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O presidente Evo Morales afirmou que viu “muito cinismo” em seu homólogo dos Estados Unidos, Barak Obama, durante sua participação na Assembleia Permanente das Nações Unidas, quando ele não descartou uma intervenção militar na Síria.
“Eu vi, perdoem-me a expressão, muito cinismo, cinismo de Obama”, disse o presidente boliviano em uma coletiva à imprensa em Nova York em resposta a pergunta sobre o discurso de Obama no foro mundial. “Então um presidente de uma denominada potencia como Estados Unidos que vem mentir nas Nações Unidas. Agora fala de justiça, é o primeiro governo a trazer injustiça no mundo”, questionou.
Em sua intervenção Obama reiterou suas ameaças de agressão contra a Síria e chamou os países membros da ONU à cooperar com o desmantelamento das armas químicas do país árabe. Também mencionou que a intervenção na Líbia permitiu que se detivesse os supostos assassinatos do regime deposto, entre outros assuntos.
Sobre isso, o presidente Morales disse que Obama “fala de paz e é o primeiro presidente e governo que interveem militarmente nos países”. “É puro cinismo quando fala de liberdade, de justiça … o discurso de Obama é de como se fora dono do mundo, cada país, cada região têm sua linha e soberania”, asseverou.
A estratégia do governo dos Estados Unidos, prosseguiu, é provocar confronto no interior de um país e com isso justificar uma intervenção. Enquanto que a suposta luta contra o terrorismo é para controlar o petróleo. Segundo Evo Morales seria bom se o presidente estadunidense dissesse exatamente quem é o país dono do petróleo depois da intervenção na Líbia ou depois da guerra contra o Iraque. “Que nos diga depois da intervenção no Iraque de quem é agora o petróleo do Iraque, que nos diga quem inventaram armas de destruição em massa”, questionou o presidente boliviano.
Morales também criticou o fato de Obama pedir controle sobre suposta fabricação de armas nucleares no Irã e perguntou porque não se faz o mesmo em território estadunidense.
Nesse contexto, recordou a expulsão em 2008 do embaixador dos EUA na Bolívia, Philip Goldberg por conspirar contra o Governo e pretender dividir o país ou forçar uma intervenção militar estrangeira. Mencionou também a expulsão da Agencia para o Desenvolvimento (USAID), igualmente acusada de conspirar contra o Governo e afirmou que depois de se livrar das políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) Bolívia deixou de ser um país mendigo para se converter em uma nação digna.
Suspensão do ATPDEA
O presidente Evo Morales também criticou os EUA por ter suspendido o programa de preferencias alfandegárias ATPDEA, embora assegurasse que isso trouxe uma espécie de libertação para seu país. “Estamos vendendo nossos têxteis no mercado regional … e sem condições”, disse. Este programa permitia que os países andinos exportassem para os EUA sem pagar taxas.
ABI – Agencia Boliviana de Información
Evo pediu para mudar a sede da ONU
O presidente Evo Morales denunciou que vários mandatários latino-americanos não se sentem “seguros” viajando à Assembleia Geral da ONU e pediu que se mude a sede da organização para outro país.
Morales assim se referiu com relação a recente polemica entre Venezuela e Estados Unidos pelo uso do espaço aéreo estadunidense para uma viagem do presidente Nicolás Maduro a China e os vistos para a delegação venezuelana à Assembleia da ONU.
“Aqui, em verdade, não nos sentimos seguros … pelo que peço aos presidentes que pensem seriamente em mudar a sede das Nações Unidas”, disse recordando que já havia pleiteado essa possibilidade ha três ou quatro anos atrás.
“Alguns ministros estão vetados, não têm vistos e quando dão vistos é para três, quatro, cinco dias. Eu nunca tive um visto presidencial. Deram-me visto para 8, 9, 10, 11, 12 dias”, “Talvez meu delito seja ser indígena e antimperialista”, disse referindo-se as pressões e restrições estadunidenses.