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"EUA dão cheque em branco para governo colombiano assassinar ativistas", diz analista

Sérgio Rodríguez apontou que já há algum tempo vem advertindo para o perigo da “agressividade imperialista", como opção para fazer política
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Bogotá

Tradução:

Em um artigo publicado por Sputnik, o especialista Sérgio Rodríguez apontou que já há algum tempo vem advertindo para o perigo da “agressividade imperialista”, como opção para fazer política nos marcos da democracia representativa.

Nesse contexto, opinou, a decisão de um grupo importante de combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) encabeçados pelos comandantes Iván Márquez e Jesús Santrich aponta para as transcendentais consequências políticas não só para a Colômbia, mas também para a região e para todo o planeta.

Rodríguez expressou que “existe um ambiente no qual se supõe que as FARC devem à sociedade, enquanto o Estado colombiano cumpriu sua tarefa e deu uma oportunidade à guerrilha para se reinserir “.

Não foi assim: as conversações em Havana se deram entre duas forças militares beligerantes, nenhuma das quais pôde derrotar militarmente a outra. 

Por isso ambas chegaram à conclusão de que a guerra (como continuação da política) não tinha solução no terreno bélico e se devia buscar uma alternativa no campo do diálogo e da negociação, explicou.

Sérgio Rodríguez apontou que já há algum tempo vem advertindo para o perigo da “agressividade imperialista", como opção para fazer política

Wikimedia Commons
O perigo da “agressividade imperialista", como opção para fazer política nos marcos da democracia representativa

Acordo de Paz

Nesse marco, desde 24 de novembro de 2016 quando se assinou o Acordo de Paz entre o Estado colombiano e as FARC até 20 de julho deste ano foram assassinados 765 dirigentes sociais, comunitários, sindicais, indígenas e de organizações de direitos humanos, precisou. 

Nessa cifra estão incluídos 138 guerrilheiros que participaram do processo que resultou no acordo firmado em Havana. A estes devem ser agregados outros 10 ex-guerrilheiros das FARC em processo de reincorporação que foram desaparecidos forçosamente, além de outros  19 casos de tentativa de homicídio, ressaltou. 

Paradoxalmente, assinalou o analista, estes dados não impediram que os Estados Unidos dessem um aval à Colômbia como país que respeita os direitos humanos.

“Com esse cheque em branco, o Estado colombiano poderá continuar impunemente assassinando ativistas dos direitos humanos, dirigentes sociais e ex-combatentes desmobilizados das FARC”.

Da mesma forma, devem ser somadas as ameaças de extradição de dirigentes, violando os acordos sobre a Jurisdição Especial para a Paz que de fato não foi reconhecida pelo embaixador dos Estados Unidos, Kevin Whitaker, pontuou Rodríguez, ex-diretor de Relações Internacionais da Presidência da República Bolivariana da Venezuela. 

Em sua opinião, a iniciativa empreendida por este grupo de combatentes das FARC também serviu para que os governos dos Estados Unidos, do Brasil e da Colômbia aumentem sua campanha contra a Venezuela fazendo acusações sem provas de que o Governo Bolivariano de Venezuela estaria apoiando tal decisão. 

Finalmente ressaltou que a Venezuela é vítima da violência que acontece na Colômbia, não sua promotora. “É a nação colombiana que através de sua história tem padecido de todo tipo de violência, que recentemente através das guerrilhas, do narcotráfico, do para-militarismo e da delinquência organizada está novamente atingindo níveis extremos”. 

*Do escritório de Prensa Latina em Bogotá

**Tradução: Beatriz Cannabrava

***Prensa Latina, especial para Diálogos do Sul — Direitos reservados.

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As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul do Global.

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