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Ato no Rio de Janeiro (RJ), em abril de 2014, pede justiça às vítimas da ditadura militar (Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão)

“Golpe de 1964 nunca acabou; elite que sustentou regime segue no poder”, denuncia militante

Conforme lembra Rosa Cimiana, famílias das vítimas continuam esperando por justiça: "Não podemos aceitar que a impunidade continue"
George Ricardo Guariento
Diálogos do Sul Global
Taboão da Serra

Tradução:

No dia 1º de abril de 2024, data que marcou os 61 anos do golpe militar de 1964, o programa Dialogando com Paulo Cannabrava recebeu a militante Rosa Cimiana dos Santos, filha do perseguido político Arthur Pereira da Silva.

Na entrevista, Rosa fez uma avaliação crítica da atual conjuntura política brasileira, e apontando que as estruturas de repressão e autoritarismo ainda persistem no país, destacou: “o golpe de 1964 nunca acabou”.

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Rosa ressalta que, embora a ditadura tenha oficialmente terminado em 1985, “as elites que sustentaram o regime permanecem no poder, protegendo seus interesses e impedindo que a verdadeira justiça seja feita”. Para ela, a transição democrática foi incompleta, deixando impunes os crimes cometidos pelos agentes da repressão. “Nenhum dos torturadores foi julgado ou condenado, enquanto as famílias das vítimas continuam esperando por justiça.”

A militante também critica a presença de setores militares na política nacional, afirmando que “o Brasil nunca fez uma depuração das suas forças armadas como outros países da América Latina”. Segundo ela, isso cria um ambiente propício para novas ameaças à democracia. “Vimos em 2018 e 2022 que o discurso autoritário ainda tem espaço, e isso é muito perigoso.”

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Ao relembrar a história do seu pai, Arthur Pereira da Silva, Rosa destaca que sua família enfrentou anos de perseguição e dificuldades. “Ele foi preso, torturado e exilado. Minha infância foi marcada pelo medo e pela necessidade de resistir.” Apesar de tudo, ela reforça a importância da memória histórica e da luta por direitos: “Se esquecermos o que aconteceu, estamos condenados a repetir o passado”.

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Por fim, Rosa Cimiana faz um chamado à mobilização popular e à cobrança por justiça histórica. “Não podemos aceitar que a impunidade continue. Precisamos pressionar por reformas democráticas reais, punir os responsáveis e garantir que um novo golpe nunca mais aconteça.”

A entrevista completa está disponível no canal da TV Diálogos do Sul Global no YouTube:


As opiniões expressas neste artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul Global.

George Ricardo Guariento Graduado em jornalismo com especialização em locução radiofônica e experiência na gestão de redes sociais para a revista Diálogos do Sul. Apresentador do Podcast Conexão Geek, apaixonado por contar histórias e conectar com o público através do mundo da cultura pop e tecnologia.

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