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“Raphael Martinelli lutou pela anistia, pelas eleições diretas, e hoje dirige o Fórum de Ex Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo onde comanda a luta pela punição dos torturadores e a justa reparação aos que lutaram pela democracia, direitos humanos e a liberdade”.
Raphael Martinelli, neste sábado 27 de setembro, lançou o livro que é um pouco da história da sua vida. E que vida!
A vida de Raphael Martinelli é a história das ferrovias brasileiras, do movimento sindical, do PCB / Partido Comunista Brasileiro, do Agrupamento Comunista de São Paulo e da ALN / Ação de Libertação Nacional, que ajudou criar junto com Carlos Marighella. É também a história dos presos políticos, do Fórum Sindical de Debates, das lutas operárias de todos os tempos, das lutas contra a ditadura e pela anistia e da fundação do PT / Partido dos Trabalhadores.
Raphael Martinelli está completando 90 anos. Lúcido e aguerrido como quando ajudou a fundar o Pacto de Unidade Sindical e o Comando Geral dos Trabalhadores, numa época em que o Brasil fervia nos debates pelas reformas de base, reformas estruturais profundas propostas pelo governo de João Goulart, deposto pelo golpe de estado que implantou a ditadura militar de 1964 a 1988.
Tão combativo e respeitado como líder quanto nos tempos que era capaz de paralisar o país numa greve geral por telefone.
Dialogou com todo tipo de autoridade em todas as esferas do governo ou da iniciativa privada. Nunca deixou de ser o ferroviário e lapiano, filho de imigrantes italianos, morador do bairro da Lapa, na Capital de São Paulo, onde nasceu e foi criado, jogou futebol, sempre num ambiente de operários, numa família de ferroviários.
Fundador do PT, Raphael Martinelli não se conforma em ver que o partido com o qual sonhou mudar o Brasil está contribuindo para destruir as ferrovias e até o futuro de seu velhos companheiros de trabalho ao extinguir a organização de Previdência dos ferroviários.
Incansável, continua viajando por esses Brasis afora, a assessorar sindicatos de ferroviários, a instigar a juventude a que olhem criticamente essa nossa realidade. Martinelli lutou pela anistia, pelas eleições diretas, e hoje dirige o Fórum de Ex Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo onde comanda a luta pela punição dos torturadores e a justa reparação aos que lutaram pela democracia, direitos humanos e a liberdade. O livro, escrito por Roberto Gicello Bastos, editado por Ary Normanha, tem o sugestivo nome de Estações de Ferro – Raphael Martinelli, e cada capítulo é uma estação.
O lançamento do livro foi na sede do Sindicato dos Ferroviários, em local que leva seu nome, pois pertencia a Rede Ferroviária Federal e hoje abriga trabalhadores graças a tenacidade do Martinelli. Uma justa homenagem ao eterno revolucionário. Tudo que fez e faz é por amor a seu povo e sua pátria.
* Paulo Cannabrava Filho é editor da Diálogos do Sul.