O presidente Evo Morales lamentou, nesta quinta-feira (6) que o Fundo Monetário Internacional (FMI) continue a promover políticas neoliberais que aumentam a pobreza e a desigualdade, e sugeriu que o órgão internacional estude as experiências do mundo.
“A desigualdade na redistribuição de recursos econômicos está crescendo mais e mais, e nós lamentamos que o #FMI continue promovendo políticas neoliberais que encorajam a concentração de capital em poucas mãos, trazendo consigo o aumento da pobreza entre as maiorias”, escreveu o chefe de Estado na sua conta do Twitter.
Morales fez referência à questão um dia depois que Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, declarar que os governos devem superar as tensões comerciais porque impedem o crescimento.
Lagarde advertiu que a economia global está enfrentando uma “delicada conjuntura” que exige que os bancos centrais mantenham estímulos e que os governos resolvam as disputas comerciais rapidamente.
I21 / Foto: Diego Valero
O presidente da Bolívia, Evo Morals
Ao contrário, Morales disse em outro tweet que “a prioridade dos Estados e organizações financeiras internacionais deve ser levantar e desenvolver políticas de solidariedade e crescimento sustentado em todo o mundo”.
“Temos que refletir e fazer propostas reais para melhorar a qualidade de vida de nossos povos”, disse o chefe de Estado, um crítico permanente das políticas econômicas do FMI.
O líder boliviano recomendou aos organismos financeiros não privatizar e entregar os recursos naturais de cada Estado ao povo, caso contrário “as cidades irão se rebelar”, declarou.
“Sem solidariedade não há estabilidade social, temos que reduzir as profundas diferenças econômicas”, disse Morales, que em seu primeiro mandato expulsou o FMI da Bolívia por ações intervencionistas e por sugerir a privatização de empresas estratégicas.
Mais tarde, em um ato em que recebeu projetos de várias obras para o departamento amazônico de Beni, na cidade de Trinidad, ele sugeriu ao FMI coletar as experiências do mundo, para evitar o surgimento de conflitos frutos de suas políticas econômicas.
“Em meu modo de ver, infelizmente o FMI só exporta conflitos, nós, como bolivianos, estamos olhando para os países vizinhos, onde o modelo econômico das privatizações voltou, como no Brasil e na Argentina. Como está a questão social? Há greves e protestos?”, perguntou.
Fonte: Agência Boliviana de Informação (ABI), tradução da redação do i21
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