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Dilma Rousseff, qualificou de “violação da soberania e dos direitos humanos” a espionagem dos EUA na América Latina e no Brasil. Segundo Dilma, “As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem um fato grave que atenta contra a soberania nacional e os direitos individuai e é incompatível com a convivência democrática entre países amigos”.
O certo é que o Brasil é um dos tantos países vigiados pela rede de espionagem dos Estados Unidos. Segundo o ex técnico da Agencia de Segurança Nacional (NSA), Edward J. Snowden, grande parte das comunicações na América Latina são interceptadas por Washington.
As revelações de Wnowden – que também proporcionaram detalhes sobre a espionagem estadunidense a seus aliados da Europa e se converteram em um escândalo mundial – só corroboram desde há muito tempo vem sendo denunciado por líderes latino-americanos.
“Mais que revelações, são confirmações do que pensávamos que estava ocorrendo”, frisou a presidenta argentina, Cristina Fernández, depois de conhecer essas informações.
Pouco antes, o falecido presidente da Venezuela, Hugo Chávez; o chefe de Estado da Bolívia, Evo Morales e do Equador, Rafael Correa, declararam publicamente que por tras dos atos golpistas e desestabilizadores ocorridos nesses países estava a mão de Washington, também com sua rede de espionagem.
Esses fatos da administração estadunidense com sua vasta rede de vigilância das comunicações causou um mal-estar generalizado por constituir franca violação do direito internacional e da soberania da América Latina.
Tal o alcance dessa atitude que os países afetados assim que souberam dessa intromissão pediram explicações ao governo de Barack Obama, analisaram o tema nos organismos de integração regional e decidiram leva-lo à 68o Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Não estamos de acordo, de maneira alguma, com uma interferência desse tipo no Brasil nem em nenhum outro país”, disse a presidente brasileira.
Também Argentina, Equador, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Paraguai, Chile, Peru e El Salvador caíram nos tentáculos do programa de vigilância da NSA.
Que objetivos têm os Estados Unidos para tais atos nesta região considerada de paz e para cúmulo, até com os amigos?
Segundo Snowden informou ao jornalista Glenn Greenwald, tornada pública pelo jornal O Globo, a NSA reuniu dados militares e de segurançaa de alguns países, bem coo informação sobre empresas comerciais, da estatal Petróleos de Venezuela e do petróleo e recursos energéticos do México.
As operações para usurpar informação foi feita através de escutas telefônicas, acesso a dados na internet e introduzindo-se nos servidores de companhias como Google, Facebook e Skype.
Na América do Sul está a reserva de petróleo maior do mundo e há abundantes recursos aquíferos, gasíferos, minerais e uma grande biodiversidade. Do ponto de vista geoestratégico tem bordas para os oceanos Atlântico e Pacífico e no Norte para o Caribe, o que justifica o interesse por manter esse controle.
“Há documentos que indicam que um dos temas sobre os que mais espiam no México é energia e petróleo”, assegurou Greenwald.
Também a presidenta da empresa brasileira Petrobras, Graça Foster, admitiu a possibilidade de que sua empresa tem sido objeto de ataques cibernéticos para interceptar informação.
Para Obama, o objetivo é lutar contra o terrorismo e as armas de destruição em massa em favor da cibersegurança e da segurança nacional. Este discurso não convence a América Latina porque, além das denúncias em diversos cenários contra esse proceder, a região revisa seus serviços de inteligência a fim de evitar a ingerência do império.
Até mesmo nos Estados Unidos, várias companhias começaram uma campanha chamada “stop watching us” (parem de vigiar-nos) contra os programas secretos de espionagem.
Snowden assegura que para Washington “o fato de não saber tudo sobre todo o mundo representas uma crise existencial e se tem a impressão de que violar as normas é normal. Dado que as pessoas o odeiam por não cumprir essas normas, o não cumprimento se converte em uma questão de sobrevivência” asseverou.
*Prensa Latina de La Habana para Diálogos do Sul