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ToggleEm 21 de fevereiro, também em fala à nação, o presidente russo havia anunciado o reconhecimento da independência das repúblicas populares de Lugansk e Donetsk, situadas na região de Donbass.
No dia seguinte (22) os tratados relativos ao reconhecimento, assim como os acordos de amizade e cooperação com repúblicas foram ratificados por ambas as câmaras do Parlamento russo. Posteriormente, Putin pediu ao Conselho de Segurança do país o envio de militares da Rússia para a região de Donbass, pedido que foi aprovado.
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Já em seu discurso na manhã desta quinta-feira (24) o presidente explicou que a Rússia não pode mais ficar indiferente ante as ações dos EUA e aliados da OTAN, que ameaçam a segurança do país, e anunciou a realização de uma operação especial militar na região de Donbass.
President of Russia
"Aqueles que discordam da lógica de lucro do Ocidente, são quebrados", declarou Putin
Leia o discurso de Putin na íntegra:
Prezados cidadãos da Rússia, caros amigos. Hoje mais uma vez acho necessário voltar aos eventos trágicos que estão acontecendo em Donbass e às questões-chave de segurança da própria Rússia. Vou começar com o que falei em meu discurso de 21 de fevereiro deste ano.
Trata-se de algo que provoca nossa especial preocupação e ansiedade, das ameaças fundamentais que, de ano a ano e passo a passo, de forma grosseira e presunçosa são criadas por políticos irresponsáveis do Ocidente em relação ao nosso país.
Estou falando da expansão da OTAN para o Leste, a aproximação de sua infraestrutura militar das fronteiras russas.
Sabe-se bem que durante 30 anos temos tentado com persistência e paciência acordar com os países-líderes da OTAN sobre os princípios de segurança igualitária e indivisível na Europa.
Em resposta a nossas propostas sempre enfrentamos engano cínico e mentiras ou tentativas de pressão e chantagem. Enquanto isso, a Aliança Atlântica, apesar de todos os nossos protestos e preocupações, continua se expandindo. O veículo militar avança. E, repito, está chegando mais e mais perto de nossas fronteiras.
Por que tudo isso acontece? De onde vem essa maneira arrogante de falar de posições de exclusividade, infalibilidade e permissão para fazer tudo? De onde vem essa atitude que desdenha os nossos interesses e exigências totalmente legais?
A resposta é clara, tudo está bem entendido e óbvio. A União Soviética, no fim dos anos 80 do século passado, enfraqueceu e depois foi dissolvida.
Todo o rumo de eventos daquela época é uma boa lição para nós hoje. Ele mostrou de modo persuasivo que a paralização do poder e a vontade são o primeiro passo para degradação desprezível e esquecimento.
Bastou perdermos nossa crença em si por um momento, e pronto. A balança de forças no mundo acabou sendo danificada. Isso fez com que os acordos e tratados anteriores praticamente não existam mais, e os pedidos e disposições não ajudem mais. Tudo que não é do agrado da hegemonia é considerado arcaico, obsoleto e desnecessário para quem segura o poder. E vice-versa: tudo o que parece lucrativo é apresentado como a verdade de última instância, segue promovido a qualquer preço, com todos os meios. Aqueles que não concordam, são quebrados.
Sobre o que eu estou falando agora não tem a ver só com a Rússia, e preocupa não só a gente. Isso tem a ver com todo o sistema das relações internacionais, e frequentemente os próprios aliados dos EUA.
Após a dissolução da URSS, começou de fato uma remodelação do mundo. E as normas do direito internacional que se formaram naquela época, e as normas-chave que foram acordadas após os resultados da Segunda Guerra Mundial e que fixaram seus resultados, começaram a incomodar aqueles que se autoproclamaram vencedores da Guerra Fria.
Obviamente, na vida prática, nas relações internacionais e nas regras de regulação delas era preciso considerar as mudanças na situação no mundo e o próprio balanço de forças. Mas era preciso fazer isso de forma profissional, estável e com paciência, levando em consideração e respeitando os interesses de todos os países e entendendo sua responsabilidade.
Mas não, o estado de euforia de sua superioridade, uma forma moderna de absolutismo, ademais em meio a um nível baixo da cultura daqueles que prepararam, tomaram e promoveram as decisões lucrativas para si, a situação começou a se desenvolver em um cenário diferente.
