Rafael e Felipe voltaram para falar com a equipe de Tarcísio, mas foram recebidos a tiros.
Felipe foi atingido no peito e Rafael conseguiu fugir. Mesmo após Felipe ser atingido, os seguranças continuaram atirando.
A versão dos policiais é de que Felipe e Rafael atiraram neles e outros suspeitos também teriam feito o mesmo.
Cinegrafista se nega apagar registro de pessoas à paisana atirando em Paraisópolis
Ontem (27), o repórter-cinematográfico Marcos Andrade pediu a rescisão do contrato dele com a Jovem Pan, após relatar que a equipe do candidato ao governo de São Paulo o estaria pressionando para apagar imagens do tiroteio em Paraisópolis.
A ordem para apagar as imagens teria partido de um agente licenciado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que faz parte da comitiva de Tarcísio.
Andrade, que tem experiência em coberturas difíceis e em áreas de conflito, foi o único a flagrar os momentos mais tensos do tiroteio, o que inclui registros dos seguranças atirando.
Ana Gabriela Sales | Jornal GGN
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