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Há 20 anos a direita venezuelana é violenta e assassina, diz analista sobre eleições no país

Em seu quadro semanal na TV Diálogos, Amauri Chamorro explica a situação da nossa América através dos recentes acontecimentos em Cuba, Venezuela e Argentina
Mariane Barbosa
Diálogos do Sul
São Paulo (SP)

Tradução:

A América Latina vive um período muito delicado em meio à pandemia de coronavírus. Porém, a verdade é que pouco se fala sobre a nossa região na grande mídia. 

Um exemplo recente destacado pelo analista comercial Amaury Chamorro no semanal “Dialogando sobre Nossa América” da TV Diálogos do Sul, são as eleições parlamentares deste domingo (6) na Venezuela para eleger novos deputados. Dos 14,4 mil inscritos, cerca de 90% são opositores do governo Maduro. 

Questionado sobre a possibilidade de se normalizar a situação política e econômica no país após as eleições, o analista foi sucinto ao dizer que não acredita que isso vá acontecer: “a direita venezuelana é muito violenta. Uma direita assassina que está acostumada a utilizar a violência física contra a esquerda desde a chegada ao poder de Hugo Chávez, há 20 anos”

“Não aceitarão o fato de o povo venezuelano votar no governo chavista. A grande massa da população pobre da Venezuela vota pelo chavismo. Os mais afetados pelo bloqueio econômico dos EUA e da União Europeia votam pelo presidente Maduro e pelos candidatos do PSUV [Partido Socialista Unido da Venezuela], em um processo legítimo, seguro e democrático.”

Argentina

Outro assunto destacado pelo analista foi a reunião bilateral entre os presidentes Jair Bolsonaro e Alberto Fernández, da Argentina, grande parceira comercial do Brasil e com quem sempre tivemos uma relação muito próxima, principalmente quando o assunto são as matérias-primas do setor metalúrgico e automotivo, exportadas do país vizinho.

Chamorro ressaltou a delicada situação em que nossos “hermanos” se encontram com o superendividamento deixado pelo governo de Mauricio Macri, que praticamente quebrou a economia do país. “Por isso, é muito importante essa relação Brasil-Argentina se estreite, assim como também é muito importante para o Brasil porque há uma economia no Sul do país que depende muito dos vizinhos”, diz. 

“Essa reunião é importante para o novo cenário da América Latina, afinal, a crise da Covid-19 pode ser a maior crise já gerada no nosso continente.”

Cuba

Em Cuba, o Movimento San Isidro ganhou certo destaque nas mídias após denunciarem a “prisão política” de Denis Solís. Entenda aqui.

Chamorro explica que Cuba é um país que vive há 60 anos sob um bloqueio econômico imposto pelos EUA e a União Europeia, e que, além disso, pelo lado norte-americano, sofre com grupos financiados pela embaixada estadunidenses para desestabilizar o governo de Díaz-Canel. San Isidro é um deles. Há vídeos e fotos comprovando tal relação, explica.

“Partindo da premissa e sabendo que San Isidro é um desses grupos financiados pelos EUA para desestabilizar o país, o que eles fizeram foi gerar uma greve de fome dentro da sua sede para chamar atenção do mundo com uma falsa prisão política”, explica o analista.

Ele destaca ainda que é preciso ter “muito cuidado, pois é assim que os EUA atuam e tentaram atuar em Cuba desde os anos 1960: financiam pequenos grupos que têm uma cara de cidadania, legítima, mas são esses grupos que realizam atos terroristas contra a população”.


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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