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Exemplo para América Latina, Chile mostra que é possível barrar neoliberalismo cruel de Equador, Peru e Colômbia

Existem movimentos importantes acontecendo em países da América Latina
Jorge Rendón Vásquez
Diálogos do Sul Global
Lima

Tradução:

A direita, no Equador, com o ex-banqueiro Guillermo Lasso, substitui o traidor Lenin Moreno. Além de enfrentar a Covid-19, terá que lidar com o déficit fiscal que se encontra entre 8% e 9% do PIB. 

Há um requisito urgente de 8 bilhões de dólares para pagar salários do setor público (despedidas em massa de funcionários); para isso terá que incrementar os impostos, com a subida de preços dos serviços, da gasolina, das passagens, gerando um descontentamento geral tal como sucede hoje na Colômbia. 

O novo presidente do Equador prometeu, em campanha, a criação de pelo menos dois milhões de empregos. No Equador a pobreza se incrementou com Lenin Moreno de 23% a 32%; igualmente aumentou a pobreza extrema, a marginalidade, enfim, todos os indicadores sociais do Equador são uma calamidade, desde antes da pandemia.

Guillermo Lasso, mencionou que Equador será insertado “plenamente no mundo para buscar um comércio livre e justo”; não ouve o que seus próprios mentores e criadores deste engendro neoliberal (Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial) aceitaram que foi e é um fracasso. “Hoje recebemos um país com históricos níveis de desemprego, um país que deslumbrou por sua incapacidade para enfrentar uma pandemia brutal”, disse ao se referir ao seu antecessor.

Por sua parte, a Colômbia, com Ivan Duque, fiel representante oligárquico neoliberal tem em seu haver 50 assassinatos, mais de 1.500 detidos, cerca de 500 desaparecidos, com violação de mais de 20 mulheres, contra o Direito Internacional Humanitário, desatando uma violência brutal contra seu povo, que se levantou contra o incremento de impostos que gravará os mais pobres, embora posteriormente o tenha eliminado.    

Existem movimentos importantes acontecendo em países da América Latina

Reprodução: Montagem Diálogos do Sul
Equador , Colômbia, Chile e Peru enfrentam lutas duras populares

Chile, por sua parte, assombra o mundo, com uma eleição onde a direita ficou de fora, juntamente com sua Constituição do ditador Augusto Pinochet, fiel ao estilo do Peru com uma Constituição do ditador Alberto Fujimori, pai da que hoje é acusada pela promotoria, a candidata à presidência peruana, Keiko Fujimori.

A direita chilena nem sequer alcançou as 52 cadeiras requeridas para vetar os acordos constituintes; conseguiu apenas 37 apesar das imensas somas de dinheiro desembolsadas para ganhar a eleição, incluindo os meios de comunicação. 

A direita e a Concertação, historicamente sempre haviam alternado o primeiro e segundo lugar em todos os processos eleitorais. A partir de agora, se vislumbra uma nova etapa a favor do povo, pois foram ganhadores a esquerda e os independentes que repudiam a direita e se inclinam à esquerda. 

No Peru causam asco as nauseabundas e repugnantes manobras direitistas para frear o avanço de Pedro Castillo T.; estão gastando bilhões de dólares, desinformando, tergiversando, enviesando grosseiramente as intenções de voto do povo peruano. 

Os painéis eletrônicos publicitários em toda a cidade de Lima vomitam bazófias e esterco próprias de uma direita ignorante que não sabe o que fazer (não esqueçamos que os Miroquesada são donos de 9 diários e dois canais de TV – – El Trome, El Comercio, Perú 21, etc. e esteve preso, por causa da Odebrecht,  tal como a Keiko). 

E é que detêm o poder há 200 anos, levaram nossas crianças à desnutrição crônica, mais da metade são anêmicas, mais da quarta parte da população está na condição de pobres. Em Cajamarca, as crianças e idosos disputam as ruas para pedir esmola quando a poucos quilômetros dali seus cerros estão cheios de ouro, mas de nada lhes serve isso e a região tem o “privilégio” de ocupar o primeiro lugar em pobreza, mas também, que desgraça, o primeiro lugar em produção de ouro no Peru e na América Latina e o sexto no mundo. 

Enfim, são inumeráveis as misérias e calamidades que durante 200 anos nos escravizaram. Tampouco fizeram nada para melhorar nosso setor produtivo; seguimos sendo, tal como nesses dois séculos, uma economia primária, exportadora. Vendemos pedras.  

À contendora de Pedro Castillo, Keiko Fujimori, a promotoria pede 30 anos e 10 meses de prisão; mas se for eleita, jamais pisará no cárcere. Livre de todas as culpas!

*Colaborador de Diálogos do Sul, de Lima, Peru.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Jorge Rendón Vásquez Doutor em Direito pela Universidad Nacional Mayor de San Marcos e Docteur en Droit pela Université de Paris I (Sorbonne). É conhecido como autor de livros sobre Direito do Trabalho e Previdência Social. Desde 2003, retomou a antiga vocação literária, tendo publicado os livros “La calle nueva” (2004, 2007), “El cuello de la serpiente y otros relatos” (2005) e “La celebración y otros relatos” (2006).

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