Pesquisar
Pesquisar

“Falta de vergonha do império”, diz jornal sobre Cuba em lista de apoiadores do terrorismo

O responsável da diplomacia cubana pelos EUA, Carlos Fernández de Cossío, classificou como "mentira deliberada" a inclusão da Ilha na lista
Redação AbrilAbril
AbrilAbril
Lisboa

Tradução:

O passo dado pela administração do ainda presidente Donald Trump tem o “claro objetivo de colocar obstáculos a qualquer recomposição futura dos laços entre Cuba e os Estados Unidos”, afirmou esta terça-feira, numa conferência de imprensa em Havana, o diplomata cubano Carlos Fernández de Cossío.

Cuba não é um país patrocinador do terrorismo, mas a decisão constitui um pretexto adicional para aplicar medidas contra Cuba, referiu, tendo advertido que a lista emitida pelo Departamento de Estado norte-americano é unilateral e carece do reconhecimento de qualquer autoridade internacional, informa a Prensa Latina.

Estas listas, defendeu Fernández de Cossío, foram concebidas apenas para difamar países com os quais os Estados Unidos da América têm divergências e para lhes aplicar medidas coercivas a nível económico e outros castigos, como ocorre com Cuba.

Na segunda-feira passada, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou em comunicado a decisão do departamento a seu cargo de incluir Cuba na lista de países que promovem o terrorismo.

A primeira vez que a maior das ilhas das Antilhas foi incluída nesta lista foi em 1982, durante a administração de Ronald Reagan (1981-1989). Recentemente, fora excluída desse grupo em 2015, no âmbito de um processo de aproximação aos EUA no segundo mandato de Barack Obama (2009-2017).

O responsável da diplomacia cubana pelos EUA, Carlos Fernández de Cossío, classificou como "mentira deliberada" a inclusão da Ilha na lista

Divulgação
Drone dos Estados Unidos "General Atomics MQ-9 Reaper", avaliado em 16 milhões de dólares.

Carlos Fernández de Cossío lembrou ainda, esta terça-feira, que o seu país tem sido vítima do terrorismo organizado, financiado e perpetrado, ao longo dos anos, pelo governo dos EUA ou por indivíduos e organizações que operam a partir de território norte-americano, tolerados pelas autoridades.

De acordo com dados oficiais, tais ações provocaram nas últimas décadas 3478 mortos e deixaram 2099 pessoas com incapacidades permanentes, referiu o diplomata, que aludiu à ampla rejeição da inclusão de Cuba na lista de Estados terroristas norte-americana a nível internacional, incluindo os próprios EUA.

Também o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, condenou a decisão do Departamento de Estado norte-americano, que classificou como “hipócrita e cínica”, tendo acrescentado, na sua conta de Twitter, esta segunda-feira, que “o oportunismo político desta ação é reconhecido por todo aquele que tenha uma preocupação honesta com o flagelo do terrorismo e as suas vítimas”.

Estados Unidos, o maior terrorista do mundo

O diário Granma nota que “o país que, na sua prepotência, levanta tamanha farsa contra Cuba é o mesmo que promove o extremismo político e incentiva gente armada a tomar de assalto instituções públicas; que, ao subordinar a Saúde ao mercado, expõe os seus cidadãos ao contágio e à morte massiva por uma epidemia; que assassina, selectivamente e fora das suas fronteiras, quem considera inimigo, e que, num silêncio cúmplice, se abstém de condenar o ataque armado à Embaixada do país que agora acusa, descaradamente, de terrorista, e ao qual impôs um bloqueio há mais de 60 anos, para o fazer render pela fome e pela miséria”.

“Estados Unidos, o maior terrorista do mundo, classificam como patrocinador deste flagelo o país que mais médicos enviou pelo mundo fora para ajudar a salvar vidas do golpe da Covid-19. Os fatos põem a nu a falta de vergonha do império”, lê-se ainda no periódico cubano.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

Veja também



Se você chegou até aqui é porque valoriza o conteúdo jornalístico e de qualidade.

A Diálogos do Sul é herdeira virtual da Revista Cadernos do Terceiro Mundo. Como defensores deste legado, todos os nossos conteúdos se pautam pela mesma ética e qualidade de produção jornalística.

Você pode apoiar a revista Diálogos do Sul de diversas formas. Veja como:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

Redação AbrilAbril

LEIA tAMBÉM

Inspirado por Nova Zelândia, movimento quer barrar entrada de genocidas israelenses no Chile
Inspirado por Nova Zelândia, movimento quer barrar entrada de genocidas israelenses no Chile
Pensei que estava só, mas somos muitas mães de falsos positivos se unem por justiça na Colômbia
"Pensei que estava só, mas somos muitas": mães de "falsos positivos" se unem por justiça na Colômbia
Diretor de “Operação Condor” vai solicitar reabertura de investigação sobre morte de João Goulart
Diretor de “Operação Condor” vai solicitar reabertura de investigação sobre morte de João Goulart
Usaid financiou plano terrorista para desestabilizar Maduro, afirma ministro da Venezuela
Usaid financiou plano terrorista para desestabilizar Maduro, afirma ministro da Venezuela