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Fragmentação do cenário político no Chile impede favoritismo no 2º turno, avalia analista

"O próximo presidente terá um parlamento não muito alinhado com o executivo e, por esta razão, é necessário buscar caminhos de unidade e não de separação”
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Santiago

Tradução:

O cenário político no Chile está muito fragmentado e o resultado dependerá do trabalho dos candidatos no terreno e de sua capacidade de mobilizar o eleitorado, avalia o analista Pablo Jofre.

As eleições de 19 de dezembro terão o candidato de extrema-direita José Antonio Kast, da Frente Social Cristã, e o candidato da coalizão de esquerda Apruebo Dignidad, Gabriel Boric, enfrentando-se na disputa presidencial.

“É muito difícil prever quem poderá vencer no segundo turno porque o espectro político está muito fragmentado”, disse Jofre à Prensa Latina.

O jornalista também considerou muito importante atrair os 53% de chilenos que não votaram, com um discurso de unidade que os seduza e com propostas atraentes.

"O próximo presidente terá um parlamento não muito alinhado com o executivo e, por esta razão, é necessário buscar caminhos de unidade e não de separação”

Pxhere
O embate entre a extrema-direita de José Antonio Kast e a esquerda de Gabriel Boric

Nos últimos dias, disse ele, Kast moderou seu discurso para torná-lo menos violento, e Boric está abordando questões que não faziam parte de sua narrativa, como a imigração e a luta contra o tráfico de drogas e a criminalidade.

Quem é Antônio Kast? “Bolsonaro chileno” tem origem nazista e é adorador de Pinochet

Jofre também se referiu à importância de captar o voto dos seguidores de Franco Parisi, o candidato que surpreendentemente alcançou o terceiro lugar, apesar de estar fora do país o tempo todo e com uma campanha apenas por meio de redes sociais.

“Apesar disso, ele conseguiu 13,10% dos votos, o que o coloca em uma posição de partido-chave”, disse ele.

O especialista em assuntos internacionais e latino-americanos considerou que o caso de Parisi representa uma chamada de atenção para a política chilena.

“Como é possível que um candidato que vive nos Estados Unidos, que também tem um problema com o sistema de justiça chileno, não vá para o campo, não debata e faça campanhas virtualmente, consiga ter uma votação de cerca de um milhão de votos?”, perguntou ele.

O jornalista e escritor chileno também se referiu à fragmentação no Senado e na Câmara dos Deputados, onde uma metade foi ganha pela direita e a outra pela oposição.

“Isto, advertiu, implica que o próximo presidente terá um parlamento não muito alinhado com o executivo e, por esta razão, é necessário buscar caminhos de unidade e não de separação”.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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