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Estadunidenses aceleram planos de viagem a Cuba

Revista Diálogos do Sul

Tradução:

Leonel Nodal*

El_Capitolio_Havana_CubaIr a Cuba parece prestes a converter-se na mais atraente oferta para férias nos Estados Unidos, a julgar pelos planos de venda de operadores, linhas aéreas e cruzeiros.

“A Ilha Proibida”, nome dado a um filme rodado uns meses antes do degelo iniciado entre Washington e Havana, em 17 de dezembro passado, parece agora um paraíso situado na virada da esquina.

Alguns analistas pensam que logo estará ao alcance de todos, inclusive dos viajantes que não podem enfrentar uma custosa visita em um luxuoso cruzeiro.

As ofertas de turoperadores e agências de viagens adquirem proporções inusitadas.

O assunto tornou-se viral, uma verdadeira febre, contagiando todos os atores da indústria do lazer, que inventam as mais engenhosas fórmulas para adaptar-se –por enquanto- às restrições vigentes impostas pelo Departamento do Tesouro.

Enquanto isso, os mais influentes porta-vozes da Indústria Turística afinam a pontaria e lançam seus dardos contra a impopular proibição de viajar para Cuba, imposta aos cidadãos norteamericanos há 55 anos.

Em um exemplo do alcance do movimento a favor de um rápido início do redescobrimento da Ilha, um titular lembra que a ASTA –a poderosa Associação de Agências de Viagens e de Turoperadores dos Estados Unidos- soma-se aos pesos pesados que lutam pela abertura ou supressão da restrição de viajar para Cuba (ASTA Joins Heavy Hitters in Fight for Open Travel to Cuba. Travel Pulse, 9 de julho de 2015).

A temperatura da “febre das viagens para Cuba” está aumentando constantemente. Basta ler algumas das manchetes de jornais especializados que cada dia trazem uma nova iniciativa para burlar ou romper esse vestígio do bloqueio.

Descrevem a maior das Antilhas em folhetos impressos recentemente como “um destino único, de sol e diversão, desconhecido dos viajantes norteamericanos.”

Empresas de maior porte, como a Apple Vacations, uma das maiores agências de venda de pacotes para um público massivo, já estão oferecendo suas excursões, com datas precisas e preços competitivos, sem medo de uma mudança do vento, cancelamentos ou imprevistos.

Os turoperadores agem com a certeza de que não há volta atrás na rota aberta para a ilha, situada a apenas 180 quilômetros, e que deve adquirir maior solidez a partir de 20 de julho, com a abertura da embaixada cubana em Washington, que será seguida pela dos Estados Unidos em Havana.

Meios especializados citam em suas manchetes novas ideias e planos que ilustram uma gestação que verá a luz o mais tardar (segundo eles) dentro de 40 semanas, como um bebê ansiosamente esperado.

Por exemplo, Travel Pulse informa: Apple Vacations Cuba Programs Go On Sale (Começa venda de programas da Apple Vacations) e outro afirma que a mesma companhia propõe-se a oferecer “excursões a Cuba mais curtas e acessíveis” (Apple Vacations To Offer Shorter, More Affordable Cuba Tours). Na mais recente das notas desta empresa dizia-se, em 9 de julho passado, que “as vendas começam hoje” (Apple Vacations new Cuba vacation package product goes on sale today, July 9, at 11 a.m. EST)

Segundo o qualificado jornal, “viajar para Cuba ingressa em uma nova era com a entrada no mercado cubano de Apple Vacations, uma das maiores vendedoras de pacotes de viagens de massa.” Cuba –acrescenta- está mais perto, ainda que não imediatamente, devido a que “ainda não é legal para os norteamericanos ir a Cuba estender-se na areia da praia e fazer o que bem entenderem”.

O mercado cubano –afirma o articulista David Cogswell- esteve até agora dominado por turoperadores especializados, que aprenderam como operar dentro do complexo sistema de restrições imposto pelo Departamento de Comércio.

Apple está oferecendo pacotes de cinco e sete dias, informa. Para cumprir as exigências vigentes, Apple trabalhará em sociedade con Cuba Travel Services, que freta voos charter para Cuba partindo de Miami, em aviões de American Airlines e Sun Country Airlines.

O programa, com um preço de 2.233 dólares por pessoa em quarto duplo, tem suas próximas saídas marcadas para 5 de setembro e 17 de outubro. A companhia prevê um número maior de saídas em 2016.

Por sua parte, a operadora mundial de cruzeiros Carnival já iniciou as vendas (Corp Opens Sales on Cuba Cruises, Tue July 07 2015 TRAVEL PULSE).

A empresa de navegação, que já conta com a aprovação do governo norteamericano para operar cruzeiros para Cuba, anunciou que prevê iniciar suas operações em maio de 2016, em semanas alternadas, e já estuda os possíveis itinerários para visitar pelo menos três destinos.

Esta será a primeira vez nos últimos 50 anos que um cruzeiro pode pegar passageiros dos Estados Unidos para Cuba e voltar, em uma linha de ida e volta, exclamou entusiasmado o presidente da Carnival, Arnold Donald. Em declarações à imprensa, disse, com visível satisfação: “será um acontecimento histórico”. Essas e outras expressões semelhantes matizam o ambiente atual das companhias turísticas que se disputam um lugar no promissor mercado cubano.

*Colaborador de Diálogos do Sul, de La Habana, Cuba – Tradução de Ana Corbisier


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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