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"Golpe brando" na Colômbia mira reformas populares de Petro, diz manifesto internacional

Segundo a carta, representantes do Pacto Histórico “estão sendo perseguidos ativamente”
Redação La Jornada
La Jornada
Cidade do México

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Um grupo de intelectuais e dirigente políticos, entre os quais figuram o analista político estadunidense Noam Chomsky e o Nobel da Paz argentino Adolfo Pérez Esquivel, assinaram uma carta na qual advertem que se gesta um “um golpe de Estado brando na Colômbia”, organizado pelos poderes tradicionais do país com a finalidade de reverter a vontade popular. 

“A menos de um ano da posse do governo de (Gustavo) Petro, estão implantando o poder institucional combinado dos organismos reguladores, dos conglomerados midiáticos e o rama judicial do país para deter suas reformas, intimidar seus partidários, derrocar seus dirigentes e difamar sua imagem no cenário internacional”, aponta a missiva, assinada também pelo ex-mandatário colombiano Ernesto Samper, o ex-chefe da governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e o mandatário equatoriano Rafael Correa.

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O texto aponta que a partir da procuradoria-geral e da promotoria-geral da república – encabeçadas por Margarita Cabello e Francisco Barbosa, respectivamente, “estão sendo perseguidos ativamente” os representantes da coalizão governante Pacto Histórico, com atos como a suspensão, destituição e inabilitação de seus representantes em cargos públicos, como os congressistas Alex Flórez e Alexander López, o presidente da Câmara de Representantes, David RaceroSusana Gómez, a senadora e líder negociadora de paz, María José Pizarro, “e inclusive o próprio presidente Petro”.

“No caso do senador Wilson Arias, por exemplo, Cabello – estreita aliada do ex-presidente Álvaro Uribe, que foi ministra de Justiça sob o governo anterior de Iván Duque – abriu um processo disciplinar contra o senador pelo “delito” de pronunciar-se contra a violência policial durante os protestos nacionais de 2021: uma violação flagrante do precedente legal estabelecido na Corte Interamericana de Direitos Humanos que impede os órgãos administrativos como a Procuradoria  Geral destituir funcionários eleitos”, exemplifica a carta. 

Colômbia: Como cartel midiático empresarial manipula opinião pública contra Gustavo Petro

Subscrita também pelo líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn e a presidenta do Partido dos Trabalhadores do Brasil (PT), Gleisi Hoffmann, a carta agrega que “entretanto, generais o coronéis retirados e reservistas membros das força militares colombianas não só proclamaram sua oposição ao presidente Gustavo Petro, mas inclusive marcharam na frente do Congresso para apelar a um golpe de Estado contra seu governo”. 

“O objetivo desta campanha coordenada é claro: proteger os interesses dos poderes tradicionais da Colômbia frente às reformas populares que aumentariam os salários, melhorariam a saúde, protegeriam o meio ambiente e proporcionariam ‘paz total’ ao país”. 

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Diante deste cenário, os assinantes, entre eles Jean Luc Mélenchon, fundador de Francia Insumisa; Ada Colau, prefeita de Barcelona e o deputado grego Yanis Varoufakis, apelaram “aos amigos do povo colombiano e aos aliados da democracia de todo o mundo o se opor a estas infames táticas e impedir o avanço de um golpe brando na Colômbia”.

Redação | La Jornada
Tradução: Beatriz Cannabrava


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