Não é preciso buscar exemplos distantes. Primeiro, sem nenhuma autorização do Conselho de Segurança da ONU realizaram uma operação militar sangrenta contra Belgrado, usaram aviação e mísseis bem no centro da Europa. Várias semanas de bombardeios sem parar contra cidades e infraestrutura vital. Temos que voltar a lembrar esses fatos, já que uns colegas do Ocidente não gostam de lembrar esses eventos, e quando falamos disso, costumam se referir não a normas do direito internacional, mas a circunstâncias que interpretam como corretas.
Depois chegou o turno do Iraque, Líbia e Síria. O uso ilegítimo da força militar contra Líbia e a distorção de todas as decisões do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão líbia levaram à destruição completa do Estado líbio, sem contar no surgimento de um gigantesco foco do terrorismo internacional e uma catástrofe humanitária incessante, que levou ao afundamento do país em uma guerra civil de vários anos.
Uma tragédia, a que foram submetidas centenas de milhares de pessoas não só na Líbia, mas também em toda a região, ocasionou uma saída migratória massiva do Norte da África e do Oriente Médio para a Europa.
Esse destino foi preparado também para a Síria. As ações de combate de coalizão do Ocidente no território deste país, sem permissão do governo sírio e autorização do Conselho de Segurança da ONU, nada menos são do que uma agressão, uma intervenção.
Entretanto, um lugar especial nessa fila tem com certeza a invasão do Iraque, também sem nenhum fundamento de direito. Como pretexto foi escolhida a alegada verdadeira informação que tinham os EUA sobre a presença de armas de destruição em massa no Iraque. Como prova disso, publicamente, aos olhos de todo o mundo, o secretário de Estado dos EUA sacudiu um frasco com uma pólvora biológica, afirmando que se tratava de uma arma química que estava sendo desenvolvida no Iraque.
Depois, veio à tona que tudo era uma falcatrua, um blefe. Não havia nenhuma arma química no Iraque.
Incrível e surpreendente, mas fato continua sendo fato. A mentira teve lugar no mais alto nível estatal e das tribunas altas da ONU. Como resultado, múltiplas vítimas e destruições. Um surto incrível do terrorismo.
Em geral, tem a impressão de que em praticamente todo lugar, em muitas regiões do mundo onde o Ocidente vem para instalar sua ordem, como resultado são presenciados ferimentos sangrentos, úlceras do terrorismo internacional e extremismo.
Tudo o que eu disse aqui corresponde aos exemplos mais fortes, mas não os únicos de desprezo do direito internacional. Nesse grupo entram também as promessas dadas ao nosso país de não expandir a OTAN para o Leste em nem mais um centímetro.
Repito, enganaram. Em um palavreado popular, simplesmente nos deixaram para trás.
Sim, frequentemente pode se ouvir que a política é um negócio sujo. Pode ser. Mas não tanto assim. Não desta forma. Este comportamento de trapaceiro não só contradiz os princípios das relações internacionais, mas também os princípios estabelecidos de moralidade e virtude.
E onde estão a justiça e a verdade? Só há lugar para mentira total e hipocrisia.
Relatam que os próprios políticos norte-americanos, cientistas políticos e jornalistas escrevem que dentro dos EUA vem sendo criado nos últimos anos um verdadeiro Império da Mentira. É difícil não concordar com isso. É isso mesmo.
Mas não é preciso ser modesto. Os EUA são um país grande, uma potência criadora do seu próprio sistema. Todos os seus satélites não só concordam com eles sempre que podem, mas ainda copiam o comportamento deles e aceitam com admiração as regras propostas.
Por isso com todo embasamento justificado, se pode dizer que todo o chamado bloco do Ocidente, formado pelos EUA à sua imagem, todo esse bloco é o Império da Mentira.
Em se tratando do nosso país, após a dissolução da URSS, com toda a abertura sem precedentes à nova e moderna Rússia, a prontidão de trabalhar honestamente com EUA e outros parceiros do Ocidente e em condições de desarmamento – de fato – unilateral, logo tentaram nos pressionar, romper e nos destruir de uma vez por todas. Era assim mesmo nos anos 90 e no início dos anos 2000, quando o chamado Ocidente coletivo apoiava o separatismo e gangues de mercenários no sul da Rússia.
Quantas vítimas e quantas perdas isso nos custou. Quantos desafios tivemos que ultrapassar antes de finalmente quebrarmos o cume do terrorismo internacional no Cáucaso. Nós nos lembramos disso e nunca vamos nos esquecer.
