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Espanha arquiva investigação sobre programa que espionou Sánchez após descaso de Israel

Segundo a justiça espanhola, a invasão aos celulares do presidente e de outros políticos do país “pôs em xeque a própria segurança do Estado Espanhol”
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

O juiz da Audiência Nacional espanhola, José Luis Calama, dispôs diante de falta de colaboração de Israel que se arquive de maneira provisória a investigação aberta sobre a espionagem da qual foram vítimas o presidente do governo, Pedro Sánchez, e os ministros da Defesa, Interior e Agricultura, Margarita Robles, Fernando Grande-Marlaska e Luis Planas, respectivamente, e que infectaram os telefones celulares através do programa Pegasus. 

O magistrado decidiu pelo arquivamento provisório pela “absoluta falta de cooperação jurídica” por parte do Estado de Israel, que nem deu informação nem respondeu aos requerimentos realizados.

Além do presidente espanhol, 61 políticos pró-independência da Catalunha foram espionados

No auto, o juiz explica que a espionagem “pôs em xeque a própria segurança do Estado Espanhol”, por isso lamentou “não poder seguir adiante com a causa por revelação de segredos”. 

Adverte que de acordo com os indícios reunidos ao longo da investigação, a invasão ao celular do presidente do governo se produziu em cinco ocasiões, entre outubro de 2020 e dezembro de 2021. 

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No auto, o juiz afirma: “Lamentavelmente, neste momento do processo, transcorrido mais de um ano desde a emissão da citada comissão rogatória não se recebeu resposta alguma, apesar de haver sido objeto de ampliação por uma vez, e reiterado o comprimento em outro par de ocasiões. Este silêncio evidencia claramente uma absoluta falta de cooperação jurídica por parte do Governo de Israel. O que permite presumir que a comissão rogatória em questão, quatro vezes remetida, não vai ser completada nunca”.

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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