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García Luna: na reta final do julgamento, justiça dos EUA apresenta testemunha "surpresa"

Defesa argumenta-se que a promotoria não cumpriu com o dever de apresentar os informes sobre as entrevistas
David Brooks
La Jornada
Nova York

Tradução:

Tudo indica que a testemunha estrela final da promotoria no julgamento de Genaro García Luna será Jesús “El Rey” Zambada García, embora advogados da defesa estão buscando frear o postergar seu comparecimento na corte. 

Segundo um documento apresentado pela defesa onde riscaram o nome da testemunha, argumenta-se que a promotoria não cumpriu com o dever de apresentar os informes sobre as entrevistas com a testemunha cooperante, afirmando que houve pelo menos 18 reuniões entre eles de 2022 até a presente data, mas só compartilharam com a defesa apontamentos sobre duas. Não se sabe, até que decida o juiz Brian Cogan, se será postergada a apresentação da testemunha com base nestes argumentos.

García Luna foi chave no crescimento do cartel de Sinaloa, aponta testemunha em julgamento

Embora oficialmente se manteve secreto o nome da testemunha, transcendeu (por um erro na tentativa de apagar o nome e no registro ante a corte) que se trata do “El Rey” Zambada, irmão do “Mayo” Zambada, que foi uma testemunha chave no julgamento de Joaquín Guzmán Loera, “El Chapo”, nessa mesma corte ante o mesmo juiz.

Zambada, que foi extraditado aos Estados Unidos em 2012, é uma testemunha cooperante do governo estadunidense, declarou no julgamento de “El Chapo” em 2018 que ele pessoalmente entregou subornos a García Luna entre 2005 e 2007, primeiro 3 milhões de dólares em 2005, e aproximadamente entre 3 e 5 milhões de dólares em 2006 de parte de seu irmão e do cartel de Sinaloa.

Mais tarde falou de uma coleta entre líderes do cartel de Sinaloa para entregar 50 milhões de dólares em fins de 2006 ou início de 2008.

Também há diversas disputas entre os promotores e a defesa em torno à apresentação de outras provas, como sobre indicações que desejam que o juiz inclua em suas últimas instruções aos jurados ao concluir a apresentação de testemunhas e provas no julgamento, entre estas se o estatuto de limitações deve ser considerado nas deliberações sobre o caso.

García Luna é acusado de suborno milionário a jornal para rebater notícias sobre narcotráfico

A defesa também deverá anunciar se estará convocando suas próprias testemunhas, incluindo se colocará a García Luna no banco das testemunhas para testemunhar em sua própria defesa.

Se não houver demoras inesperadas, o juiz calcula que o processo culminará nesta semana e os jurados iniciarão suas deliberações para apresentar um veredito sobre as 5 acusações enfrentadas pelo ex-secretário de Segurança Pública do México.

David Brooks | Correspondente do La Jornada em Nova York.
Tradução: Beatriz Cannabrava.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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David Brooks Correspondente do La Jornada nos EUA desde 1992, é autor de vários trabalhos acadêmicos e em 1988 fundou o Programa Diálogos México-EUA, que promoveu um intercâmbio bilateral entre setores sociais nacionais desses países sobre integração econômica. Foi também pesquisador sênior e membro fundador do Centro Latino-americano de Estudos Estratégicos (CLEE), na Cidade do México.

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