Até os últimos tempos, não pararam de tentar nos usar para seus próprios interesses, destruir nossos valores tradicionais e nos impor seus pseudovalores que corroeriam nosso povo de dentro, aqueles princípios que eles implantam agressivamente em seus países e que levam diretamente a degradação e degeneração, porque contradizem a própria natureza humana. Isso nunca acontecerá. Ninguém nunca conseguiu fazer isso, e nem conseguirá agora.
Apesar de tudo, em dezembro de 2021, mais uma vez tentamos chegar a um acordo com os EUA e aliados sobre os princípios de segurança na Europa e de não extensão da OTAN. Tudo em vão. O posicionamento dos EUA não muda. Eles não acham necessário negociar conosco essa questão tão importante para nós. Seguindo seus objetivos, eles desprezam nossos objetivos. E com certeza, nessa situação surge a questão: o que fazer, o que esperar?
Sabemos muito bem que no ano 40 e no início de 41 do século passado, a União soviética tentou com todos os meios prevenir ou ao menos adiar o início da guerra. Para isso, tentou, dentre outras coisas, não provocar até o final o potencial agressor, não realizava ou adiava as ações mais necessárias e óbvias para se preparar a repelir um ataque inevitável.
Estes passos, que enfim foram dados, chegaram catastroficamente tarde. Como resultado, o país se viu despreparado para enfrentar com toda a força a invasão da Alemanha nazista que, sem declarar a guerra, atacou a nossa pátria em 22 de julho de 1941. Conseguimos parar e depois destruir o inimigo. Mas o preço foi gigantesco. A tentativa de satisfazer o agressor às vésperas da Grande Guerra pela Pátria acabou sendo um erro, que custou muito caro para o nosso povo.
Nos primeiros meses de ações de combate, perdemos territórios gigantes e estrategicamente importantes, e milhões de pessoas. Não permitiremos que este erro aconteça pela segunda vez. Não temos direito de permitir.
Aqueles que reivindicam o domínio mundial publicamente, sem pena e, sublinho, sem quaisquer justificativas para isso nos declaram, ou seja, a Rússia, seu inimigo. Eles, na verdade, dispõem hoje em dia de grandes capacidades financeiras, científicas, técnicas e militares. Sabemos disso e avaliamos objetivamente as ameaças contra nossa economia que estão sendo ouvidas sem parar.
Assim como as nossas capacidades de enfrentar essa chantagem arrogante e permanente. Repito, as avaliamos sem ilusões, de forma completamente realista.
Em se tratando da esfera militar, a Rússia moderna mesmo após a dissolução da URSS e a perda significativa de seu potencial é hoje um dos Estados com armas nucleares mais fortes do mundo. E ainda mais, tem certas vantagens em uns dos tipos de armamento mais moderno. Considerando isso, ninguém deve ter dúvidas de que um ataque direto ao nosso país levaria a derrota e consequências terríveis para qualquer agressor potencial.
As tecnologias de defesa mudam muito rápido, a liderança nessa área passa e vai passar de um para outro. Mas a exploração militar dos territórios perto das nossas fronteiras, se permitirmos que isso seja feito, ficará por dezenas de anos ou até para sempre, e vai criar para a Rússia ameaças totalmente inaceitáveis que aumentam e não param.
Já agora a medida de expansão da OTAN para o Leste, a situação para o nosso país se torna anualmente para o nosso país pior e mais perigosa. Ainda mais, nos últimos dias as lideranças da OTAN falam diretamente sobre a necessidade de forçar e acelerar o avanço da aliança para as fronteiras da Rússia. Em outras palavras, eles endurecem sua posição.
Não podemos mais simplesmente continuar a observar o que está acontecendo. Isso seria absolutamente irresponsável para nós. A futura expansão da infraestrutura da Aliança Atlântica e a iniciada exploração militar do território da Ucrânia, para nós, é inaceitável.
O problema, com certeza, não é na própria organização da OTAN, que é só um instrumento da política externa dos EUA. O problema é que perto dos nossos territórios, quero notar, em nossos próprios territórios históricos, é criada uma aleia antirrussa para nós, que é submetida a um controle externo pleno, que se acomoda aos reforços armados dos países da OTAN e está sendo preenchida com as armas mais modernas.
Para os EUA e seus aliados, é a chamada política de detenção da Rússia, e de óbvios dividendos políticos. E para nosso país, é uma questão de vida ou morte, é uma questão do nosso futuro histórico como povo. E não é um exagero. É assim mesmo. É uma ameaça real não só aos nossos interesses, mas à própria existência do nosso Estado e à soberania dele. É justamente a linha vermelha tantas vezes citada por mim. Eles a ultrapassaram.
