Desde sua campanha, Bolsonaro elegeu a educação como uma de suas batalhas centrais. Como analisamos em recente texto, seu programa para essa área é abertamente reacionário e retrógrado, e se relaciona com as demais frentes de ataque da ofensiva burguesa contra as classes dominadas em nosso país. Ofensiva que se agravou com o desencadear da crise econômica que até hoje emperra a acumulação capitalista em nosso país.
Além de aumentar o aspecto repressivo das instituições educacionais, com a militarização de escolas civis e ampliação das militares em si; de reforçar a censura e a repressão a professores, estudantes e em livros didáticos; de requentar um civismo moribundo, o governo Bolsonaro tem reforçado um discurso de ensino tecnicista para os trabalhadores, que devem se adequar ao máximo a uma formação curta, barata e que atenda por completo as necessidades atuais do capital de uma nação dominada (inclusive, eliminando cursos de humanidades).
Uma das formas de atingir esse último objetivo é a redução do investimento em educação e pesquisa em nosso país (ainda mais!). Aliás, esse é também um imperativo das reformas econômicas que buscam a retomada dos lucros dos capitalistas, inclusive reformulando o “tamanho” e as “prioridades” de seu Estado.
Apesar dos fortes confrontos no Ministério da Educação desde o início de 2019, que inclusive resultaram na troca do anti-comunista/olavete dirigente de plantão (Vélez por Weintraub), o governo tem conseguido implementar vários pontos de sua cartilha.
Como tem sido amplamente noticiado, esse ministério aplicou um corte bilionário na educação no início desse mês de maio.
![Bolsonaro, como novo gerente de plantão do capital, é mais um inimigo do estudante, do professor, e de todo o povo trabalhador](https://dialogosdosul.operamundi.uol.com.br/wp-content/uploads/2023/10/68ed0f1d-01a1-49cb-bd8b-774ead89921f.png)
Cem Flores
Não vai ter corte, vai ter luta!
Primeiro, Weintraub informou que seria cortado 30% do orçamento apenas da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), como “punição” ao seu movimento estudantil e suas atividades políticas e culturais. Importante lembrar que a UFF, por exemplo, foi a instituição onde a bandeira antifascista foi hasteada durante as últimas eleições presidenciais – faixa esta censurada pela justiça à época. Ato que depois foi reproduzido na UnB.
Depois, o corte foi expandido para todos os níveis e modalidades educacionais. De creches à educação de jovens e adultos, passando pela pós-graduação, transporte escolar, livro didático… Caindo por terra a balela de que o governo priorizaria a educação básica: Bolsonaro, como novo gerente de plantão do capital, é mais um inimigo do estudante, do professor, e de todo o povo trabalhador!
Já que é mais um inimigo declarado, e que não tem nada a oferecer a não ser mais descaso e destruição, estudantes e professores de todo o país entenderam que é preciso, mais uma vez, tomar as ruas, as escolas, as universidades. Compreenderam, de forma acertada, que esse é o único caminho para manterem suas condições de vida, estudo e de trabalho; sua perspectiva de um futuro menor pior; sua dignidade e orgulho.
Logo quando do anúncio dos cortes, forte oposição nas redes sociais se fez presente. O abaixo-assinado online “Em defesa das Universidades Públicas Brasileiras” ultrapassou 1 milhão de assinaturas. E, até o presente momento, já são várias manifestações que ocorreram pelo país, e outras estão marcadas. Além de uma Greve Nacional da Educação estar convocada para dia 15 de maio.
A luta apenas começou! Como dizem os coros que entoam as manifestações: