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Foto: Eva Ercolanese - PSOE / Flickr

Espanha: após ataques da ultradireita, Sánchez anuncia ferramentas contra fake news

Segundo o presidente do governo da Espanha, esse é o momento de criar medidas "para acabar com esses boatos e a desinformação que estão minando nossa convivência"
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Beatriz Cannabrava

O presidente do governo da Espanha, o socialista Pedro Sánchez, anunciou que desenvolverá “ferramentas contra as notícias falsas e a desinformação”.

Em entrevista ao jornal El País, e sobre a pausa de cinco dias que tirou para avaliar se valia a pena continuar no cargo, Sánchez afirmou: “acredito que tinha que explicar como me sentia ao conjunto da cidadania perante o que me pareceu um atropelo bruto e soez… Precisava saber se teria pessoas que pudessem se solidarizar com uma situação que me excede, que está minando e socavando a convivência em nosso país”.

Indicou que esta conjuntura é uma oportunidade para “fornecer ferramentas para acabar com esses boatos e a desinformação que estão minando nossa convivência”.

Quanto à sua substituição na liderança do Partido Socialista Operário Espanhol, explicou que “não chegou o momento da sucessão”. “Além do que se diz ou se especula, o certo é que o Partido Socialista é o partido da sua militância. E quando chegar esse debate, quem decidirá não serei eu. Serão os próprios militantes que decidirão quem será a pessoa que continuará a trajetória que Felipe (González), José Luis (Rodríguez Zapatero) e eu mesmo lideramos no Partido Socialista”.

Regimento Imortal

Cerca de 2 mil pessoas se manifestaram neste domingo (5) no centro de Madri em reconhecimento ao Regimento Imortal, integrado por pessoas, sobretudo de origem russa, que lutaram na Segunda Guerra Mundial para acabar com o fascismo na Europa e derrocar a Alemanha de Adolf Hitler.

Marcharam no centro da capital espanhola com bandeiras russas e de outros países que também participaram do conflito. Diversos coletivos de luta antifascista na Espanha ecoaram a convocatória para a manifestação, lançada a partir da embaixada da Rússia na Espanha através das redes sociais e com autorização prévia da Delegação do governo em Madri.

A marcha rememora o “Dia da Vitória” na Segunda Guerra Mundial, que os russos e os antigos países soviéticos chamam de Grande Guerra Pátria, em memória de todos os que lutaram na retaguarda para libertar o mundo do nazismo (1941-1945). Nessa guerra, cerca de 27 milhões de pessoas da extinta União Soviética perderam a vida. Esta marcha pretende justamente honrar sua memória.

A marcha, à qual se uniram cidadãos espanhóis cujos entes queridos foram testemunhas e vítimas da guerra, parou no Monumento aos Caídos pela Espanha, em pleno Paseo del Prado, onde a comitiva diplomática encabeçada pelo embaixador russo na Espanha, Yuri Korchagin, depositou junto à chama que arde permanentemente uma cesta de flores. Ali, o diplomata afirmou: “hoje é um dia não só para os russos, mas neste dia se recorda os caídos na guerra pela liberdade, por isso as pessoas trazem retratos de seus parentes, eu mesmo trouxe o do meu pai”.

Uma das manifestantes, Cristina Stolpovschih, de origem moldava, compareceu com a imagem de seu bisavô, que em 1945 chegou a Berlim com o Exército Vermelho, como integrante de uma divisão de infantaria motorizada. “Depois de derrotar a Alemanha, meu bisavô foi transferido para o extremo oriente, onde participou da invasão da Manchúria ocupada pelos japoneses”. E prossegue: “a festa dos russos tem um fundo diferente, já que se lembra da vitória sobre o nazismo, fato ao qual não se outorga tanta importância fora da Rússia”.

La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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