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Espanha: PP promete ações para mulheres e imigrantes, mas mantém pacto com Vox

Todas as pesquisas auguram um triunfo do bloco conservador, apenas de ter sido registrado um ligeiro despertar à esquerda nos últimos dias
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Às vésperas de se iniciar formalmente a campanha eleitoral para as eleições gerais do próxima 23 de julho, o aspirante do direitista Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, apresentou seu programa de governo, no qual marcou distâncias com seu potencial sócio de extrema direita, Vox, e vai dirigido para a violência de gênero, migração e o conflito territorial na Espanha. 

Apesar das campanhas começarem oficialmente nesta sexta-feira, todas as formações políticas estão entregues a elas desde o próprio dia de sua convocatória, no passado 29 de maio, um dia depois que a esquerda sofreu sua pior derrota em décadas pela perda do poder autônomo e municipal.

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Por isso todas as pesquisas auguram um triunfo inequívoco do bloco conservador, se bem que nos últimos dias se registrou um ligeiro despertar do eleitor das esquerdas, assustado ante uma coalizão de governo com Vox, uma formação extremista que defende ideias xenófobas e homofóbicas, que despreza a migração e repudia os nacionalismos independentistas da Catalunha, do País Basco e da Galícia. 

Núñez Feijóo apresentou neste contexto seu programa eleitoral, um dia depois de ser reconhecido que, se necessitar os votos do Vox para ganhar nas próximas eleições, não duvidaria em integrá-los ao seu próprio Executivo. 

PP e Vox, de direita e ultradireita, ignoram violência política contra mulheres na Espanha

Quanto à violência machista, declarou que se compromete a “erradicá-la”. “Não admitiremos passos atrás em um assunto tão grave, que ademais conta com um consenso impressionante na nossa sociedade”, assegura o programa, no qual se compromete a manter o Pacto de Estado contra a violência de gênero ou reforçar as unidades de atendimento à família e à mulher.

Sobre a migração, na qual o Vox advoga por expulsar a todos os indocumentados, o PP propôs a aplicação de um sistema de “pontos” para trabalhar na formação, as competências linguísticas e a capacidade inovadora para “fomentar a migração legal”. 

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Entretanto, o presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, tenta destruir a imagem de estar alheio aos problemas sociais que lhe foram atribuídos por seus oponentes e alguns meios de comunicação. “Não têm nada contra mim. Sou um político limpo. Posso mudar de opinião, mas não minto”, assegurou em uma entrevista à Tele5.

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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