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Estado Palestino é crucial para paz no Oriente Médio, defende União para o Mediterrâneo

Organização que agremia países árabes e europeus se reuniu nesta segunda (27) e denunciou os bombardeios indiscriminados contra a população civil palestina
Armando G. Tejeda
La Jornada
Madri

Tradução:

Países árabes e da União Europeia deram, nesta segunda (27), um apoio a dois pontos fundamentais para pacificar o Oriente Médio: reconhecer o Estado palestino e fortalecer a Autoridade Nacional Palestina (ANP) na região, incluída Gaza, para a construção de um paz duradoura. 

A União para o Mediterrâneo (UpM) celebrou em Barcelona seu VIII Foro Regional, com os 43 países que integram esse mecanismo, incluída a Palestina, enquanto Israel declinou comparecer ao encontro, assistido pelos chanceleres de 27 nações, que também denunciaram os bombardeios indiscriminados contra a população civil palestina.

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O anfitrião do encontro, o ministro de Assuntos Exteriores espanhol, José Manuel Alvares, apelou à “comunidade internacional” que “não perca mais tempo”:

“A UpM não pode permanecer alheia à tragédia que se está vivendo em Gaza e no Oriente Próximo. Assim, esperamos que esta reunião sirva para fazer um apelo à ação e para mobilizar-se pela paz, uma paz que deve ser definitiva, nunca mais devemos ver tantos civis inocentes mortos. Hoje devemos nos unir para estabelecer um Estado palestino junto a Israel que, com o respaldo e a garantia de toda a comunidade internacional, contribuirá decisivamente para garantir a paz e a segurança em toda a região”. 

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Alvares compareceu junto ao seu par palestino, o Riad Al Maliki, da ANP, que asseverou que o Hamas, que ganhou as eleições no enclave costeiro em 2006, deu “o golpe de estado contra a Autoridade Palestina na faixa de Gaza há 17 anos e deste então eles decidiram assumir a parte da segurança da faixa de Gaza e deixaram a nós a parte administrativa. 

“E desde esse golpe de Estado até hoje mantivemos 60 mil empregados públicos, pagos por nós, localizados em Gaza, funcionando e trabalhando e oferecendo serviço a toda a população na faixa de Gaza. Somos uma autoridade responsável, oferecemos nosso trabalho em todo o território palestino ocupado, tanto na faixa de Gaza como na Cisjordânia, e vamos continuar fazendo”, advertiu. 

Organização que agremia países árabes e europeus se reuniu nesta segunda (27) e denunciou os bombardeios indiscriminados contra a população civil palestina

Foto: UpM/X
Segundo o príncipe saudita, Faisal bin Farhan, é necessário exigiu “ um plano sério e crível de paz que passe pela solução de dois Estados”




Dois Estados

O secretário-geral da UpM, Nasser Kamel, também apoiou como via de solução o reconhecimento dos “dois Estados”, ao mesmo tempo em que condenou tanto o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, como o “castigo coletivo por parte de Israel à população palestina

Igualmente, o príncipe saudita, Faisal bin Farhan, exigiu “pôr fim às operações militares para avançar para um plano sério e crível de paz que passe pela solução de dois Estados”.

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O vice-primeiro-ministro da Jordânia, Ayman Safadi, insistiu em que os acontecimentos em Gaza cumprem os requisitos de genocídio, e apontou que “os palestinos têm direito a escolher quem os dirige. Temos que ter muito cuidado em só ver Gaza. Gaza tem que ser vista como uma parte de todo o território palestino ocupado, e ver só Gaza de forma isolada é alimentar o conflito futuro”. Neste sentido, pediu “em primeiro lugar, frear a destruição de Gaza, e em segundo lugar conseguir um governo de Gaza e da Palestina”.

Finalmente, em relação ao conflito diplomático aberto entre a Espanha e o Estado de Israel, o chanceler Albares informou que pedirá explicações à embaixadora israelense no país, Rodica Radian-Gordon, à qual, além disso, pedirá “garantias” para que não se voltem a verter “acusações completamente falsas” contra o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, ao qual Israel acusou de “apoiar o terrorismo”.


Arnaldo Otegi

Arnaldo Otegi, o histórico dirigente da esquerda separatista basca, decidiu não ser o próximo candidato do EH-Bildu para a presidência do governo basco nas eleições que se celebrarão no segundo trimestre do próximo ano. 

“Decidi não me apresentar nem me postular para ser candidato a lehendakari. O meu lugar não está no Parlamento”, assinalou o líder abertzale, que centrará seus esforços em manter coeso seu partido. 

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Otegi finalmente decidiu renunciar à candidatura para presidência do governo basco, à qual ajudaria pela primeira vez depois da ilegalização de sua formação política, Batasuna, em 2003. 

Tem 65 anos e uma longa trajetória de ativismo no País Basco, na qual inclusive foi condenado a prisão várias vezes, a última em 2009, da qual foi libertado em outubro de 2016, o que supôs em sua carreira política o impulso definitivo para liderar a coalizão do EH-Bildu, que hoje em dia tem amplas possibilidades de ser o partido mais votado na região, incluso na frente do historicamente hegemônico Partido Nacionalista Basco (PNV), que já tem como candidato o deputado autônomo Imanol Pradales.

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Otegi assumiu a decisão a título pessoal, com a intenção de dedicar mais tempo à família, mas também para centrar-se no funcionamento interno do partido que, se não houver mudanças imprevistas, seguirá liderando. Assim explicou: “Me toca postular-me, não para ser o candidato dos três territórios (de Euskadi), mas sim para ser outra vez o coordenador-geral do Eh-Bildu, porque as tarefas em termos táticos e estratégicos que vamos ter, além de ser apaixonantes, vão ser importantes”. 

Além disso, o líder basco advertiu que é necessário deixar o relevo a uma “nova geração que encarne os valores emergentes da sociedade basca. Tocar, dialogar, fiar fino, ser prudentes, ambiciosos e construir grandes acordos entre diferentes é o desafio”, explicou. 

Armando G. Tejeda | La Jornada, especial para Diálogos do Sul – Direitos reservados.
Tradução: Beatriz Cannabrava


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.
Armando G. Tejeda Mestre em Jornalismo pela Jornalismo na Universidade Autónoma de Madrid, foi colaborador do jornal El País, na seção Economia e Sociedade. Atualmente é correspondente do La Jornada na Espanha e membro do conselho editorial da revista Babab.

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