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Há 61 anos, Fidel defendia paz e soberania de Cuba em discurso memorável na ONU

"Construir o mundo com que sonhamos é uma tarefa enorme, mas possível, se renunciarmos ao egoísmo", enfatizou o líder revolucionário
Redação Prensa Latina
Prensa Latina
Havana

Tradução:

Fidel Castro estava há três dias em Nova York, fora expulso de um hotel e levado para um mais pobre, quando compareceu hoje pela primeira vez a uma sessão da ONU, há 61 anos.

O então Primeiro Ministro de Cuba viajou aos Estados Unidos em 18 de setembro de 1960, em meio às expectativas geradas na opinião pública internacional pelo plano de ação da nascente Revolução antilhana.

Isso é confirmado pela mídia da época que acompanhou cada etapa desde a chegada ao aeroporto de Idlewild, até o traslado da delegação ao hotel Shelbourne, escoltada por cerca de 100 carros e 25 ônibus.

Fotos históricas mostram nos arredores do local uma multidão de nova-iorquinos que saudou a guerrilha e os representantes da ilha.

No dia seguinte ele teve que deixar Shelbourne devido às exigências da diretriz e a delegação decidiu acampar em áreas próximas às Nações Unidas.

"Construir o mundo com que sonhamos é uma tarefa enorme, mas possível, se renunciarmos ao egoísmo", enfatizou o líder revolucionário

Prensa Latina
Fidel Castro discursa na ONU

O líder afro-americano Malcolm X os convidou a se hospedar no Theresa, hotel no bairro negro do Harlem, em Nova York, onde Fidel Castro recebeu o apoio da comunidade e de lideranças internacionais.

Segundo documentos oficiais, em uma pequena sala do prédio, o líder cubano manteve encontros bilaterais com o primeiro-ministro da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Nikita S. Khrushchev, os estadistas da Índia, Egito, Gana e Guiné, entre outros.

Quando às 14h40 da tarde de segunda-feira, 26 de setembro, o jovem revolucionário subiu ao palco para se dirigir pela primeira vez à Assembleia Geral das Nações Unidas, uma de suas primeiras expressões foi: “Vamos falar com clareza”.

Fidel Castro e Malcon X. Foto Prensa Latina

Os cronistas da época apontam que foi um discurso memorável, um dos mais aplaudidos e estendidos pela ONU (cerca de cinco horas) em todos esses anos.

“Desapareça a filosofia da expropriação, e a filosofia da guerra terá desaparecido! Desapareçam as colônias, desaparecerão a exploração dos países por monopólios, e então a humanidade terá alcançado um verdadeiro estágio de progresso!”, é uma das partes mais importantes lembrada daquela intervenção.

Em seu discurso, ele reafirmou o compromisso de Cuba com a paz, a autodeterminação e a soberania, ao mesmo tempo em que defendeu o direito de países como a República Popular da China de ter voz e voto na ONU.

61 anos depois, o atual presidente da nação caribenha, Miguel Díaz-Canel, novamente instou as Nações Unidas a trabalharem juntas por uma ordem internacional mais equitativa, justa e democrática, na qual ninguém seja deixado para trás.

“Construir o mundo com que sonhamos é uma tarefa enorme, mas possível, se renunciarmos ao egoísmo”, enfatizou ontem o Chefe de Estado das Antilhas durante a 76ª sessão da Assembleia Geral.

Desta forma, Cuba reforça na ONU a cada ano seu compromisso com o respeito à equidade, o multilateralismo, a cooperação e a soberania como elementos-chave de sua política externa há 62 anos.

Redação Prensa Latina

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