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Fintechs e terceirização: Bancários são devorados por subempregos no Brasil

Entre 1988 e 2014, houve encolhimentos de 850 mil postos de trabalho, incluindo atividades de gerentes, escriturários e caixas, afirma economista
Amaro Augusto Dornelles
Diálogos do Sul Global
São Paulo (SP)

Tradução:

O ramo financeiro envolve diferentes tipos de ocupação na economia de um país. Pois o emprego assalariado, diretamente contratado pelos bancos, reconhecido como trabalho dos bancários, está em vertiginosa queda com o desgoverno instalado no Brasil. Gerente, escriturário, caixa…

Essas e muitas outras atividades, contratadas diretamente pelos bancos, sofreram redução violenta entre 1988 e 2014, quando encolheu para 850 mil ocupações, compara o economista Márcio Pochmann, da Fundação Perseu Abramo.

Mas, a despeito disso, houve também uma ampliação de empregos nos bancos. Não com o emprego diretamente contratado, mas pelas terceirizações, criadas e multiplicadas no ramo financeiro e empresarial – para amenizar/maquiar o desemprego.

Os terceirizados não são bancários, mas executam um trabalho no ramo financeiro. Como exemplo, Márcio cita o trabalho dos consultores de bancos. De acordo com ele, há hoje mais de 100 mil trabalhadores envolvidos nesse ofício. E não só em bancos, como também em financeiras, claro. Há quantidade enorme de pessoas que prestam serviços para o setor financeiro, como pagamento de contas, por exemplo, realizados até no âmbito de agências lotéricas – os chamados correspondentes bancários.

Entre 1988 e 2014, houve encolhimentos de 850 mil postos de trabalho, incluindo atividades de gerentes, escriturários e caixas, afirma economista

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Em uma fintech, a tecnologia é utilizada, fundamentalmente, para trazer facilidade por meio da inovação




‘Pero no mucho’

Tem também as fintechs, que são a grande novidade do mercado. Trata-se de um ramo cujas mudanças organizacionais são responsáveis pela ampliação dos postos de trabalho – embora o emprego tradicional de bancário seja reduzido, o que segue ocorrendo.

O termo fintech vem da junção de Finanças e Tecnologia. São empresas que oferecem serviços financeiros diferenciados pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia em junção com a internet.

Sem regulamentação, apps de delivery abrem as portas para o trabalho infantil

A tecnologia está sempre inovando, teoricamente, para facilitar a vida do consumidor. O problema é que o custo de tais ‘benefícios’ geralmente não tem espaço no marketing. E nem sempre eles compensam. De qualquer forma, nessa perspectiva, esse novo tipo de empresa nasceu no mercado a fim de trazer melhor ‘comodidade e agilidade’ para os consumidores.


Esforços pela inovação

A princípio, não se vê muita diferença entre esse serviço e os já oferecidos pelos bancos. Mas em uma fintech, a tecnologia é utilizada, fundamentalmente, para trazer facilidade por meio da inovação.

As empresas do ramo buscam criar metodologias, ferramentas e processos que facilitem o acesso aos serviços financeiros. O resultado de todos os esforços e inovações aparecem nos benefícios gerados para os usuários como a praticidade, custos baixos, burocracia reduzida e maior controle sobre as operações financeiras. Será mesmo?

Amaro Augusto Dornelles é colaborador da Diálogos do Sul.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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Amaro Augusto Dornelles

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