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Guerra dos chips: China dá ‘golpe devastador’ nos EUA ao proibir exportação de terras raras

"Não sei bem por que é que estes países pensaram que podiam atacar a China e depois não serem atingidos", afirma especialista Thomas W. Pauken II
Redação Sputnik Brasil
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Moscou

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A China impôs restrições à exportação de duas matérias-primas estratégicas, o gálio e o germânio, que são cruciais para a indústria mundial de fabricação de chips eletrônicos.

A grande imprensa dos EUA chamou a decisão de Pequim de “segunda contramedida” no desenrolar do confronto tecnológico sino-americano, que veio após a República Popular da China impor sanções em maio contra a empresa fabricante de chips dos EUA Micron Technology.

As restrições chinesas são uma resposta à estratégia não muito bem pensada do Ocidente de limitar os laços econômicos com o gigante asiático, disse à Sputnik o consultor em assuntos da Ásia-Pacífico Thomas W. Pauken II, autor do livro “EUA vs. China: Da Guerra Comercial ao Acordo Recíproco” (“EUA vs. China: From Trade War to Reciprocal Deal”, em inglês).

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Em outubro passado, a administração Biden anunciou um conjunto de controles de exportação sem precedentes que impediram as empresas chinesas de comprar chips avançados onde quer que seja desde que usassem tecnologia dos EUA, o que também abrangeu equipamentos de fabricação de chips.

Na época, a mídia dos EUA observou que tal passo de Washington frustraria “as ambições tecnológicas da China”, gabando-se de que a indústria global de semicondutores era “quase inteiramente” dependente dos EUA e de seus aliados. Agora, os jornais norte-americanos reconhecem que a China jogou “um trunfo na guerra dos chips“.

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“Achei bastante risível que [a administração Biden] realmente pensasse que os americanos ganhariam esta guerra tecnológica“, observou Pauken. “Você não tem acesso aos minérios de terras raras, [então] não tem acesso às cadeias de suprimentos a fim de produzir esses eletrônicos – você está totalmente destruído, está devastado, os EUA sabiam disso. Eles sabiam o quanto dependiam das terras raras. Eles sabiam o quanto tinham que confiar na China para sustentar suas fábricas. Ora, em vez de tentar encontrar maneiras de cooperar, eles simplesmente decidiram ir em frente e simplesmente fazer esses ataques desagradáveis e terríveis contra a China e, de alguma forma, pensar que eles vão marcar uma vitória aqui”, observou o especialista.

"Não sei bem por que é que estes países pensaram que podiam atacar a China e depois não serem atingidos", afirma especialista Thomas W. Pauken II

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Dado que 94% do gálio do mundo e 83% do germânio é produzido na China, os EUA podem enfrentar uma série de problemas

Hegemonia

A China possui 63% da mineração de terras raras do mundo, 85% do processamento e 92% da produção de ímãs. De acordo com um estudo do Serviço Geológico dos Estados Unidos, entre 2017 e 2020, 78% dos metais de terras raras importados pelos EUA eram provenientes da China, 6% eram da Estônia, 5% da Malásia e 4% do Japão.

Dado que 94% do gálio do mundo e 83% do germânio é produzido na China, os EUA podem enfrentar uma série de problemas na sequência da proibição das exportações de Pequim, aponta Pauken.

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“É preciso entender que muitos dos eletrônicos são produzidos e precisam desses materiais; sem esses metais, eles não podem fazer absolutamente nada. Este é um golpe absolutamente devastador para os mercados dos EUA. E, obviamente, se eles querem continuar esta política de desvinculação da China, isso só vai atingi-los mais e mais. Não sei bem por que é que estes países pensaram que podiam atacar a China e depois não serem atingidos. Esta é a reciprocidade básica”, disse o interlocutor da agência.

De acordo com Pauken, os especialistas de Biden para a China não entendem e subestimam as capacidades de Pequim de suportar a pressão e sair por cima.

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As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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