Então, sobre a situação em Donbass. Estamos vendo que as forças, que em 2014 realizaram o golpe de Estado na Ucrânia, tomaram o poder e o seguram com, de fato, procedimentos de eleições decorativas, finalmente se recusaram da solução pacífica do conflito. Oito anos, oito anos infinitamente longos temos feito todo o possível para que a situação fosse resolvida por meios pacíficos e políticos. Tudo em vão.
Como eu falei em meu discurso anterior, não é possível observar sem compaixão o que está acontecendo lá. Não era mais possível tolerar tudo isso. Era necessário parar imediatamente esse pesadelo, esse genocídio em relação aos milhões de pessoas que moram lá, que confiam só na Rússia, que confiam só em nós.
Exatamente essas ambições, sentimentos e dores das pessoas eram para nós o motivo principal da decisão sobre o reconhecimento das repúblicas populares de Donbass.
Vale destacar também que os principais países da OTAN, para alcançar seus objetivos, apoiam em tudo na Ucrânia os nacionalistas radicais e neonazistas, que, por sua vez, nunca vão perdoar os moradores da Crimeia e de Sevastopol por terem decidido ser livres para se reunificar com a Rússia. Eles com certeza vão para a Crimeia, e assim como em Donbass, com guerra, para matar, como mataram pessoas indefesas os justiceiros de gangues de nacionalistas ucranianos, cúmplices de Hitler durante a Grande Guerra pela Pátria.
Declaram abertamente que reivindicam outros territórios da Rússia. O rumo dos eventos e a análise das informações que estão chegando mostram que a colisão da Rússia com essas forças é inevitável. É uma questão de tempo. Eles se preparam, aguardam a hora certa. Agora já reivindicam a possessão de armas nucleares. Não permitiremos que façam isso. Como já disse, a Rússia, após a dissolução da URSS, aceitou as novas realidades políticas, e vamos tratar com respeito todos os países formados no espaço pós-soviético. Respeitamos e vamos respeitar a soberania deles, e como exemplo está a ajuda que prestamos ao Cazaquistão que enfrentou eventos trágicos, com desafios a sua soberania e integridade.
A Rússia não pode se sentir em segurança, se desenvolver e existir com uma ameaça constante que vem do território da Ucrânia moderna. Lembro que, nos anos entre 2000 e 2005, retaliamos militarmente os terroristas no Cáucaso, defendemos a integridade do nosso Estado e salvamos a Rússia. Em 2014, apoiamos os moradores da Crimeia e de Sevastopol. Em 2015, usamos as Forças Armadas russas para prevenir de forma segura a penetração de terroristas da Síria na Rússia.
Não havia outra forma de nos defendermos, e a mesma coisa está acontecendo agora. Não nos deixaram nenhuma outra possibilidade de defender a Rússia e o nosso povo, exceto esta que teremos que usar hoje. As circunstâncias exigem de nós ações decisivas e imediatas. As repúblicas populares de Donbass pediram ajuda à Rússia. Por isso, de acordo com o Artigo 51 da Parte 7 da Carta da ONU, com a autorização do Conselho de Segurança da Rússia e em cumprimento dos acordos de amizade e cooperação com a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, ratificados pelo Parlamento russo em 22 de fevereiro, tomei a decisão de realizar uma operação especial militar. Seu objetivo é defender as pessoas que durante 8 anos têm sido submetidas a intimidação e genocídio pelo regime de Kiev. E para isso, vamos tentar alcançar a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. E levar à Justiça aqueles que realizaram múltiplos crimes sangrentos contra civis, incluindo cidadãos da Federação da Rússia. Junto com isso, a ocupação dos territórios da Ucrânia não está em nossos planos. Não queremos impor nada a ninguém à força.
Junto com isso, estamos ouvindo no Ocidente mais frequentemente palavras de que não é preciso cumprir os documentos assinados pelo regime totalitário soviético que definem os resultados da Segunda Guerra Mundial. Bom, o que podemos responder? Os resultados da Segunda Guerra Mundial, assim como as vítimas feitas pelo nosso povo para o altar da vitória sobre nazismo, são sagrados. Mas isso não contradiz os altos valores de direitos e liberdades humanos, se baseando nas realidades que se formaram em todas as décadas pós-guerra. Isso também não cancela os objetivos para a autodeterminação, fixados no Artigo 1 da Carta da ONU.
