Milhares de camponeses e indígenas mantiveram bloqueadas as principais estradas da Guatemala pelo segundo dia consecutivo de protestos que exigem a renúncia da promotora-geral Consuelo Porras, a quem o presidente eleito, Bernardo Arévalo, acusa de dirigir “um golpe de Estado” para que ele não tome posse no próximo 14 de janeiro.
“Fora golpistas” e “Que se vão as máfias”, diziam vários cartazes carregados por manifestantes convocados pelo Comitê de Desenvolvimento Campesino (CODECA), a maior organização camponesa do país. Segundo a Direção Geral de Proteção e Segurança Viária, houve 14 pontos bloqueados em sete das principais estradas do país.
Na capital, outro grupo de pessoas também bloqueou distintas vias com cartazes, música e consignas para exigir a renúncia de Porras depois que a Promotoria Especial contra a impunidade e os promotores Rafael Curruchiche e Cinthia Monterroso, sob seu mando, iniciaram uma investigação contra o partido de Arévalo, o Movimento Semilla, por supostamente usar assinaturas falsas para sua criação em 2017.
Os bloqueios ocorrem um dia depois que Arévalo pediu à Corte Suprema anular um processo iniciado pela Promotoria ao considerar que é um “golpe de Estado” em curso para evitar que tome passe. Sua petição também pretende destituir Porras, o promotor Rafael Curruchiche e o juiz Fredy Orellana por violar a Constituição nesse caso.
Ante a Assembleia Geral da ONU, o presidente que sai da Guatemala declarou que segundo seu critério houve uma “ingerência internacional desnecessária” nas últimas eleições, e defendeu que, embora haja aqueles que pensam que não vai soltar o poder, o entregará a Arévalo em janeiro: “Na Guatemala se cumpre de maneira cabal o princípio da alternância a cada quatro anos”.
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Foto: Movimento Semilla – Reprodução/Twitter