Lembro que durante a criação da URSS e nem depois da Segunda Guerra Mundial, ninguém perguntou para as pessoas que moram nos territórios que consistem à Ucrânia moderna sobre como elas querem organizar sua vida. Na base da nossa escolha está a liberdade, a liberdade da escolha para todos em definir seu futuro e o futuro de suas crianças. E achamos importante que todos os povos que moram na Ucrânia hoje em dia possam usar esse direito, direito da escolha. Todos que queiram isso.
Sendo assim, me direciono aos cidadãos da Ucrânia. Em 2014, a Rússia devia defender os moradores da Crimeia e de Sevastopol daqueles que vocês chamam de ‘nazics’. Os moradores da Crimeia e de Sevastopol escolheram ficar com sua pátria histórica, com a Rússia. E nós apoiamos. Repito, não pudemos atuar de outra forma.
Os eventos de hoje estão ligados não ao desejo de violar os interesses da Ucrânia e do povo ucraniano, eles estão ligados aos interesses da própria Rússia daqueles que fizeram a Ucrânia refém e tentam usá-la contra nosso país e seu povo. Repito, nossas ações correspondem à autodefesa de ameaças que criam para nós e de um maior desastre do que estamos vendo atualmente.
Por mais difícil que seja, peço que entendam isso e apelo à cooperação para virar essa página trágica o mais rápido possível e seguir para frente juntos.
Não permitir que ninguém se intrometa em nossos negócios, nossas relações, mas construí-las por conta própria com a criação das condições necessárias para ultrapassar todos os problemas. E apesar da presença de fronteiras estatais, nos fortalecer de dentro como um só. Acredito nisso, exatamente nesse nosso futuro.
Tenho que apelar também aos militares das Forças Armadas da Ucrânia. Prezados colegas, seus pais, avôs e bisavôs não combateram os nazistas, defendendo a nossa pátria comum, para que os nazistas de hoje tomassem o poder na Ucrânia. Vocês fizeram o juramento de lealdade ao povo ucraniano e não a junta antipovo que rouba a Ucrânia e intimida esse próprio povo. Não cumpram as ordens criminosas deles. Apelo que entreguem as armas imediatamente e vão para casa. Vou explicar: todos os militares do Exército ucraniano que cumpram essa exigência, poderão deixar a zona de ações de combate sem serem impedidos e voltar para suas famílias.
Mais uma vez, vou sublinhar: toda a responsabilidade sobre o possível derramamento de sangue será completamente do regime do território ucraniano.
Agora, algumas palavras importantes, muito importantes para aqueles que possam querer intervir do lado de fora nos eventos. Quem quer que tente criar ameaças para o nosso país, nosso povo, devem saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a vocês a tais consequências que vocês nunca enfrentaram na sua história. Estamos preparados para qualquer desenvolvimento dos acontecimentos. Todas as decisões necessárias neste âmbito são tomadas. Espero que eu seja ouvido.
Prezados cidadãos da Rússia! O bem-estar, a própria existência de Estados e povos, seu sucesso e vitalidade sempre são iniciados em um forte sistema de raízes culturais e valores, experiência e tradições de seus descendentes, e com certeza dependem diretamente da capacidade de se adaptar rapidamente à vida em mudança, da coesão da sociedade, de sua prontidão de consolidar, coletar todas as forças para seguir em frente. Sempre é preciso forças, sempre. Mas a força pode ser de qualidades diferentes. Na base da política do Império da Mentira da qual falei anteriormente, antes de tudo está uma força rude e reta. Nesses casos, é falado: “Se tem força, não precisa de inteligência.” E nós sabemos que a força verdadeira está na justiça e na verdade que está do nosso lado. E se é assim, é difícil não concordar com o fato de que são a força e a prontidão para combate a base da independência e soberania, e correspondem ao fundamento essencial para construção de um futuro seguro. Construir sua casa, sua família e sua Pátria.
Prezados compatriotas! Tenho certeza que os soldados e oficiais das Forças Armadas da Rússia leais ao seu país vão cumprir seu dever com coragem e profissionalismo. Não tenho dúvidas de que todos os níveis do poder vão agir juntos e efetivamente. Especialistas responsáveis pela resistência da nossa economia, sistema financeiro, esfera social, chefes das nossas companhias e todo o negócio russo. Espero que haja posição consolidada e patriótica de todos os partidos do parlamento e forças sociais. No final das contas, como sempre foi na história, o destino da Rússia está nas fortes mãos do nosso povo multinacional. Isso significa que as decisões tomadas serão realizadas, os objetivos alcançados e a segurança da nossa Pátria garantida. Confio no apoio de todos vocês, naquela força invencível que nos proporciona o nosso amor pela Pátria.
As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul
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